Binelli, da Solis, lista pontos de atenção para quem deseja investir em FIDCs


Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) têm ganhado cada vez mais espaço no mercado monetário, impulsionados pela diversificação de recebíveis e pelo potencial de retorno atrativo em comparação com outras opções de renda fixa.
No entanto, o aumento da popularidade também exige uma análise criteriosa por parte dos investidores, principalmente no que diz respeito aos tipos de cotas e aos riscos envolvidos.
Hoje, os FIDCs podem investir em diferentes tipos de recebíveis, como duplicatas, cheques, contratos de aluguel, financiamentos e outros direitos creditórios. A possibilidade de diversificação é um dos principais motores de crescimento dessa classe de ativos. Porém, essa mesma diversidade traz consigo desafios na hora de avaliar um investimento.
FIDCs: flexibilidade na estrutura de crédito
Ricardo Binelli, sócio-diretor de investimentos da gestora Solis, referência no setor com mais de R$ 21 bilhões sob gestão, destaca que um dos grandes atrativos dos FIDCs é a flexibilidade da estrutura de crédito.
Binelli conversou com Clara Sodré, analista de fundos da XP, durante a semana da renda fixa, promovida pela XP Investimentos.
“Um dos pontos mais charmosos dos FIDCs é que, a princípio, todo crédito é FIDCável. Isso significa que é possível pegar um recebível e trazê-lo para dentro da estrutura do fundo”, afirma, acrescentando que a tendência é que o mercado continue a oferecer um universo cada vez mais diverso de oportunidades de investimento.
Essa diversidade traz um ponto importante de atenção para os investidores: a estrutura de capital dos fundos. Segundo Binelli, é fundamental entender como funciona a subordinação das cotas.
“Quando falamos de um FIDC, estamos falando de um fundo que tem uma estrutura de capital com diferentes classes de cotas. A cota subordinada é responsável por absorver a inadimplência da carteira, enquanto a cota sênior tem uma rentabilidade pré-definida e conta com essa proteção da cota subordinada”, explica.
Retorno superior aos dos tradicionais produtos de renda fixa
Essa estrutura permite que os FIDCs ofereçam um retorno superior ao dos tradicionais produtos de renda fixa, mas é preciso avaliar bem a proporção entre as cotas. “O tamanho da cota subordinada é definido em relação à inadimplência histórica de uma carteira. Quanto maior a inadimplência, mais subordinação você precisa ter para garantir a proteção da cota sênior”, detalha.
Além disso, ele reforça que os fundos que investem em recebíveis de firmas ou originadores menos conhecidos geralmente precisam oferecer um prêmio de risco maior para atrair investidores. “Sempre que um fundo novo surge, mesmo que seja de um crédito plenamente conhecido, ele tende a emitir a primeira série com uma condição mais favorável de preço, garantindo uma rentabilidade atrativa ao cotista”, destaca.
Diante desse cenário, o processo decisório de investir em FIDCs exige uma análise cuidadosa da qualidade dos créditos adquiridos, da estrutura das cotas e dos riscos associados. Para os investidores que desejam aproveitar o potencial de retorno dessa classe de ativos, a recomendação é compreender profundamente os mecanismos de proteção e os diferentes tipos de cotas disponíveis.
Track record
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) estão cada vez mais em evidência no mercado monetário, atraindo investidores que buscam alternativas de diversificação e potencial de retorno.
No entanto, apesar do crescimento da classe de ativos, é preciso atenção redobrada na escolha dos fundos e de seus prestadores de serviços, especialmente em um cenário de alta demanda e oferta variada.
Ricardo Binelli, sócio-diretor de investimentos da gestora Solis, referência no setor com mais de R$ 21 bilhões sob gestão, aponta que um dos pontos mais críticos na hora de investir em FIDC é o histórico dos prestadores de serviços envolvidos na gestão e administração do fundo.
“Eu prefiro não criar um receituário porque não é trivial, mas acredito que há uma questão chave que deve ser observada por todos que pensam em investir em FIDC, especialmente neste momento de efervescência: o track record do prestador de serviço”, ressalta.
O especialista explica que o FIDC é um veículo que depende, talvez mais do que qualquer outra classe de investimento, de seu regulamento. “O regulamento define uma série de regras que preservam as contas feitas para que a estrutura financeira do fundo se sustente. Isso inclui a taxa de juros para compra do crédito, a remuneração das cotas sênior e mezanino, a absorção de inadimplência e o retorno para o cotista subordinado”, afirma.
Além disso, Binelli destaca a importância de que todas as definições e regras sejam controladas adequadamente pelos prestadores de serviços vinculados ao fundo, como administrador, gestor e custodiante.
“Não dá para uma firma, por melhor intencionada que seja, mas que nunca teve experiência com FIDC, assumir a administração ou gestão desse tipo de fundo. É preciso contar com profissionais que entendam da regulação e possuam tecnologia para tratar os processos específicos de cada crédito, já que um consignado exige um tratamento diferente de uma duplicata ou de um precatório”, explica.
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Autor: Rodrigo Petry