FIDCs: Entenda como esses fundos podem trazer retorno atrativo e menor volatilidade


O mercado de renda fixa vive um momento de transformação, impulsionado pela democratização dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e pela crescente busca por alternativas de crédito fora do ambiente bancário.
Durante da Semana da Renda Fixa, a XP debate com especialistas o crescimento desse segmento e as oportunidades para os investidores, destacando a importância da desintermediação bancária no Brasil.
Os FIDCs são fundos de investimento que compram direitos creditórios, como duplicatas, cheques, contratos de aluguel e outros recebíveis, permitindo que firmas antecipem recursos.
Esses fundos oferecem remuneração atrativa, muitas vezes superior às tradicionais alternativas de renda fixa, como os títulos públicos e CDBs, justamente porque operam com taxas mais próximas da média de juros da economia brasileira, que são consideravelmente superiores ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
FIDC: Mitigação de risco
Ricardo Binelli, sócio-diretor de investimentos da gestora Solis, referência no setor com mais de R$ 21 bilhões sob gestão, destacou que os FIDCs têm se mostrado uma ferramenta eficaz para mitigar o risco de inadimplência.
“Desde a implementação da Instrução 531 pela CVM, em 2014, houve um avanço significativo na mitigação de riscos de conflito de interesse, o que melhorou a performance de crédito dos FIDCs”, afirmou.
Ele ressaltou que a mudança regulatória permitiu que o produto, antes restrito a investidores qualificados, passasse a ser acessível ao público de varejo, desde que atendidos alguns requisitos.
Binelli conversou com Camilla Dolle, head de renda fixa no research da XP, e Clara Sodré, analista de fundos da XP.
FIDCs são sinônimo de baixa volatilidade
Outro ponto positivo dos FIDCs, segundo o executivo, é a baixa volatilidade, proporcionada pela estrutura das cotas subordinadas, que absorvem eventuais inadimplências. Dessa forma, as cotas seniores e mezanino, que são as destinadas ao mercado de investimento, apresentam volatilidade reduzida.
“A combinação de bom retorno, baixo risco de inadimplência e baixa volatilidade faz com que os FIDCs sejam uma opção muito atrativa para o investidor”, explicou Binelli.
A estratégia de desintermediação bancária, impulsionada pela Agenda BC+ durante a gestão de Ilan Goldfajn no Banco Central, tem contribuído para o fortalecimento desse mercado. O objetivo é ampliar a oferta de crédito fora do sistema bancário tradicional, proporcionando mais eficiência e competitividade às operações financeiras.
De acordo com Clara Sadré, o avanço dos FIDCs reflete um movimento natural de diversificação das carteiras. “O investidor percebeu que, ao apostar nessa classe de ativos, pode obter retornos significativos com menor exposição ao risco”, afirmou.
Para Camilla Dolly, a combinação de fatores que inclui maior retorno e mitigação de riscos tem atraído um número crescente de investidores. “O cenário econômico e as inovações regulatórias abriram espaço para que mais pessoas se beneficiassem desse tipo de investimento, antes restrito a um público mais seleto”, comentou.
Com um mercado de crédito cada vez mais pulverizado e acessível, os FIDCs consolidam-se como uma alternativa viável para quem busca retornos robustos com menor volatilidade, destacando-se como uma tendência no universo da renda fixa.
Os fundos
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são fundos que compram direitos creditórios, como duplicatas, cheques, contratos de aluguel, financiamentos e outros recebíveis.
Esses créditos são originados por firmas ou instituições financeiras e, ao serem adquiridos pelos FIDCs, permitem que as firmas antecipem recursos que só seriam recebidos no futuro.
Os cotistas dos fundos, por sua vez, recebem rendimentos provenientes da rentabilidade desses créditos. Por serem estruturados com diferentes classes de cotas, os FIDCs conseguem mitigar riscos, oferecendo uma alternativa de investimento que combina bons retornos com menor volatilidade.
Nos últimos anos, esses fundos têm ganhado destaque no mercado, especialmente devido às mudanças regulatórias que facilitaram o acesso do investidor de varejo a essa classe de ativos.
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Autor: Rodrigo Petry