Existem oportunidades fora do Brasil, inclusive na própria América Latina, diz gestor


Em meio ao cenário macroeconômico desafiador no Brasil, a busca por diversificação de investimentos tem ganhado força, especialmente no que diz respeito à renda fixa internacional. Para Jean Anagnostopoulos, gerente de portfólio na SPX Capital, essa estratégia não deve ser vista como excludente em relação ao mercado local.
“Investir no mercado offshore não significa abrir mão dos investimentos no Brasil. Na verdade, são estratégias complementares”, afirmou. Segundo ele, um dos principais pontos é desmistificar a ideia de que o CDI e o Tesouro Nacional representam uma taxa de juros livre de risco. “Quando olhamos para o Brasil no contexto global, somos um país com rating BBB e uma dívida acelerando. Existem diversas opções fora do Brasil, inclusive na própria América Latina, que são bastante interessantes”, explicou.
Jean Anagnostopoulos participou do terceiro e último episódio do programa Semana da Renda Fixa, no canal XP, com apresentação de Mayara Rodrigues, analista de renda fixa da XP.
1° episódio da Semana da Renda Fixa:
FIDCs: Entenda como esses fundos podem trazer retorno atrativo e menor volatilidade
Binelli, da Solis, lista pontos de atenção para quem deseja investir em FIDCs
Anagnostopoulos destacou o México como exemplo de país investment grade, que oferece taxas próximas às do Brasil, enquanto a Colômbia apresenta uma classificação de crédito melhor e remunera mais do que o mercado brasileiro.
México e Colômbia
“São muitas as oportunidades para diversificar o risco local e equilibrar a carteira. Países como México e Colômbia já têm uma cultura consolidada de investimentos offshore, o que contribui para a geração de alfa com baixa volatilidade”, disse.
O especialista da SPX também mencionou exemplos da Argentina e do Chile para ilustrar como países da América Latina já se adaptaram a contextos econômicos difíceis adotando estratégias de investimentos internacionais. “Na Argentina, a dolarização é uma prática comum há muitos anos, devido aos problemas estruturais persistentes. Já no Chile, o investidor local e as fundações têm forte presença em bonds no mercado offshore, buscando diversificação e estabilidade”, comentou.
2° episódio da Semana da Renda Fixa:
Instabilidade mundial requer posições mais curtas em setores mais seguros, diz gestor
Falta de clareza da política econômica tem deixado investidores em alerta, diz gestor
Segundo Anagnostopoulos, a diversificação com renda fixa internacional faz sentido mesmo em um cenário de real desvalorizado. “Embora o custo de entrada possa parecer elevado, a exposição ao mercado externo traz um potencial de ganho que não depende exclusivamente do cenário econômico brasileiro. É preciso considerar que outros vetores movem esses mercados”, afirmou.
Influência global
Além da América Latina, os Estados Unidos permanecem no radar dos investidores pela sua influência global. “O Federal Reserve manteve as taxas de juros entre 4,25% e 4,00%, interrompendo o ciclo de cortes, o que traz certa estabilidade ao cenário. Mesmo assim, é importante monitorar questões como a guerra comercial, que podem afetar a inflação e a economia mundial”, acrescentou o executivo.
Para Anagnostopoulos, a chave está em adotar estratégias equilibradas, combinando investimentos locais e internacionais, especialmente em um momento de incerteza econômica no Brasil. “O mercado offshore complementa o mercado local, permitindo uma diversificação mais robusta e protegendo o investidor contra os riscos internos”, concluiu.
The post Existem oportunidades fora do Brasil, inclusive na própria América Latina, diz gestor appeared first on InfoMoney.
O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!
Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: augustodiniz