As firmas captaram R$ 44,9 bilhões no mercado de capitais em fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (19) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados monetário e de Capitais (Anbima). O volume supera os R$ 44,5 bilhões registrados no mesmo mês do ano, e passado e eleva o total captado no primeiro bimestre de 2025 para R$ 89,2 bilhões.
O destaque foi o recorde histórico na emissão de debêntures para um mês de fevereiro nos últimos sete anos, com um volume de R$ 30,2 bilhões. Os recursos captados por meio desses títulos foram direcionados principalmente para investimentos em infraestrutura (39,8%) e pagamento de dívidas (22,5%).
“Os resultados de janeiro e fevereiro confirmam os novos patamares do mercado de capitais, com um início de ano forte para instrumentos de renda fixa. O desempenho acima das expectativas demonstra que tanto emissores quanto investidores estão encontrando boas oportunidades no cenário atual”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
Os principais subscritores das debêntures foram intermediários e participantes ligados à oferta (70,2%), seguidos pelos fundos de investimento (28,5%). O prazo médio das debêntures emitidas foi de 10,4 anos.
Outros destaques do mercado de capitais em fevereiro foram:
- Notas comerciais: O volume captado foi de R$ 3,6 bilhões, um salto expressivo em relação aos R$ 135 milhões registrados no mesmo período de 2024.
- Securitização: Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) captaram R$ 5,9 bilhões, mais que o dobro do volume registrado um ano antes. Por outro lado, os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) recuaram 41,9% e 76,2%, respectivamente, com emissões de R$ 2,1 bilhões e R$ 1,9 bilhão.
- Fundos Imobiliários e Fiagros: Os FIIs movimentaram R$ 919,4 milhões, enquanto os Fiagros captaram R$ 250 milhões.
- Mercado externo: O volume de captações de renda fixa alcançou US$ 6,6 bilhões, o maior desde junho de 2020. Mais da metade dessas emissões (54,8%) teve prazo entre seis e dez anos.
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Autor: Paulo Barros
