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Tesouro Direto, Debêntures, CRIs: como investir na renda fixa com a Selic a 14,25%? 

Tesouro Direto, Debêntures, CRIs: como investir na renda fixa com a Selic a 14,25%? 

Após o já esperado aumento de 1 ponto percentual na Selic na véspera, as taxas dos títulos públicos abriram ainda mais nesta quinta-feira (20). Os prefixados pagam até 14,66% ao ano, enquanto o juro real dos títulos de inflação chega a 7,68%. Para a XP, o cenário favorece a alocação em renda fixa, já que “ainda é necessário cautela” e monitoramento de riscos locais ao investir. 

Diante das oportunidades que a Selic a 14,25% abre, escolher o melhor ativo para a carteira de renda fixa pode ser difícil. Porém, especialistas ouvidos pelo InfoMoney têm suas preferências para aproveitar a remuneração generosa da classe sem correr mais riscos do que o necessário. 

Nos títulos públicos, o mix entre Tesouro Selic e Tesouro IPCA+ é praticamente unanimidade nas recomendações. Um serve melhor os investimentos de curto prazo, enquanto o outro pode ser uma grande oportunidade para quem pensa no longo prazo e tem estômago para aguentar a volatilidade do mercado brasileiro. 

“Os mais conservadores estão bem servidos com os pós-fixados (Tesouro Selic), que remuneram bem a reserva de emergência e os investimentos de curto prazo”, diz Rafael Winalda, especialista em renda fixa do Inter. 

Um dos pontos que fazem os analistas recomendarem o Tesouro Selic é o ganho real (descontando a inflação) do investimento. Segundo o Boletim Focus, na última segunda-feira, agentes do mercado esperavam inflação de 5,66% em 2025 e 4,48% no próximo ano, o que garantiria retorno satisfatório acima da inflação com os 14,25% dos pós-fixados públicos, considerados os ativos mais seguros do País. 

“Poucas vezes vimos a taxa básica de juros pagar um prêmio acima da inflação tão alto como agora”, destaca Julio Ortiz, CEO e cofundador da CX3 Investimentos. Ele diz não esperar uma reversão desse quadro enquanto as preocupações do mercado com o risco fiscal não diminuírem. 

Outra opção destacada pelos especialistas é o Tesouro IPCA+. Winalda diz que o título com vencimento em 2045 “pode ser a grande chance do ano”, já que oferece juro real anual de 7,46%, protegendo investidores em caso de descontrole inflacionário ou remunerando acima das expectativas se a economia melhorar daqui para frente. 

“Em um horizonte de dois anos, as Bs (NTN-Bs, títulos do Tesouro IPCA+) devem nadar de braçada na comparação com outros indexadores”, projeta o especialista do Inter. Para ele, o investidor que comprar a NTN-B com vencimento em 2045 tem na carteira o melhor papel da renda fixa pública, mas o papel para 2029 é uma opção para quem não tem apetite por risco. 

A recomendação também tem como pano de fundo uma expectativa otimista do Inter, que vê a Selic terminando o ano em 14,25% – com mais um aumento de meio ponto percentual, seguido de estabilidade e corte de meio ponto no fim do ano –, enquanto o mercado precifica os juros em pelo menos 15% ao fim de 2025. 

A XP, por outro lado, espera Selic em 15,50% no fim do ano, após aumentos de 0,75 ponto percentual em maio e 0,5 p.p. em junho. 

Nesse contexto, os prefixados são considerados mais arriscados. “Recomendar a entrada em prefixados é difícil porque é complicado acertar o timing e não vejo tanto prêmio na ponta longa da curva de juros”, diz Winalda. Para Ortiz, “apesar da inflação implícita alta” nesses ativos, “investir em prefixados hoje é uma aposta arriscada”. 

Crédito privado 

No mercado de debêntures, CRIs e CRAs, seletividade é a palavra da vez. A alta da Selic tem impacto direto nas despesas financeiras das firmas, já que a grande maioria tem dívidas atreladas ao CDI. Há, também, um impacto indireto, mas ainda extremamente relevante: o arrefecimento da atividade econômica, que ameaça bater no faturamento das companhias, especialmente as mais ligadas ao consumo doméstico. 

“O crédito privado segue como uma excelente opção para investidores que buscam retornos acima dos títulos públicos”, diz Braian Largura, sócio do escritório VNT Investimentos, antes de destacar a palavra da vez: “desde que haja seletividade na escolha dos ativos”. Ele destaca os ativos isentos de Imposto de Renda – debêntures incentivadas, CRIs e CRAs – como as melhores opções para as pessoas físicas.

Para o especialista, é “essencial” a opção por títulos de emissores de alta qualidade “para minimizar riscos”. Ele reconhece que os prêmios do crédito privado na comparação com títulos públicos de indexador e prazo equivalentes (spreads) estão “apertados”, mas entende que é melhor ficar de fora de setores cíclicos, considerados mais arriscados, e companhias muito endividadas, que podem pagar mais para conseguir crédito. “Não compre títulos olhando somente o retorno, sem avaliar a qualidade do emissor”, recomenda. 

Marcelo Peixoto, gestor de crédito privado da Trígono Capital, segue a mesma linha e prefere o segmento high grade, de emissores com alta nota de crédito: “é um ano bastante desafiador, em que a gente tem de evitar os problemas de crédito”. Ele vê um nível alto de dispersão nos spreads, o que abre oportunidades para encontrar títulos de bons emissores com remuneração acima da média. 

Prova disto é que, no início do mês, Peixoto disse ao InfoMoney que o nível de caixa – parcela alocada em instrumentos mais líquidos, mas com menor rendimento para aguardar oportunidades – na Trígono estava em cerca de 20%. Nesta semana, o gestor disse que o nível de caixa caiu para 5%. “Vimos oportunidades de alocação em títulos bancários ao longo do último mês, algumas emissões primárias voltando em níveis de remuneração que a gente achou adequado e a gente alocou”, resume. 

Para aproveitar as melhores oportunidades no crédito privado, Largura recomenda “manter uma duration (prazo médio da carteira) moderada, evitando alongamentos excessivos’, já que a Selic alta e incertezas sobre os próximos passos do Copom abrem caminho para volatilidade. A recomendação bate com a visão da XP, que sugere atenção às emissões de firmas “excessivamente alavancadas, de setores cíclicos e com vencimentos muito longos”. 

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Autor: leonardogstos

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