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Os brechós estão cada vez mais atraentes, graças a mudanças de atitude e à guerra comercial

Comprar roupas usadas é cada vez mais uma tendência. Foto: Getty Images

Compradores ao redor do mundo estão rapidamente adicionando mais sapatos, acessórios e roupas usadas aos seus guarda-roupas. No ano passado, eles gastaram US$ 227 bilhões em vestuário de segunda mão, representando quase 10% de todo o gasto global com roupas, de acordo com um novo relatório da ThredUp, um mercado online de revenda.

A tendência está prestes a acelerar, particularmente nos EUA, onde as tarifas do presidente Donald Trump devem aumentar o preço das roupas novas. No cenário global, o ritmo também deve crescer, graças a mudanças de atitude e compras auxiliadas por inteligência artificial.

“Você está começando a ver cada vez mais consumidores chegando à revenda”, diz James Reinhart, CEO e co-fundador da ThredUp. “Uma vez que as pessoas começam a comprar de segunda mão, elas continuam fazendo isso.”

Os consumidores agora podem comprar itens de segunda mão em um número crescente de lugares. Ao lado de lojas de doação e vintage, há um ecossistema online em expansão para a compra de itens usados, incluindo eBay, ThredUp, Poshmark e outros marketplaces onde os clientes podem vender e comprar itens diretamente.

James Reinhart, CEO da ThredUp
James Reinhart, CEO da ThredUp. Foto: Kimberly White/Getty Images

Brechós online

Mais marcas também estão estabelecendo suas próprias ofertas de revenda online, seja de forma independente ou terceirizando para firmas que fornecem serviços de revenda, incluindo Archive e Trove.

A última conta com cerca de 50 clientes, incluindo a inclusão de sete marcas na segunda metade de 2024, de acordo com Terry Boyle, CEO da firma. A fabricante de vestuário para atividades ao ar livre Patagonia e a vendedora de tênis AllBirds estão entre as que utilizam os serviços da Trove.

Para atrair mais compradores, algumas marcas estão buscando integrar a revenda com o restante de seus negócios, lançando checkouts online compartilhados, bem como investindo em marketing de terceiros para a revenda, segundo Boyle.

Vendas globais de moda de segunda mão, que subiram 15% em 2024 em relação ao ano anterior, devem ultrapassar US$ 250 bilhões em 2025 e depois superar US$ 300 bilhões em 2027, de acordo com o relatório publicado na semana passada, baseado em dados da ThredUp e pesquisas da firma de análise de varejo GlobalData.

Um negócio melhor

Um grande motivo pelo qual os consumidores compram itens usados é porque são acessíveis. Comprar de segunda mão permite que as pessoas encontrem pechinchas em diversos itens, incluindo roupas de marcas de alto padrão que normalmente estariam fora do alcance se compradas novas, segundo o relatório.

Nos EUA, espera-se que as tarifas de 20% recentemente impostas pelo presidente Trump a todas as importações chinesas aumentem os custos das roupas novas vendidas em todo o país, o que expandiria o gap de preço entre itens novos e usados, explica Reinhart. Enquanto a maioria das roupas novas vendidas nos EUA é produzida no exterior, principalmente na China, grande parte do vestuário vendido de segunda mão no país vem de dentro dos EUA.

Gostos em mudança

O sentimento dos consumidores também mudou. Historicamente, havia um estigma em torno das compras de segunda mão, mas “isso agora se tornou a norma”, diz Samina Virk, CEO nos EUA para o marketplace de revenda de alta qualidade Vestiaire Collective.

As compras de segunda mão online são especialmente populares entre as gerações mais jovens, que cresceram com a internet e estão confortáveis comprando e vendendo suas roupas online, ela acrescenta.

Alguns consumidores também estão optando por itens de segunda mão para evitar as emissões de gases de efeito estufa geradas pela produção e transporte de roupas novas. Da mesma forma, algumas pessoas escolhem vender suas roupas usadas em vez de jogá-las fora, pois isso é mais amigável ao meio ambiente. Os dados da Vestiaire Collective sugerem que 79% dos itens vendidos em seu site substituem uma compra de primeira mão.

Compras assistidas por IA

Reinhart aponta para outra tendência que pode aumentar as vendas de vestuário usado em 2025 e além: a inteligência artificial.

Filtrar itens de segunda mão para encontrar exatamente o que você está procurando pode ser complicado e demorado, especialmente online. Para superar esse obstáculo, a ThredUp está implementando ferramentas de IA que permitem aos usuários fazer o upload de uma foto de um sapato ou jaqueta que desejam e pesquisar no site por itens semelhantes.

Esse tipo de experimentação nos próximos anos ajudará a tornar as compras de segunda mão online tão fluidas quanto comprar itens novos, prevê Reinhart.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original

Autor: Bloomberg

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