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Ações, renda fixa, FIIs e exterior: onde investir no segundo semestre?

Ações, renda fixa, FIIs e exterior: onde investir no segundo semestre?

Tarifas de importação dos Estados Unidos, dólar fraco e risco fiscal no Brasil são alguns dos temas mais importantes para os investimentos no restante de 2025. Apesar da taxa de 50% nas exportações brasileiras aos Estados Unidos, a XP segue otimista com a Bolsa e avisa: “o mundo mudou significativamente”. É o que mostra o relatório Onde Investir — 2º semestre de 2025, elaborado pelos especialistas da casa.

Ao analisar os primeiros seis meses do ano, um fator pegou a XP de surpresa: a fraqueza do dólar. “Escrevemos, ao final do ano passado, que esperávamos um ‘dólar mais forte’, o que manteria as moedas emergentes sob pressão”, diz o relatório. O que aconteceu, no entanto, foi o contrário: o dólar se desvalorizou cerca de 10% e impulsionou os preços de ativos emergentes. 

Para o segundo semestre, a expectativa é de estabilidade da moeda dos EUA ou até uma nova rodada de desvalorização “se a percepção de risco sobre as instituições americanas se elevar”. Com isso, a América Latina, que voltou ao foco dos investidores globais — conforme também destaca o relatório —, deve se beneficiar. 

O cenário macroeconômico global ainda tem a possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, o que também favorece a economia dos países emergentes. 

Sobre a tarifa de 50% nas importações de produtos brasileiros nos EUA, Caio Megale, economista-chefe da XP, diz que “o impacto micro, nas firmas, tende a ser maior” e que ainda é preciso esperar pela resposta do governo brasileiro, e se a taxa será mantida.

Fernando Ferreira, estrategista-chefe da casa, observa que “até agora, os impactos nos preços dos ativos foram relativamente pequenos” e lembra que “desde o ‘Liberation Day’, vemos o anúncio de tarifas, mas, depois, o governo americano senta para negociar”. 

Surpresas como a recente decisão do presidente dos Estados Unidos são comuns desde o choque provocado pela pandemia de Covid-19. Artur Wichmann, CIO da XP e presidente do Comitê de Alocação da XP Advisory Brasil diz que “o mundo mudou significativamente” desde 2020 e que uma economia global de juro praticamente zero e inflação baixa não está nas projeções para a próxima metade deste século.

Ele vê o momento atual como “mais parecido com a década de 1990, que não foi ruim em retornos, que vieram com mais sustos ao longo do caminho”. Volatilidade, crescimento menor e inflação maior estão nas previsões do especialista para o futuro da economia global. 

Diante desse cenário, como o investidor deve se comportar até o fim deste ano? O que esperar das principais classes de investimento no Brasil e no exterior? Veja o que dizem os especialistas da XP: 

Ações 

Fernando Ferreira afirmou, em entrevista coletiva, que a macroeconomia brasileira vem convergindo para “o melhor regime para a Bolsa: inflação que começa a ceder e juros caindo”. Com isto, a XP continuará dando preferência às ações domésticas, mais sensíveis aos juros, posicionadas em setores como educação, construção civil e telecomunicação. 

O preço justo da XP para o Ibovespa ao fim deste ano é de 150 mil pontos. Ferreira explica que a projeção pode melhorar ou piorar a depender de dois fatores: o lucro das firmas, que deve continuar sólido, conforme mostrarão os balanços do segundo trimestre; e os juros, com expectativa de queda nos próximos 9 a 12 meses.

Para o estrategista, se as taxas do Tesouro IPCA+ fecharem para algo em torno de 5% — hoje chegam a 7,74% — o valor justo do Ibovespa subiria para 175 mil pontos. “Há potencial para destravar valor caso entremos em um cenário de juros reais decadentes”. 

 Com o regime de juros e inflação mudando, o varejo e as instituições financeiras tendem a ser os principais beneficiados, segundo o relatório, “uma vez que os juros mais baixos estimulam a demanda do consumidor e reduzem as restrições de financiamento”.  Nesses setores, Smart Fit (SMFT3) e Itaú (ITUB4) são as preferidas da XP, respectivamente. Ferreira ainda afirma que “não é preciso tomar risco excessivo na Bolsa para conseguir potencial de valorização relevante”.

Renda fixa

Os spreads (prêmios em relação aos títulos públicos) amassados do crédito privado continuam sendo o principal assunto da renda fixa brasileira. Camilla Dolle, head de renda fixa do Research XP, conta que os prêmios estão sendo ainda mais comprimidos a medida em que as firmas aceleram as emissões para aproveitar a isenção de Imposto de Renda em títulos incentivados, que deve durar somente até o fim do ano, caso a Medida Provisória que adiciona IR de 5% nesses ativos seja confirmada pelo Congresso. 

“Apesar da queda de spreads, que vem acontecendo desde o ano passado, continuamos com taxas nominais muito elevadas, o que traz bastante atratividade para a renda fixa”, diz Dolle. 

Mesmo com a Selic alta há algum tempo, a XP enxerga bons indicadores de crédito das 60 firmas brasileiras sob sua cobertura que acessam o mercado de capitais, com um ponto de atenção para a cobertura de juros, mas alavancagem “dentro dos limites estabelecidos nos contratos de dívida”. 

Para os especialistas em renda fixa da casa, os títulos atrelados à inflação seguem como destaques entre os indexadores, principalmente em vencimentos intermediários. “Apesar de prêmios de crédito mais comprimidos, entendemos ser possível encontrar opções interessantes em ativos incentivados, com duration (prazo médio) de cerca de cinco anos”, diz o relatório Onde Investir — 2º semestre de 2025. 

Os pós-fixados (percentual do CDI ou CDI +) são “uma boa opção de alocação para objetivos de curto prazo, que pode ser feita via títulos públicos (estes, atrelados diretamente à Selic)”, segundo a XP. Os especialistas ainda indicam que investidores com maior aceitação a risco podem procurar títulos bancários e privados, mas com foco em setores menos cíclicos e emissores de qualidade”.

Para os prefixados, a visão da XP é neutra, sustentada por uma percepção ainda ruim de risco fiscal no Brasil. No posicionamento da casa por classe de ativos, os pós-fixados e atrelados à inflação são que recebem a recomendação de sobrealocação, o que dá a chance de esperar por mais clareza antes de mudar a alocação em eventos como a taxação das exportações brasileiras aos EUA, conforme explica Artur Wichmann: “já estamos com menos risco do que poderíamos ter, então não há razão para grandes ajustes agora”. 

Fundos imobiliários

O IFIX, índice que mede o desempenho dos fundos imobiliários, sobe mais de 11% no ano, movimento atribuído pela XP à “reversão do excesso de pessimismo dos investidores observado entre o final de 2024 e janeiro de 2025. Com o fim do ciclo de alta da Selic, a expectativa é que esses fundos apresentem bons resultados no segundo semestre. 

Os FIIs de papel com risco de crédito baixo a moderado são os preferidos de Marx Gonçalves, head de fundos listados da XP, para o segundo semestre. “Além de apresentarem perfil mais defensivo e carregos atrativos nesse contexto, muitos desses fundos ainda são negociados a preços atrativos˜, escreve o especialista. 

Nos FIIs de tijolo — que investem diretamente nas propriedades — a preferência está nos que têm “portfólio de alta qualidade”, com imóveis em regiões privilegiadas, “que podem se beneficiar de reajustes positivos nos aluguéis, diante de uma demanda ainda resiliente, embora mais branda do que a observada no ano anterior”, segundo Gonçalves. 

Investimentos no exterior

Considerando a política comercial “agressiva” de Donald Trump, as discussões sobre juros em todo o mundo e a inteligência artificial “como principal impulsionador da perspectiva de crescimento de firmas”, a XP revisou suas perspectivas para cada região e colocou o posicionamento para os Estados Unidos como “abaixo do neutro”. A decisão é justificada pela “incerteza relacionada à política econômica errática conduzida por Trump”, que “restringe o potencial de valorização dos principal índices americanos, apesar de impacto ainda limitado nos dados de inflação e atividade no curto prazo”. 

Para Wichmann, o comportamento dos investidores no primeiro semestre mostra que há um conflito de narrativas entre o macro dos EUA, com dólar se desvalorizando, e o micro, que teve o S&P 500 alcançando a máxima histórica recentemente. “Investidores estão rejeitando a moeda e os títulos públicos, discordam do macro, mas não podem vender S&P e abrir mão das novas tecnologias que vão mudar o mundo”.

O mercado chinês é o único com posicionamento “acima do neutro”, já que, segundo a XP, seus ativos “ainda oferecem oportunidades, apesar dos riscos relacionados à guerra comercial iniciada pelos EUA”. Os analistas enxergam “fortes vetores de crescimento estrutural, impulsionados por avanços tecnológicos, estímulos ao consumo e melhora gradual na confiança dos mercados”. A casa tem posicionamento neutro para Reino Unido, Japão e Europa. 

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Autor: leonardogstos

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