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Amil retoma crescimento e acirra disputa entre operadoras; como afeta empresas da B3?

Amil retoma crescimento e acirra disputa entre operadoras; como afeta empresas da B3?

A Amil voltou ao centro das atenções no setor de saúde suplementar após uma virada nos negócios iniciada com sua aquisição pelo empresário José Seripieri Filho, o Júnior, fundador da Qualicorp (QUAL3). Segundo relatório do Bank of America (BofA), a estratégia agressiva adotada pela operadora desde dezembro de 2024 tem provocado tensões no mercado, em especial nas praças de São Paulo e Rio de Janeiro, onde concentra 82% de sua base de beneficiários.

O número total de clientes em planos privados de saúde permanece praticamente estável, com 52,2 milhões de vidas, alta de apenas 2% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Nesse ambiente, operadoras têm disputado espaço e margem com intensidade.

Após perder 169 mil vidas ao longo de 2024, a Amil iniciou o ano seguinte em ritmo acelerado: apenas em janeiro e fevereiro, conquistou 101 mil novos clientes, segundo levantamento do BTG Pactual com dados da ANS. Em fevereiro, a firma adicionou 71 mil vidas, enquanto o setor como um todo recuou 11 mil.

Com isso, evitou a perda da terceira colocação no ranking nacional para a SulAmérica, que, nos dois primeiros meses do ano, ganhou 53 mil vidas e terminou fevereiro com pouco mais de 3 milhões de clientes, 63,9 mil a menos que a Amil.

Segundo o BofA, Júnior iniciou sua gestão com medidas voltadas à recuperação financeira da companhia. Reduziu reservas técnicas, com efeito positivo de R$ 1,2 bilhão no balanço, e promoveu reajustes relevantes nos planos de saúde, em especial os coletivos. A operadora reverteu prejuízos bilionários, de R$ 4 bilhões em 2023 e R$ 1,6 bilhão em 2022, para um lucro líquido de R$ 620 milhões em 2024.

O foco da nova gestão agora é escala. O relatório aponta que a Amil tem oferecido descontos de até 40% nos preços dos planos e comissões até três vezes maiores a corretores para acelerar a adesão. Desde dezembro do ano passado, a firma já adicionou 198 mil beneficiários.

Também firmou uma joint venture com a Dasa (DASA3) para ampliar sua rede hospitalar, movimento que pode intensificar a concorrência com a Rede D’Or, operadora verticalizada que redireciona beneficiários da SulAmérica, firma que passou a controlar, para hospitais próprios.

Mesmo com essa postura agressiva, o BofA avalia que as principais concorrentes seguem bem posicionadas. A Rede D’Or (RDOR3) mantém relações fortes com operadoras como o Bradesco Saúde e não tem seus hospitais integrados aos planos mais acessíveis da Amil. Já a Hapvida (HAPV3) continua dominante no Norte e Nordeste, onde a presença da Amil ainda é reduzida, com apenas 2,5% de participação. Sua estratégia verticalizada e de baixo custo segue sendo apontada pelo banco como adequada ao longo prazo.

Por outro lado, segundo apuração de O Globo, a Hapvida apresentou a maior perda líquida do setor nos primeiros meses de 2025: foram 61 mil vidas em fevereiro e 90 mil no bimestre.

De acordo com relatório do BTG Pactual, o recuo está concentrado em São Paulo e Minas Gerais, e foi distribuído entre diferentes contratos, sem a perda de um cliente corporativo específico. A própria firma reconheceu essa fraqueza na divulgação de resultados do quarto trimestre.

Bradesco Saúde também perdeu 61 mil vidas entre janeiro e fevereiro. A Central Unimed encolheu 37 mil no mesmo período. Na outra ponta, a Seguros Unimed cresceu em 19 mil vidas e a Porto Saúde adicionou 7 mil.

Para o BofA, o ritmo da Amil levanta dúvidas sobre a sustentabilidade de seus resultados no médio e longo prazos. Com margem pressionada por descontos, o banco acredita que uma eventual autorização da ANS para reajustes extraordinários em planos individuais, por meio da chamada revisão técnica, pode trazer alívio. Hoje, os planos individuais respondem por cerca de 15% da base da operadora, com índice de sinistralidade possivelmente acima de 100%.

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Autor: murilomelo

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