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Argentina: risco político eleva vulnerabilidade no mercado e complica estabilização

Argentina: risco político eleva vulnerabilidade no mercado e complica estabilização

Em meio à forte liquidação da Bolsa e do peso na sessão desta segunda-feira (8) com os investidores de olho na política, o mercado avalia quais são os próximos desdobramentos para a economia e para os ativos argentinos. A segunda-feira (8) foi marcada por agudo nervosismo após o revés eleitoral do partido do presidente Javier Milei na província de Buenos Aires alimentar as incertezas em relação ao cumprimento da agenda de estabilização fiscal.

Na avaliação do JPMorgan, o aumento do risco político eleva a vulnerabilidade econômica e complica o caminho da Argentina para a estabilização.

No front econômico, o aumento do risco político após a derrota eleitoral se traduz em prêmios de risco mais altos para os ativos e maior vulnerabilidade para o peso argentino, apesar das intervenções do Tesouro no mercado cambial.

Com reservas líquidas brutas estimadas em US$ 15,8 bilhões e depósitos cambiais do Tesouro em US$ 1,465 bilhão, o espaço de manobra do Banco Central é limitado caso a taxa de câmbio se aproxime do limite superior da banda.

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Javier Milei precisará buscar alianças após derrota eleitoral na Argentina

No câmbio, na última segunda, o dólar se aproximou do teto fixado pelo regime de banda móvel, atualmente em cerca de 1.470 pesos argentinos, conforme a imprensa local. No fim da tarde de segunda, a moeda americana subiu a 1.423,4953 pesos, um salto superior a 4% ante o nível da última sexta-feira. No mercado paralelo, o dólar blue avançou ao maior nível em mais de um ano, a 1.385 pesos, de acordo com o Ámbito Financiero.

O JPMorgan também reforça que taxas reais persistentemente altas ameaçam pressionar as contas fiscais ao aumentar as necessidades de financiamento do Tesouro, especialmente se persistirem até novembro. Para os analistas, é crucial distinguir entre necessidades de financiamento e equilíbrio fiscal, pois grande parte da dívida afetada é composta por títulos descontados, com custos de serviço capitalizados.

“Enquanto isso, as expectativas de inflação aumentaram ligeiramente e, neste ambiente de risco político, pode ser necessário um câmbio real mais competitivo para apoiar um superávit maior na balança comercial de mercadorias e conter a demanda por câmbio das famílias. Em última análise, a combinação de políticas adotada pelo governo nas próximas semanas será fundamental para moldar as expectativas de inflação de médio prazo e, consequentemente, o sucesso do programa de estabilização em meio à elevada incerteza política”, avalia o JPMorgan.

Desvalorização do peso em foco

Conforme ressalta o Goldman Sachs, a eleição em Buenos Aires ocorreu em meio a um significativo aperto das condições financeiras domésticas, desvalorização do peso, expectativas de leve alta da inflação em agosto, desaceleração do crescimento econômico, crescentes tensões entre o governo de Milei e o Congresso, e alegações de corrupção contra membros do governo.

Agora, o futuro do presidente provavelmente dependerá de como ele corrigirá o curso entre agora e a votação nacional de meio de mandato em outubro, que renovará quase metade do Congresso.

“Eles estão dispostos a perder dólares para evitar uma crise cambial, e é isso que espero que façam nos próximos dias”, afirmou Carolina Schuartzman, diretora de vendas e negociações do banco privado Banco de Valores. “Mas precisamos observar a dinâmica e quanto tempo isso pode durar, porque perder muitos dólares defendendo o câmbio fará com que o risco-país dispare.”

“A escala da derrota excedeu em muito as expectativas”, escreveram os analistas do JPMorgan em nota de pesquisa no final do domingo. “Com quase 50 dias até a eleição nacional de meio de mandato, o peso continua vulnerável a uma maior depreciação, apesar da intervenção cambial do Tesouro.”

(com Reuters)

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Autor: Lara Rizério

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