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Ataque dos EUA ao Irã foi baseado em dissimulação e iscas

Os ataques dos Estados Unidos contra as instalações nucleares do Irã envolveram uma missão-truque, projetada para desviar a atenção de rastreadores de voos, enquanto a maior mobilização da história de bombardeiros furtivos B-2 lançava, pela primeira vez em combate, bombas bunker-buster de 13 toneladas.

A operação — chamada Midnight Hammer (“Martelo da Meia-Noite”) — foi detalhada por altos oficiais do Pentágono na manhã de domingo. Eles descreveram uma ofensiva de grande escala que envolveu 125 aeronaves, lançamentos de mísseis Tomahawk a partir de um submarino dos EUA e o uso de 14 bombas do tipo Massive Ordnance Penetrator (MOP).

O coração da missão de 37 horas foi uma manobra de distração, em que um grupo de bombardeiros B-2 voou para o oeste, sobre o Oceano Pacífico, como isca para manter o fator surpresa tática, segundo o secretário de Defesa, Pete Hegseth. Reportagens na manhã de sábado, com base em dados de rastreamento de voos, sugeriam que aqueles aviões estavam sendo deslocados como uma tática de pressão para forçar o Irã a retomar as negociações sobre seu programa nuclear.

Enquanto esses aviões atraíam toda a atenção, outro grupo de B-2s voava para o leste, transportando as bombas bunker-buster. Segundo os oficiais, dezenas de aviões-tanque para reabastecimento aéreo, um submarino de mísseis guiados e caças de quarta e quinta geração também participaram do ataque, que atingiu as instalações nucleares em Fordow, Isfahan e Natanz.

A coletiva de imprensa ajudou a explicar outros dados que surgiram nos últimos dias, incluindo um movimento maciço de aviões-tanque na semana passada, amplamente reportado na época. A Casa Branca havia prometido na quinta-feira que o presidente Donald Trump tomaria uma decisão sobre o ataque “em até duas semanas”, o que indicava mais tempo.

No fim, a operação de sábado à noite foi considerada um sucesso pelo Pentágono. Nenhum militar americano foi perdido, e o Irã não disparou contra nenhum dos ativos militares dos EUA, segundo os oficiais. Hegseth disse que os membros do Congresso só foram informados depois que os aviões já estavam fora de perigo, contradizendo reportagens anteriores de que Trump havia avisado a liderança republicana antes.

Os voos de ida e volta para os alvos representaram o segundo mais longo da história operacional dos B-2, segundo Hegseth e o general da Força Aérea Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto. O mais longo foi uma missão de 40 horas, em outubro de 2001, na fase inicial da guerra no Afeganistão.

“Esse é um plano que levou meses e semanas de posicionamento e preparação, para que estivéssemos prontos quando o presidente dos Estados Unidos chamasse”, disse Hegseth. “Exigiu um alto grau de precisão. Envolveu dissimulação e o mais alto nível de segurança operacional.”

Segundo os oficiais, 75 armas guiadas de precisão foram utilizadas e a operação envolveu cerca de 125 aeronaves. Caine disse que a avaliação dos danos levará tempo, mas que “os três alvos sofreram danos extremamente severos e destruição”.

Antes dos ataques com os B-2 em Fordow, embarcações do Grupo de Ataque do Porta-Aviões Carl Vinson, no Mar da Arábia, incluindo um submarino, lançaram 24 mísseis de cruzeiro Tomahawk, segundo Caine e um gráfico divulgado pelo Pentágono.

Míssil cruzador, a outra arma americana nos ataques ao Irã

Em discurso à nação na noite de sábado, Trump disse que as principais instalações nucleares de enriquecimento do Irã haviam sido “completamente e totalmente obliteradas”. Ele ameaçou ataques “muito maiores” caso o Irã não busque a paz.

“Não me surpreenderia se, após um período de avaliação, voltássemos para reatacar alguns desses alvos, para garantir que atingimos o efeito desejado”, disse Joseph Votel, ex-comandante do Comando Central dos EUA (Centcom) e hoje membro do Middle East Institute. “Esse é, na verdade, um procedimento normal do nosso processo de ataque militar: atacar, avaliar e, se necessário, atacar novamente para obter o resultado que buscamos.”

Hegseth enfatizou que a missão teve como foco destruir o programa nuclear do Irã e não promover uma mudança de regime em Teerã. “A missão não foi e não é sobre mudança de regime”, afirmou.

Embora as avaliações de danos ainda estejam em andamento, o vice-presidente americano JD Vance disse estar confiante de que os ataques dos EUA aos locais iranianos “atrasaram substancialmente o desenvolvimento de uma arma nuclear — e esse era o objetivo do ataque”.

O programa nuclear do Irã foi adiado “por muito, muito tempo”, disse Vance em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC. “Acho que vão se passar muitos e muitos anos antes que os iranianos possam desenvolver uma arma nuclear.”

Por Tony Capaccio

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Bloomberg

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