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Banco do Brasil (BBAS3): tudo o que você precisa saber antes dos resultados do 3T25: lucro, PDD, agro e dividendos

O desempenho monetário do Banco do Brasil (BBAS3) no segundo trimestre de 2025 (2T25) foi caracterizado por resultados impactantes. A rentabilidade foi drasticamente comprometida pela deterioração da qualidade do crédito, resultando em lucro líquido ajustado significativamente abaixo das expectativas de mercado e uma contração acentuada no Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE).

O lucro líquido do 2T25 de R$ 3,8 bilhões representa uma queda anual de 60% – comparação com o 2T24 – e derrubou o ROE a alarmantes 8,4%. Este colapso na rentabilidade do Banco do Brasil foi impulsionado pelo aumento exponencial das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), principalmente na carteira do agronegócio

Para o terceiro trimestre de 2025 (3T25), o mercado direciona seu foco para a qualidade do crédito. A capacidade da diretoria da estatal em conter o ritmo de crescimento da inadimplência e do PDD será o principal fator de influência do preço da ação, mais do que o crescimento orgânico da carteira.

A divulgação dos resultados do 3T25 está prevista para 12 de novembro de 2025.

Performance financeira: o BB está bem das pernas?

O Banco do Brasil apresentou desempenho abaixo do esperado no segundo trimestre de 2025, com resultado inferior às projeções do mercado. O lucro líquido ajustado ficou aquém do intervalo das estimativas de R$ 4,64 bilhões e R$ 5,38 bilhões vindas de Ágora Investimentos, Safra, XP Investimentos,  Goldman Sachs e Genial Investimentos, refletindo um trimestre marcado por desaceleração nas principais linhas de receita e maior pressão sobre custos e provisões.

  • Veja aqui a cotação de BBAS3 em tempo real

O impacto no retorno de capital foi severo. Em termos de base de comparação, o ROE do Banco do Brasil saiu de 21,6% no 2T24 para 8,4% um ano depois, ilustrando a rapidez e magnitude da deterioração da rentabilidade.

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Apesar da fragilidade dos resultados do 2t25, a reação ao balanço na cotação de BBAS3 no dia seguinte foi surpreendentemente positiva, registrando alta de 4,03% e, desde então, o papel oscila dentro de um intervalo entre R$ 19,46 e R$ 22,73. Tal movimento sugere que o mercado pode ter já precificado o pior cenário do BB e está, agora,  focado na estabilidade dos fundamentos da firma e na capacidade de recuperação futura.

A mira, portanto, está menos na queda do lucro passado e mais na estabilização do custo do crédito e na inadimplência à frente.

Explosão nas provisões faz lucro do Banco do Brasil desabar no primeiro semestre de 2025

A deterioração da carteira de crédito, especialmente no agronegócio, combinada à Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) 4.966, que antecipou perdas futuras, elevou as provisões em cerca de 80% em relação ao segundo trimestre de 2024, retirando quase R$ 14 bilhões do resultado do 2t25 do Banco do Brasil (BBAS3).

Carteira de crédito sustentou o resultado do BB

Em contrapartida à crise de crédito, os pilares operacionais do BBAS3 demonstraram resiliência. A Carteira de Crédito Expandida atingiu R$ 1,29 trilhão, mantendo uma alta de 1,3% no trimestre e um crescimento robusto de 11,2% em 12 meses, segundo o próprio BB em nota à imprensa em agosto.

Recentemente, o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, disse esperar que a estatal opere em uma linha de crédito subsidiada pelo Tesouro Nacional, de R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas rurais.

A margem financeira bruta do banco público no 2T25 foi de R$ 25,1 bilhões, queda de 1,9% em um ano e alta de 4,9% no trimestre. A margem com o mercado caiu 51% em um ano para R$ 2,8 bilhões, enquanto a margem com clientes foi para R$ 22,3 bilhões, 12% acima do mesmo intervalo de 2024.

Quando saem os resultados do balanço de BBAS3 do 3T25?

O Banco do Brasil, assim como outras grandes companhias financeiras, realiza a divulgação de resultados trimestrais. A data prevista para a publicação relativa ao 3T25 é 12 de novembro de 2025. O calendário de balanços na B3 se estende de outubro a meados de novembro, com BBAS3 reportando-se após o Itaú Unibanco, previsto para 5 de novembro.

BBAS3 3T25: 10 números essenciais para acompanhar

O mercado se concentrará em dez indicadores para avaliar a performance do Banco do Brasil no 3T25:

1 – Lucro líquido ajustado: para alegrar os acionistas, o resultado deve mostrar recuperação significativa em relação aos R$ 3,8 bilhões do 2T25 e aos R$ 9,5 bilhões do 3T24, divulgado em novembro do ano passado. Entretanto, nas estimativas do Bradesco BBI, o BB deve ser o único banco a não apresentar aumento anual no lucro líquido;

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2 – Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE): a recuperação da rentabilidade acima do patamar de 8,4% é essencial para justificar a avaliação atual e o potencial de proventos;

3 – Margem financeira bruta: o banco busca uma recuperação na tentativa de atingir, pelo menos, a performance do 3T24, de R$ 25,9 bilhões.

4 – Despesas de Provisões para Devedores Duvidosos (PDD): o número mais sensível. O mercado observa se há estabilização ou, preferencialmente, redução sequencial do custo de crédito;

5 – Índice de Inadimplência (> 90 dias): monitoramento da evolução geral, com foco especial nas linhas de crédito do agronegócio e de micro, pequenas e médias firmas (MPMEs);

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6 –  Cobertura de PDD (Provisionamento sobre Inadimplência): indica se o banco está construindo um colchão de provisões adequado para cobrir os crédito problemáticos, um sinal de gestão prudente de risco;

7 – Retorno sobre Investimento (ROI): deve ser mantido estável (13,3% no 2T25) para assegurar a capacidade de crescimento da carteira e a flexibilidade na política de proventos;

8 – Custo de Crédito: custo total de um serviço de crédito, precificando encargos, tributos taxas e quaisquer despesas de um empréstimo ou financiamento.

9 – Despesas administrativas e de pessoal: a eficiência operacional é crucial. No 2T25, as despesas totalizaram R$ 9,7 bilhões, uma elevação de 1,9% em relação ao 1T25 – no semestre, subiram 5,8%. A contenção de custos em um ambiente de receita pressionada ajuda a amortecer o impacto do PDD no resultado final;

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10 – Comunicação do payout (porcentual do lucro distribuído aos acionistas): o resultado influenciará diretamente a remuneração ao acionista, que foi cortada para 30% após o 2T25.

Por que o agro afeta tanto os resultado do BBAS3?

A relevância do agronegócio para o BBAS3 pode ser quantificada pela magnitude da sua exposição. Segundo o próprio BB, em fevereiro desse ano, a carteira agrícola do banco atingiu a marca histórica de R$ 400 bilhões, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2024.

Dada essa proporção, qualquer piora nas condições do agronegócio – seja por fatores macroeconômicos, climáticos ou de preços de commodities – tem um impacto nos resultados monetários do banco, manifestando-se como um aumento nas provisões (PDD), explica a XP.

A forte elevação do PDD no 2T25 confirmou que a deterioração da dinâmica agrícola brasileira é um risco material.

BBAS3 x ITUB4

O Banco do Brasil registrou ROE de 8,4% no 2T25, ficando bem abaixo do desempenho médio dos últimos dois anos. Entre o 1T23 e o 2T25, o banco apresentou média de 19,6%, o que significa que o resultado mais recente foi cerca de 11 pontos porcentuais inferior ao que costuma apresentar.

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Em contraste, o Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) é reconhecido pela sua consistência e resiliência, sendo frequentemente classificado como a principal escolha (Top Pick) no setor bancário, analisa a Genial Investimentos. O Itaú reportou lucro líquido gerencial de R$ 11,5 bilhões, superando em 14,3% o igual intervalo de 2024.  Além disso, seu ROE atingiu os 21%, conforme o balanço.

Relação de resultado trimestral e payout

O BB remunera seus acionistas com periodicidade trimestral.

Porém, a queda abrupta do lucro líquido do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2025, para R$ 3,8 bilhões, levou a instituição a anunciar um corte no pagamento de dividendos. A medida, embora reflexo direto do resultado mais fraco, também tem caráter prudencial e estratégico.

O Índice de Capital Principal (CET1) do banco, que já vinha em trajetória de queda desde junho de 2024, atingiu 10,97% no 2T25. Em outras palavras, a parcela de capital próprio que o BB utiliza para sustentar sua carteira de crédito está cada vez mais enxuta.

Diante desse cenário, a decisão de reduzir o payout de 40% a 45% do lucro líquido para 30% busca preservar a solidez financeira e recompor a base de capital da instituição. Os investidores, portanto, buscarão novas informações sobre a política de payout para o 4T25.

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Uma recuperação robusta do lucro líquido no 3T25 poderia sinalizar a estabilização ou mesmo a recuperação do patamar de distribuição de proventos, reafirmando o Banco do Brasil (BBAS3) como um ativo de renda passiva. O histórico de remuneração ao acionista, bem como os resultados dos balanços já anunciados, está disponível na seção de Serviços para Investidores do site de Relações com Investidores (RI) do banco (acesse clicando aqui).

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Isabela Ortiz

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