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Bolsa Família: beneficiários estão realmente saindo de empregos informais?

Desde a reformulação do Bolsa Família em março de 2023, com a garantia de um valor mínimo de R$ 600 por família, surgiram novos impactos no mercado de trabalho.

Ao contrário da ideia de que o benefício desestimula a busca por emprego, um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica outro movimento: parte dos beneficiários deixou ocupações extremamente precárias e instáveis, em um fenômeno identificado como “fuga da informalidade”.

Quem está saindo de empregos informais?

A principal saída do mercado de trabalho foi registrada entre trabalhadores em posições informais, como trabalhadores domésticos sem carteira assinada e pessoas que atuavam como auxiliares em atividades familiares, de acordo com nota do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Grande parte das pessoas que se afastaram do mercado são mulheres, especialmente aquelas com filhos pequenos, baixa escolaridade e residentes no meio rural das regiões Norte e Nordeste. Para muitas delas, o tempo dedicado aos cuidados domésticos e familiares se tornou incompatível com as exigências de um trabalho mal pago.

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Segundo dados da PNAD, mais de 80% das mulheres com filhos menores de três anos afirmaram que a responsabilidade pelos cuidados impedia sua inserção no mercado.

Renda mínima como base de escolha

A existência de uma renda básica oferecida pelo Bolsa Família deu a essas mulheres a possibilidade de optar por cuidar da casa e dos filhos sem recorrer a empregos insustentáveis.

Essa escolha é especialmente relevante para mães solo e cuidadoras que, sem o benefício, estariam forçadas a aceitar qualquer ocupação, mesmo em condições degradantes.

Estudo mostra redução na taxa de participação

O estudo do Ipea usou a metodologia de comparação entre beneficiários e não beneficiários com perfis semelhantes.

Os resultados mostram que o aumento do benefício provocou uma leve redução na taxa de participação no mercado, entre 2,2 e 4,7 pontos percentuais. No entanto, não houve alteração significativa no número de horas trabalhadas entre os que permaneceram ocupados.

Mais do que indicar um afastamento do trabalho, o Bolsa Família revela uma reconfiguração da relação entre renda e ocupação.

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Colaborou: Giovana Sedano. 

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Jéssica Anjos

Dinheiro Portal

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