(Reuters) – O ex-presidente Jair Bolsonaro está clinicamente estável após uma cirurgia de 12 horas neste domingo Brasília, em razão de um quadro de obstrução intestinal, de acordo com boletim médico divulgado nesta noite.
Bolsonaro “foi submetido a cirurgia de extensa lise de aderências e reconstrução da parede abdominal”, afirma o boletim, citando que o procedimento de grande porte ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue.
“A obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências”, detalha o boletim do DF Star.
Ainda conforme o documento, o ex-presidente “encontra-se no momento na Unidade de Terapia Intensiva, estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções”.
O boletim é assinado pelos médicos Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica; Leandro Echenique e Ricardo Camarinha, cardiologistas; Guilherme Meyer, diretor médico do Hospital DF Star; e Allisson Barcelos Borges, diretor-geral do DF Star.
Antes da divulgação do boletim, a esposa de Bolsonaro, Michelle, publicou nas redes sociais que a cirurgia for a “concluída com sucesso”.
A ex-primeira-dama também afirmou que “em breve, os médicos darão uma coletiva com mais informações”
A cirurgia começou às 08h30 e estava prevista para durar seis horas, mas se estendeu devido à sua complexidade.
Bolsonaro, de 70 anos, foi hospitalizado na sexta-feira após sentir fortes dores abdominais na sexta-feira quando estava em visita no interior do Rio Grande do Norte, como parte de um giro por vários locais do país para angariar apoio político. Ele foi transferido para Brasília, onde reside, na noite de sábado.
O ex-presidente já sofreu outros episódios de obstrução intestinal nos últimos anos, que seus médicos apontaram ser consequência das cirurgias na região abdominal a que ele foi submetido uma facada em 2018, em Juiz de Fora (MG), durante campanha na eleição presidencial daquele ano — vencida por ele.
Anistia
Ele tem feito campanha no Brasil para que o Congresso aprove um projeto de lei de anistia para seus apoiadores que invadiram a capital depois que ele perdeu a eleição de 2022.
Em uma mensagem a aliados antes da cirurgia, o ex-presidente criticou a punição contra uma apoiadora que pode ser sentenciada a 10 anos de prisão, e novamente pediu que o Congresso aprove projeto da anistia.
“Deus ilumine cada um dos 513 deputados e 81 senadores em seus votos. Se com nossas decisões pavimentamos a nossa eternidade, esse voto tem um peso capital.”
No mês passado, o ex-presidente se tornou réu perante o Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de ter liderado uma tentativa de golpe de Estado após ser derrotado na eleição presidencial de 2022.
A denúncia posiciona Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que agiu para contrariar o resultado das urnas após a derrota do então presidente na eleição de 2022 para o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele tem negado qualquer irregularidade e chamou o processo de um exemplo de “claro ativismo judicial da esquerda” contra líderes conservadores como ele e a francesa Marine Le Pen.
Além dessa e de outros processos que ainda enfrenta no STF, Bolsonaro também está inelegível até 2030 por conta de duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político na campanha eleitoral de 2022.
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Autor: Felipe Moreira
