‘Brasil em promoção’ atrai gringos e Ibovespa reage apesar de economia aquecida nos EUA
Os ativos brasileiros não perdem o fôlego. Às vésperas do feriado nos EUA pelo Dia da Independência, o Ibovespa avança e ultrapassa a marca histórica intradiária acima dos 141 mil pontos, enquanto o dólar oscila perto da estabilidade, se firmando na casa dos R$ 5,4160.
O fator preponderante no mercado e que vem estimulando a procura por ativos brasileiros é o nível de “desconto” nos preços atualmente. No caso das ações, a leitura é de que os papéis estão baratos na comparação com níveis históricos, o que continua atraindo o interesse dos investidores em relação a outros ativos no mundo.
Esse cenário se sobrepõe aos dados do mercado de trabalho nos EUA divulgados hoje, que mostraram uma economia ainda aquecida. Isso tem características inflacionárias, o que limita a chance de corte de juros por lá. Em tese, o investidor não vê vantagem em outros mercados mais arriscados. Mas isso importa menos agora, porque o assunto é o nível de preços dos ativos.
Tanto é verdade que o fluxo de investidores estrangeiros para a bolsa só cresce. Segundo dados da B3, a entrada de recursos externos para as ações está em R$ 26,4 bilhões no acumulado deste ano. E o Ibovespa sobe 15,6% de janeiro até agora.
Do ponto de vista local, as apostas de um corte da Selic já no fim deste ano abrem uma brecha para um movimento de compras das ações. O cenário político ainda está no radar, com o governo brigando para manter de pé o aumento do IOF. Mas a procura por papéis bons e de alta liquidez continua acontecendo.
“As ações de bancos, mineradoras e siderúrgicas seguem impulsionando o Ibovespa”, diz Luise Coutinho, chefe da área de Produtos e Alocação da HCI Advisors.
Some-se a isso o fato de que o mercado de trabalho nos EUA não estar tão aquecido quanto estava há alguns meses – o que tende a significar inflação mais controlada. Com isso, o corte de juros lá fora pode até não acontecer agora, mas deve ocorrer perto do fim do ano. Ou seja: mais recursos para ativos de risco, caso das ações e mercados emergentes como o nosso. Bruno Cotrim, economista e sócio da casa de análise Top Gain, projeta que o corte de juros lá fora aconteça a partir de setembro.
Aos olhos do investidor “gringo”, ativos brasileiros também vêm performando bem desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca – a guerra comercial promovida pelo republicano tem estimulado esse movimento. É o que explica a perda de força do dólar globalmente.
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Autor: Juliana Machado