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Caneta para emagrecer não resolve, alerta médica especializada em medicina funcional

Caneta para emagrecer não resolve, alerta médica especializada em medicina funcional

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PhD em Medicina e autora do livro “A Ciência do Desconforto”, Maíra Soliani foi a convidada do 12º episódio da 3ª temporada do programa Mapa Mental, no canal GainCast. Reconhecida por seu trabalho em medicina funcional, Maíra propõe uma abordagem que une ciência, estilo de vida e desconforto intencional como ferramentas para restaurar o equilíbrio físico e emocional.

Maíra compartilhou sua trajetória de transição da anestesiologia para uma atuação voltada à medicina preventiva, questionando práticas tradicionais da medicina moderna e defendendo a importância de estratégias como jejum intermitente, mudança de mentalidade e gestão inteligente do estresse.

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Mudança na carreira

Foi a partir de uma gestação difícil e de uma indicação de livro que seu olhar sobre medicina começou a mudar.

“Eu era super feliz como anestesista, mas quando tive uma gestação difícil, ganhei peso e começaram a surgir várias dúvidas. Li o livro ‘Porque engordamos’, do Gary Taubes, e comecei a aplicar as mudanças alimentares em mim. Em dias, minha disposição melhorou. O anel e o relógio ficaram largos. Pensei: não é possível”, relembra.

O livro foi o estopim para uma transformação pessoal e profissional. Maíra passou a estudar profundamente sobre nutrição, resistência insulínica, cânceres relacionados à obesidade e percebeu que a medicina tradicional focava apenas em tratar doenças e não em preveni-las.

“Todas as doenças dos dois lados da minha família poderiam ter sido evitadas ou atrasadas se eu soubesse recomendar melhor estratégias de saúde que eu mesma não seguia, e não era por falta de disciplina, era só por não saber”, conta.

A partir disso, passou a atender pessoas com foco em saúde metabólica, restringindo carboidratos e utilizando estratégias como jejum intermitente. Uma das suas críticas é que a medicina só costuma dar atenção a doenças quando existe um medicamento disponível. “Esteatose hepática é uma epidemia silenciosa. Como ainda não tem um remédio específico, não é valorizada. A hora que tiver uma medicação específica, vai ter cor do mês para ela”, alerta.

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Corpo precisa de estresse

Segundo Maíra, o ambiente excessivamente confortável da vida moderna está desconectado das necessidades do corpo humano. Para ilustrar, ela usa a analogia do cacto: uma planta adaptada à seca que apodrece se colocada em um ambiente úmido demais. “O ser humano moderno é um cacto transplantado para uma floresta tropical. Estamos sofrendo com o excesso”, diz.

Para ela, desconforto é essencial — e há diferentes formas de incorporá-lo. Práticas como jejum, exposição ao frio, sauna e atividade física são estresses positivos que despertam mecanismos de adaptação, como a autofagia. “Autofagia é um processo de autolimpeza celular. Quando você dorme bem e fica longe da comida, permite que o corpo reforme o que precisa ser reformado”, explica.

Dopamina em excesso adoece

A médica também comenta sobre o impacto do excesso de dopamina gerado por prazeres constantes. “A gente fica buscando o mesmo prazer do começo comprando uma coisa que hoje você acha boba. Não consegue mais achar prazer com coisas pequenas”, compara.

A resistência a esse ciclo depende de um novo “mapa mental”. “Informar não é suficiente. A gente vive um mar de informação e as pessoas estão nadando perdidas. A mentalidade precisa chegar primeiro”, destaca.

No caso do jejum, Maíra alerta que não há receita única. Pessoas com doenças como diabetes devem consultar um médico, mas as saudáveis podem começar apenas eliminando os lanches entre as refeições. “Jantar cedo e evitar calorias à noite já é um começo. Já temos estudos mostrando que isso reduz a fome no dia seguinte e melhora a queima de gordura”.

Crítica ao imediatismo, ela acredita que o processo é tão importante quanto o resultado. “As pessoas querem só o resultado final sem pagar o preço da escalada. Mas é essa escalada que te forma como pessoa”, diz.

Caneta não resolve sozinha

Apesar de utilizar medicamentos modernos em seu consultório, como os agonistas de GLP-1 – popularmente conhecidos como “canetas para emagrecer” –, Maíra Soliani critica o uso indiscriminado dessas substâncias sem mudança real de comportamento.

“Essas canetas ajudam muito quando você usa no contexto com essa mentalidade ajustada. Ela não vai resolver o problema para mim, ela vai me ajudar a fazer o que eu entendi que eu tenho que fazer: esse desconforto”, explica.

Segundo a médica, o problema não está na medicação em si, mas na forma como ela é administrada. Muitos pacientes veem o remédio como uma solução mágica e não se comprometem com mudanças alimentares ou com o enfrentamento do desconforto.

“Existe o mau uso dela. O paciente não aprendeu nada. O que acontece é que com esses hormônios intestinais a gente regula melhor o apetite, mas se não mudar o comportamento, há reganho de peso”, aponta.

Para ela, o uso racional da medicação deve estar inserido dentro de um plano maior, que inclui alimentação de verdade, redução de carboidratos refinados, e principalmente, mudança de mentalidade. “A caneta é um meio, não o fim. A mentalidade é o alicerce”, diz.

Por isso, o desconforto não é um obstáculo, mas um caminho. “Você não consegue ter resultado se não estiver disposto a algum tipo de desconforto. Isso não é novo. Isso é estoicismo”, destaca.

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Autor: Bruno Nadai

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