“Chocante”: Democratas pressionam por responsabilização em audiência após vazamentos


Uma audiência da Comissão de Inteligência da Câmara dos EUA teve início nesta quarta-feira (26), com democratas pressionando por respostas após a divulgação do histórico completo de mensagens trocadas por autoridades do governo Trump em um grupo no aplicativo Signal, revelado pela The Atlantic. As conversas continham informações sensíveis sobre ataques militares dos EUA a alvos Houthi no Iêmen.
Com a revelação do conteúdo completo das mensagens e a escalada de críticas, cresce a pressão por responsabilização e por mudanças nos protocolos de comunicação entre altos funcionários do governo – especialmente diante de riscos operacionais e diplomáticos em curso no Oriente Médio.
O deputado Jim Himes, de Connecticut, principal democrata na comissão, foi direto: “É pela impressionante graça de Deus que não estamos hoje lamentando pilotos mortos”, disse, alertando que os dados poderiam ter sido interceptados por Rússia ou China e repassados aos Houthis. “Esse tipo de erro exige uma resposta clara: reconhecer, pedir desculpas e interromper tudo até entender o que aconteceu.”

Tulsi Gabbard, diretora de inteligência nacional, e John Ratcliffe, diretor da CIA, foram chamados para prestar esclarecimentos. A expectativa é de que os democratas os questionem especificamente sobre a conduta no grupo e as falhas de segurança. Ratcliffe, até agora, tem sido visto como o mais cauteloso entre os envolvidos – evitando divulgar dados operacionais, ao contrário do ex-secretário de Defesa Pete Hegseth, que compartilhou horários exatos de decolagens militares.
Apesar da tensão, o presidente da comissão, Rick Crawford (Republicano do Arkansas), tentou desviar o foco: disse que esperava que a sessão abordasse “ameaças maiores” ao país e não apenas as mensagens vazadas.
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Fora do Congresso, a pressão também cresce. O grupo de vigilância American Oversight entrou com uma ação judicial solicitando que todos os registros do grupo no Signal sejam preservados, alegando possível violação das leis de transparência pública, já que o aplicativo pode apagar mensagens automaticamente. O caso foi parar nas mãos do juiz James E. Boasberg, que já enfrenta atritos com o governo Trump por conta das deportações de venezuelanos a uma prisão em El Salvador.
Em paralelo, o senador democrata Andy Kim, de Nova Jersey, classificou o conteúdo do grupo como “chocante” e afirmou que tratava-se de material “claramente sensível e classificado”. Em uma postagem nas redes sociais, Kim — que já trabalhou na Sala de Situação da Casa Branca — foi direto: “Não acredito que Hegseth teve a imprudência de enviar mensagens que colocam um alvo em nossos pilotos. Ele precisa renunciar.”
(com informações de New York Times e Washington Post)
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Autor: Paulo Barros