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Cimed quer um Ozempic para chamar de seu: ‘uma canetinha amarela’, diz João Adibe

Cimed quer um Ozempic para chamar de seu: ‘uma canetinha amarela’, diz João Adibe

A Cimed é mais uma farmacêutica na sala de espera pela queda da patente da semaglutida. O princípio ativo da caneta injetável Ozempic deve deixar de ser uma exclusividade da dinamarquesa Novo Nordisk a partir do ano que vem. “Queremos ter uma canetinha amarela o mais rápido possível”, disse João Adibe, CEO da Cimed ao InfoMoney, fazendo alusão à cor que dá identidade visual à firma.

Indicada para tratamento da obesidade, a substância é vista por Adibe como “droga da humanidade”. “Quanto mais acesso a gente der à população, mais benefícios de longevidade esse tipo de droga pode levar”, afirma o executivo.

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A tal da canetinha amarela é um dos 150 produtos no pipeline da divisão farma da Cimed que devem ser lançados nos próximos cinco anos. O horizonte é mais longo porque a firma depende, justamente, da quebra de patentes para desenvolver os genéricos.

“Temos grandes categorias que vão expirar patente em 2026 e a Cimed vai lançar todos os produtos que tem grande potencial de crescimento”, garante o CEO.

João Adibe, CEO da Cimed: 130 produtos na divisão de consumo em 2025 (Foto: Divulgação)

Enquanto a canetinha não vem…

Mas a firma não pode esperar tanto para bater a meta ambiciosa que estabeleceu já para este ano: alcançar R$ 5 bilhões de faturamento, após chegar aos R$ 3,6 bilhões em 2024.

Partindo do princípio de que é preciso aumentar o tamanho do portfólio para atingir esse e um outro objetivo ainda mais ambicioso – R$ 10 bilhões de receita até 2030 -, a Cimed vai turbinar sua divisão de consumo, que não depende da espera por queda de patentes e já responde por mais de 60% da receita da companhia.

Nesse segmento, Adibe sinaliza para o lançamento de 130 novos produtos em 2025. Mais de 70 chegam ao mercado já no primeiro trimestre deste ano.

A Carmed, uma das marcas mais famosas do grupo, deixou de ser exclusiva dos protetores labiais e, desde o ano passado, está sendo explorada em produtos de higiene bucal, com enxaguante e creme dental. Agora, também vai estampar uma linha de maquiagens e perfumes.

Já a marca de vitaminas Lavitan emprestará seu nome a isotônicos, bebidas proteicas prontas para beber e até uma linha inédita de whey protein gaseificado. Com esses produtos, a Cimed entra na parte de alimentos e pretende ganhar espaço em canais de venda fora das farmácias.

Em marcas novas, a Cimed vem com João e Maria, de cuidados para bebês. A nova linha repagina produtos da R2M, firma famosa por seus lenços umedecidos, adquirida pela farmacêutica no final de 2023, e vai ter shampoo, condicionador, óleo corporal e perfume.

Summit farmacêutico e investimentos de R$ 2 bi

As novidades no portfólio da firma vão ser anunciadas com detalhes neste fim de semana. A Cimed investiu R$ 30 milhões no que chama de “maior summit farmacêutico da América Latina”, o MSA (sigla para ‘Meu Sangue Amarelo’).

Inspirado em eventos como a Expert XP e o VTEX Day, voltado ao e-commerce, a companhia quer aproveitar a ocasião para “apresentar os planos da companhia para toda a nossa cadeia de fornecimento”, afirma Adibe. A expectativa de público é de R$ 30 mil pessoas.

Para tirar do papel o plano de dobrar a firma de tamanho em cinco anos, a Cimed prevê investir R$ 2 bilhões nesse período. Os recursos vão ser direcionados para pesquisa e desenvolvimento, ampliação de estrutura fabris e marketing.

A planta de Pouso Alegre, inaugurada em 2022, está sendo expandida e a previsão é ter mais uma fábrica voltada à linha higiene e beleza até meados do ano que vem.

“A ideia é fazer essa fábrica na região Nordeste. Começar em 2025 e inaugurar em 2026”, disse Adibe.

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Jequiti e Caminhão do Domingão

No ano passado, a Cimed tentou adquirir a Jequiti do Grupo Silvio Santos, mas a negociação acabou não dando certo, após seis meses de tratativas. Adibe conta que a firma tinha o desejo de entrar no negócio porta a porta com a aquisição. “Fazer o cara do catálogo vender o produto da farmácia”, explicou o executivo.

A ideia era aproveitar uma marca conhecida em vez de criar uma nova do zero. “Uma coisa é você comprar uma coisa que está funcionando e colocar seu estilo. Outra, é criar uma plataforma nova e temos outras prioridades”, afirma o CEO.

E uma dessas prioridades é o Foguete Amarelo. Usando um bordão da Faria Lima, a Cimed criou uma plataforma que disponibiliza estoques para farmácias independentes, que só pagam à farmacêutica pelos produtos vendidos. Com a premissa de resolver um problema de capital de giro do pequeno varejista, a companhia tem conseguido aumentar o número de produtos nas prateleiras desses clientes de menor porte.

A Cimed pode ter ficado sem as inserções comerciais de milisegundos que transformaram a marca Jequiti em um meme. Mas ainda vai ter espaço garantido na televisão, como marca que vai tirar do baú o nostálgico Caminhão do Domingão, da TV Globo.

A cada R$ 50 em produtos Cimed, o consumidor tem uma chance de ganhar a leva de prêmios. Mas, em vez dos códigos de barra enviados por carta da versão antiga da promoção, o participante vai cadastrar o cupom fiscal no site da farmacêutica ou pelo whatsapp. O próprio João Adibe, showman com mais de quatro milhões de seguidores no Instagram, é quem vai fazer a entrega.

Macro complicado

O “João da Cimed”, que já era inquieto, está mais agitado do que nunca com tantas novidades. Mas não desvia o olhar da macroeconomia complicada. “Viver em um país onde a taxa de juros está em 15% é inacreditável”, disse o executivo. “Por isso que olhamos tanto para custos, para poder se dar ao luxo de crescer em um ambiente no qual a maioria está tentando sobreviver”.

No ano passado, a Cimed fez duas emissões de debêntures e levantou mais de R$ 1 bilhão. “Quitamos os vencimentos curtos [das dívidas] e alongamos para passar os próximos dois anos”, explica Adibe, convicto de que a economia turbulenta não irá afetar os planos de crescimento de sua companhia.

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Autor: Mitchel Diniz

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