Com juro alto, Credix aposta em tecnologia para fomentar crédito a PMEs


Em meio a um cenário de crédito mais restritivo, marcado por juros elevados e acesso limitado a recursos, a Credix representa uma oportunidade de ampliar as possibilidades de financiamento para pequenas e médias firmas brasileiras (PMEs). Com uma solução voltada ao mercado B2B, a fintech aposta no Credipay, produto que oferece crédito direto ao comprador final em transações entre firmas, resolvendo um gargalo relevante do setor.
Fundada há pouco mais de três anos na Bélgica, onde fica sua sede, a Credix mirou seu foco na América Latina e rapidamente voltou sua operação para o Brasil. Foi aqui que os fundadores identificaram uma lacuna clara no mercado: grandes firmas queriam vender para pequenos negócios, mas esbarravam na dificuldade de análise de crédito e nos custos operacionais dessa ponta pulverizada da cadeia.
“Percebemos que os bancos e as factorings atendiam as grandes firmas, mas ninguém atendia essa cauda longa de compradores que são as pequenas e médias firmas”, conta Raphael Coelho, CFO da Credix.
Crédito como impulsionador do negócio
Foi a partir dessa constatação que surgiu o Credipay. “Vimos essa oportunidade em um mercado que já conhecíamos bastante e resolvemos investir, fazendo justamente essa parceria com grandes fornecedores para ofertar linhas de compra para pequenas firmas”, complementa o executivo.
A ferramenta conta com uma tecnologia desenvolvida pela Credix que permite que firmas ofereçam crédito para seus clientes de forma automatizada – tornando o processo de vendas mais ágil e eficiente, beneficiando tanto o time de vendas quanto o monetário.
Coelho conta que, antes do Credipay, era necessário para a companhia vendedora solicitar vários documentos – como carta cadastral do CNPJ, balanço do último ano assinado pelo contador e informações dos fundadores – para a análise e aprovação da venda à firma compradora, em um processo que poderia levar dias e dificultar a venda.
Com a solução, o sistema da fintech é capaz de calcular, em minutos, o limite de crédito e os prazos de pagamento ideais para cada comprador somente a partir do número do CNPJ.
“Cada venda no B2B é, na prática, uma decisão de crédito. No mercado B2C, o cliente final passa o cartão de crédito e quem vende não se preocupa se vai pagar ou não, tendo crédito vai automaticamente receber. No mercado B2B, é uma decisão que parte de uma análise feita por um time”, explica Enrico Fasano, head de GTM (go-to-market) da Credix.
Segundo Fasano, em muitos casos as firmas dependem de crédito para vender, mas fornecer esse crédito a quem compra não é seu core business. É uma forma de impulsionar vendas, reduzindo o risco – que fica com a Credix.
“Quando falamos com os parceiros, vemos que o crédito é um impulsionador de negócio. Então, o nosso objetivo aqui é ajudar as firmas a crescerem, atingindo um pool de clientes que hoje não atendem ou aumentando o limite para os clientes que existem”, pontua o executivo.
Antecipação de recebíveis
Além de acelerar a tomada de decisão, a Credix também passou a oferecer antecipação de recebíveis para os fornecedores. Segundo Fasano, é uma forma de atender a uma necessidade de mercado identificada ao longo do tempo – de quem não quer receber a prazo, mas sim antecipar, visando a otimizar o fluxo de caixa.
O modelo da firma se diferencia por considerar a relação entre comprador e fornecedor, e não apenas os scores tradicionais de crédito.
“Se aquele fornecedor (cliente), é estratégico para o comprador, sabemos que ele vai priorizar esse pagamento. Com esse entendimento, conseguimos enxergar qual é o risco de verdade dessa operação, ao invés de só assumir que o risco é muito alto pelo comprador ser uma pequena firma”, diz Coelho. Isso permite oferecer melhores condições para bons pagadores e evita desperdício de recursos com clientes de alto risco.
De olho no futuro
O CFO conta ainda que a firma cresce, percentualmente, o volume transacionado em dois dígitos todo mês e que as perdas estão em níveis abaixo de 1%. “A nossa expectativa é fazer mais de R$ 100 milhões por mês de volume até o final de 2025”, acrescenta.
Com presença em todo o Brasil e foco em verticais como eletrônicos, autopeças e alimentos, a Credix atende grandes distribuidores que vendem para uma base ampla de pequenos empreendimentos — de restaurantes a transportadoras. O objetivo é seguir expandindo para outros setores, como cosméticos, suplementos e mercado pet.
De olho no futuro, a firma quer reduzir ainda mais o tempo de análise de crédito — que já é inferior a cinco minutos — e aprofundar sua presença no ponto de venda, inclusive integrando sua solução ao checkout de plataformas digitais.
Apoio monetário
Para garantir eficiência também na gestão financeira interna, a Credix conta com a assessoria da XP firmas, parceira desde o início das operações no Brasil. A instituição auxilia a fintech na gestão de caixa, investimentos e transações internacionais, além de apoiar decisões estratégicas com análises de cenário econômico e sugestões operacionais.
“Temos uma parceria horizontal com a XP firmas e uma atuação muito positiva, nos ajudando a fazer o investimento do nosso caixa, por exemplo, porque o business de crédito envolve manter caixa e balanço altos. A XP firmas provê esse serviço para deixarmos o caixa remunerado e sempre investido, não fica parado”, exemplifica Coelho.
Com um time de negócios e risco sediado no Brasil e a área de tecnologia baseada na Bélgica, a Credix une conhecimento local com inovação global e quer continuar ampliando o acesso ao crédito de forma inteligente, segura e, principalmente, rápida, contam os especialistas da firma.
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Autor: jamilleniero