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Como a SteinCares pretende ampliar (e baratear) tratamento de doenças raras no Brasil

Como a SteinCares pretende ampliar (e baratear) tratamento de doenças raras no Brasil

Nome ainda pouco conhecido no Brasil, a multinacional SteinCares chegou há menos de dois anos no país, disposta a tomar para si uma fatia do concorrido mercado de medicamentos de alta complexidade. São tratamentos para doenças raras, que costumam ter custo elevado para o sistema público de saúde e instituições privadas, como hospitais e planos de saúde.

Atualmente, gigantes como Roche, Janssen e Novartis dominam a distribuição desses produtos no mundo, e por aqui não é diferente. A entrada de um novo player, por outro lado, não só possibilita a chegada de novos tratamentos ao país, como tende a baratear os que já estão disponíveis .

“A chegada de um biossimilar no mercado gera, em média, 40% de economia para o pagador, seja ele o governo ou uma instituição privada. A gente vê isso em mercados mais maduros, como Europa e Estados Unidos, e também se concretizando aqui no Brasil”, disse Julio Avella, gerente-geral da SteinCares no Brasil, ao InfoMoney.

Os biossimilares reproduzem os efeitos dos medicamentos biológicos e são desenvolvidos após a queda da patente desses produtos. Atualmente a SteinCares tem parcerias com farmacêuticas globais que desenvolvem biossimilares para o tratamento do câncer e doenças autoimunes, por exemplo.

A firma ainda atua no segmento de genéricos de alta complexidade (não biológicos), hemoderivados (tratamentos obtidos do plasma sanguíneo) e também possui uma frente de medicamentos inovadores.

“São produtos que, de fato, trazem uma inovação, para uma necessidade ainda não atendida dos pacientes”, explica Avella, dando como exemplo tratamentos para câncer de pulmão e doenças de síntese de ácidos biliares, consideradas patologias raras.

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Escritório da SteinCares no Brasil (Foto: Divulgação)

No aguardo da Anvisa

No Brasil, a SteinCares tem 14 produtos licenciados. Além das doenças já citadas, o portfólio da firma também vai disponibilizar tratamentos para psoríase, doença de Crohn, artrite reumatoide, dentre outras.

“Só esses 14 produtos representam um mercado de US$ 2 bilhões”, diz Avella. A firma prevê faturar US$ 130 milhões com a comercialização dos medicamentos no Brasil até 2028. Mas a distribuição ainda não começou, pois ainda depende do registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Sabemos que os tempos no Brasil não são curtos. O registro da Anvisa pode demorar de um ano e meio a dois anos para sair”, afirma o executivo a frente da operação da distribuidora no país. Ainda assim, é um país estratégico para a SteinCares, por representar metade do mercado de cuidados especiais na América Latina.

Não à toa, além de liderar a operação brasileira, Avella também é responsável por adquirir licenças de distribuição de medicamentos que tratam de doenças raras para todo o mercado latino-americano.

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Julio Avella, gerente geral da SteinCares no Brasil (Foto: Divulgação)

Entrada via aquisição

A região está no foco da companhia, fundada há 45 anos na Costa Rica pelos Wassersteins, uma família de farmacêuticos. Durante décadas a firma produzia medicamentos para o varejo, até que a segunda geração dos fundadores assumiu a gestão do negócio e transformou a SteinCares em uma licenciadora para produtos de alta complexidade.

Hoje, a companhia tem presença em mais de 30 países da América Latina e Caribe e um portfólio com mais de 500 produtos. Antes de entrar no Brasil, ingressou no Chile e na Colômbia, por meio da aquisição de firmas locais. Por aqui não foi diferente: em agosto do ano passado, a SteinCares comprou a Inova Farmacêutica, firma com sede em Santana do Parnaíba (SP).

“É uma firma que tinha todas as autorizações necessárias para se poder operar no Brasil, mas que ainda não possuía nenhum produto licenciado”, explica Avella. Com a aquisição, a SteinCares passou a contar com um laboratório de qualidade para importação e distribuição de medicamentos no Brasil.

A expansão deve continuar, com operação no México, ainda este ano, e na Argentina, em 2026. Em 2023, a SteinCares recebeu uma injeção de capital da IFC, braço de investimento do Banco Mundial (cujo valor não foi divulgado), com o objetivo de ampliar o acesso a tratamentos de saúde especializados. O aporte foi fundamental para que a companhia ingressasse nos maiores mercados da América Latina.

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Autor: Mitchel Diniz

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