O senador democrata Cory Booker quebrou nesta terça-feira (1º) o recorde do discurso mais longo da história do Senado dos Estados Unidos. Foram 24 horas e 18 minutos ininterruptos de fala, superando o marco anterior de 1957, quando Strom Thurmond discursou por 24 horas e 18 minutos para tentar barrar a aprovação da Lei dos Direitos Civis.
Em sua fala, Booker destacou que seu discurso é, justamente, uma oposição àquele momento histórico. “Eu não estou aqui por causa do discurso dele. Eu estou aqui apesar do discurso dele”, afirmou.
A fala de Booker foi uma contundente crítica às políticas do presidente Donald Trump, que reassumiu a Casa Branca em 2025.
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“Em apenas 71 dias, o presidente dos Estados Unidos infligiu tantos danos à segurança dos americanos, à estabilidade financeira e aos fundamentos da nossa democracia”, declarou o senador, ex-candidato à Presidência e membro da liderança democrata.
Apesar de não ser um “filibuster” — dispositivo técnico usado para obstruir votações — o longo discurso teve um forte impacto político e midiático. A sessão foi mantida aberta durante a madrugada, com presença de policiais do Capitólio e da equipe do plenário.
Durante sua fala, Booker criticou propostas da nova gestão republicana, com destaque para a ameaça de cortes no Medicaid, programa de saúde pública que atende milhões de cidadãos de baixa renda. Para manter a continuidade da maratona, o senador não fez pausas — nem mesmo para ir ao banheiro. As únicas interrupções foram breves interações com outros senadores democratas que fizeram perguntas, estratégia permitida pelas regras da Casa.
A ação ocorre em meio à crescente pressão sobre os democratas para adotarem uma postura mais firme contra Trump, que voltou à presidência com uma agenda conservadora mais agressiva. O discurso de Booker é visto por analistas como um marco simbólico na oposição ao novo mandato do republicano e pode sinalizar uma nova estratégia da bancada democrata para se contrapor ao avanço de pautas radicais.
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Autor: Marina Verenicz
