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Dólar cai após ata do Copom, com mercado atento a Powell, Trump e Lula

O dólar hoje sobe após o Banco Central divulgar a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) afirmar que há uma redução das expectativas de inflação no curto prazo. No entanto, para haver uma queda de juros seria necessária uma nova ancoragem das expectativas do médio e longo prazo. O mercado também aguarda as falas do presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, que discusará às 13h35.

Por volta das 10h, o dólar caía 0,13%, a R$ 5,32. Na ata divulgada nesta terça-feira (23), o Copom avalia que a reancoragem das expectativas de inflação reduz os custos da desinflação. O Copom também entende que tal processo exige perseverança, firmeza e serenidade. Na última reunião, do dia 17, o Copom manteve a taxa Selic em 15% ao ano.

Segundo o colegiado, essa “incipiente queda” das expectativas em horizontes mais curtos reflete uma combinação de elementos, como a própria política monetária e números de inflação corrente. O colegiado destacou que, mesmo medidas por diferentes instrumentos, as expectativas de inflação permanecem acima da meta em todos os horizontes, mantendo o cenário “adverso.”

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O colegiado reforçou que a desancoragem das expectativas causa desconforto a todos os seus membros e deve ser combatida. No debate da última reunião, foi destacado que as expectativas acima da meta aumentam o custo de desinflação em termos de atividade, segundo o documento.

“Na discussão sobre esse tema, a principal conclusão obtida e compartilhada por todos os membros do Comitê foi de que, em um ambiente de expectativas desancoradas, como o atual, exige-se uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado”, diz a ata.

Para Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, a autoridade manteve o tom duro do comunicado, em linha com o esperado. O especialista reforça que as falas firmes são observadas nas sinalizações de manutenção do juro por tempo suficientemente prolongado, com a possibilidade de retomada do ciclo de alta caso seja necessário, ainda que não seja o cenário base.

Sanchez reforça que no 17º parágrafo, a autoridade inicia formalmente o período de estabilidade da taxa, alegando que a permanência por prazo bastante prolongado deve, segundo sua perspectiva, ser suficiente para a convergência da inflação à meta. Por fim, ele ressalta que no 18º parágrafo, a autoridade afirma que seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado.

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O especialista diz que a ata reafirmou-se o compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta. “Com isso, mantemos nossa perspectiva de que a Selic permanecerá em 15,00% até meados de 2026”, aponta Sanchez.

No mercado internacional, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, participa de evento nesta terça-feira, às 13h35. Essa é a primeira fala da autoridade monetária dos Estados Unidos após o último corte no dia 17 de setembro.

Cenário político também pode dar tom ao dólar

Na política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista ao ICL Notícias. Ele começou criticando a possibilidade de impor tarifas a commodities e a consequência disso para o custo aos americanos. As declarações do ministro são monitoradas em meio ao debate sobre o bloqueio adicional de R$ 1,4 bilhão no Orçamento e às críticas recorrentes do mercado sobre exceções ao arcabouço fiscal. O mercado busca sinais de compromisso do governo com a disciplina fiscal, especialmente após declarações recentes do presidente Lula a respeito de ampliar o Bolsa Família e outros programas sociais.

O pano de fundo político também está no foco. O Congresso Nacional discute projetos sensíveis, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a Medida Provisória do tarifaço, enquanto o Supremo Tribunal Federal mantém em pauta julgamentos ligados aos atos de 8 de janeiro.

A percepção de risco político tende a se refletir na formação da taxa de câmbio, com investidores estrangeiros avaliando até que ponto o ambiente institucional afeta a atratividade dos ativos brasileiros. No âmbito externo, os investidores acompanham a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com os discursos de Lula, previsto para as 10 horas, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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O mercado espera tom mais duro do líder brasileiro em resposta às recentes retaliações impostas por Washington, aumentando a expectativa de reação imediata de Trump. O risco de agravamento das tensões diplomáticas pode pesar sobre o real, sobretudo diante da sensibilidade do fluxo cambial. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.

*Com informações do Broadcast

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Bruno Andrade

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