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É investidor iniciante? Veja tudo o que você precisa saber

Começar a investir — seja no mercado monetário, em ações, fundos imobiliários (FIIs), fundos multimercados ou na renda fixa, com CDBs, CRIs e LCAs — exige conhecimento sólido e prática, o que torna fundamental ampliar a base da educação financeira para além dos conceitos econômicos, incluindo o aprendizado prático sobre os diferentes investimentos.

No Brasil, o número de investidores em renda fixa cresceu 20% entre o segundo trimestre de 2024 e 2025. São mais de 100,2 milhões de CPFs registrados nesta categoria, com um valor em custódia que chega a R$ 2,8 trilhões – 23% maior do que no segundo trimestre de 2024.

Na renda variável, o número de investidores cresceu de 5,1 milhões para 5,4 milhões em 2025, o que representa um aumento de 5% entre o segundo trimestre de 2024 e de 2025. Os dados são do boletim trimestral de Pessoa Física da B3.

De olho neste crescimento, analistas do mercado monetário – profissionais certificados cujo trabalho é assessorar e tomar decisões de investimento – dão dicas de investimento para quem busca iniciar no mundo dos investimentos. Confira, abaixo, tudo o que você precisa saber.

1. Entenda a importância dos investimentos

Para se chegar a algum lugar, é preciso saber para onde ir. Pensando nisso, o assessor de investimentos da Miura Invest, Egon Schneider, sugere: “Faça um planejamento. É bom que o investidor trace uma meta para saber quanto investir mensalmente para que possa chegar aos objetivos”. Nesse planejamento, é necessário ter respostas às seguintes perguntas: 

  • Quanto quero ter;
  • Em quanto tempo;
  • Qual rendimento eu espero obter;
  • Quanto eu devo aportar mensalmente para que meu plano seja realizado.

Porque investir dinheiro?

Essa dúvida é comum para quem está começando a se interessar por investimentos — seja por ter recebido uma quantia significativa de dinheiro, seja por estar planejando a aposentadoria. Larissa Quaresma, analista da Empiricus, destaca que investir é o principal caminho para alcançar a independência financeira, um estado em que os rendimentos dos investimentos tornam-se suficientes para cobrir as despesas pessoais, proporcionando liberdade e segurança para tomar decisões sem depender exclusivamente do trabalho ativo.

Investir desde cedo e diversificar a carteira são estratégias essenciais para aproveitar o efeito dos juros compostos e construir um patrimônio sólido ao longo do tempo, criando múltiplas fontes de renda passiva e aumentando a qualidade de vida financeira.

2. Aprenda a investir dinheiro

No começo da jornada, também é comum que o investidor não saiba onde se informar, e corra o risco de ingressar em esquemas de pirâmide ou perder o dinheiro acumulado. Por isso, Schneider também sugere que o melhor caminho para o aprendizado é através das fontes oficiais:

“Hoje em dia, é normal encontrarmos muita informação na internet, grande parte sem uma fonte confiável. Todo investidor pode e deve se qualificar com cursos, se possível, em fontes oficiais. A B3, por exemplo, disponibiliza uma infinidade de cursos gratuitos em seu portal educacional”, explica. 

3. Não se esqueça da reserva de emergência

Depois que se entendeu a importância de investir e começou a estudar sobre investimentos, o próximo passo é construir a reserva de emergência. Ela deve ser o foco de todo investidor iniciante, antes mesmo da renda variável. Quaresma vai além e define que é o primeiro passo para a independência financeira.

“Quando começamos a guardar dinheiro, podemos ficar ansiosos para logo aplicá-lo em investimentos mais arriscados na busca de retornos maiores. Mas isso é um erro. O primeiro investimento deve ser a sua reserva de emergência, que te dará cobertura caso qualquer adversidade aconteça”, diz.

A analista vai além e define o que é necessário buscar em uma reserva de emergência.

“Esse dinheiro deve estar aplicado em um investimento seguro e de liquidez diária. Assim, você não precisa aceitar qualquer trabalho que aparece caso perca o emprego. Ou, mesmo que tenha um problema de saúde na sua família ou qualquer outro gasto emergencial inesperado, não ficará à mercê da boa vontade de ninguém”.

4. Trace seu perfil de investidor

Saber o seu perfil de investidor é essencial para conhecer em quais ativos, classes e em qual proporção vale a pena se expor. Esse perfil serve para orientar o investidor quanto ao principal aspecto do mercado de renda variável: a volatilidade. É o que explica Leonardo Ziolli, analista CFP e especialista de renda variável da SVN Investimentos:

“Tenha em mente que o mercado de ações traz volatilidade. Antes de iniciar sua trajetória no mercado de ações, reflita sobre os potenciais riscos de volatilidade e como você reagiria em um cenário de queda das ações”.

5. Tenha visão de longo prazo

Com um perfil em mãos, é importante reforçar que qualquer plano para a renda variável, caso não seja trade – isto é, a profissão de operar o mercado, comprando e vendendo com lucro – deve ser de longo prazo. 

Sobre isso, Ziolli ressalta que, apesar da volatilidade natural do mercado de ações, os frutos de se investir em firmas de bons fundamentos aparecem ao longo dos anos. “Portanto, ao comprar uma ação, mantenha uma mentalidade de sócio da firma, onde o objetivo é colher frutos ao longo do tempo, seja por dividendos ou crescimento da firma”.

6. Estude os ativos antes da ‘dica quente’

A visão de longo prazo vai ser bem útil para fugir do efeito manada de uma “dica quente”. O analista e influenciador professor Mira destaca no seu perfil que “a dica quente é aquela que quem viu já exerceu”. 

Quem orienta a evitá-las é a analista da Empiricus, Larissa Quaresma. “O que mais tem nos investimentos são ‘as dicas do momento’ ou aquele amigo que te sugeriu ‘a criptomoeda da vez’. Devemos manter a nossa estratégia de investimentos, definida quando você montou a carteira que respeita seus objetivos e tolerância ao risco”.

Marcos Vitor, especialista de investimento da Mobills, faz coro. “Não há problema em ouvir a opinião de profissionais do mercado, o problema é segui-las cegamente. Por isso, estude os ativos para que você tenha uma opinião bem fundamentada e convicta”. 

Segundo ambos, há margem para aproveitar oportunidades, desde que bem embasadas e atendendo ao seu perfil de investimentos. Motivo pelo qual ele é uma das primeiras dicas a se seguir.

7. Busque boas firmas nas quais investir

Sejam firmas no formato de ações ou gestoras de fundos imobiliários, Nícolas Merola, estrategista da Inv Publicações, destaca que o investimento deve buscar sempre o fundamento da qualidade.

“Compre boas firmas, com boa visão de futuro, entendendo que nos próximos dez anos esse negócio ainda existirá, ou será maior do que ele é atualmente. É importante avaliar o preço desta ação, pois uma boa firma comprada por um valor muito alto pode não ser um bom negócio”.

Acompanhe investimentos

Além disso, ele destaca a importância de avaliar quem faz parte dessa firma. A movimentação de cargos de diretoria, conselhos fiscais e outros movimentos de C-level (executivos de alta liderança) são importantes para entender a administração da firma. 

Esses dados, disponíveis em relatórios e fatos relevantes, podem ser encontrados pelo investidor pessoa física nos sites das firmas ou em portais noticiosos do mercado monetário.

8. Valorize a diversificação

Não deixar todos os ovos na mesma cesta é um ditado de prudência, e o mesmo ocorre com os investimentos. Neste ponto, Schneider destaca as principais vantagens de uma carteira diversificada.

“É de senso comum que a diversificação reduz o risco, principalmente quando falamos em ativos descorrelacionados. Quem monta uma carteira balanceada consegue manter um retorno interessante”, diz.

Entretanto, o investidor deve tomar cuidado para não pulverizar suas ações: “Diversificar em vários setores, classes e países é uma das melhores formas de minimizar o risco da nossa carteira de investimentos”. diz Vitor. “Todavia, não podemos cair no erro de diversificar demais ao ponto da nossa rentabilidade ser afetada”.

Como montar uma carteira de investimentos?

Existem diversas maneiras de se orientar uma carteira de investimentos. Alguns portais disponibilizam carteiras recomendadas pagas, e outros, versões gratuitas. Por lei, tais carteiras têm que ser assinadas por um Analista CNPI.

9. Selecione boas corretoras e bancos para investir

Na hora de realizar os aportes, o que não pode faltar é uma verificação das credenciais do banco ou corretora pela qual você fará seu investimento. Essa instituição deve seguir alguns requisitos, como estar vinculada à Anbima, CVM ou Apimec, ter profissionais devidamente certificados e regulamentados para o ofício de assessores de investimentos e garantir que toda a documentação seja clara e direta.

Um fator bônus para se preocupar é com a declaração de imposto de renda gerada por essas instituições: quanto mais completa ela for, mais fácil será o trabalho de declarar seus impostos – algo que todo investidor tem como obrigação.

10. Busque assessoria qualificada

Todos os analistas ouvidos pelo InvestNews são unânimes nesse ponto: ajuda especializada encurta o caminho para quem está iniciando a trajetória nos investimentos.

“No passado, uma assessoria especializada para Renda Variável era um serviço caro e disponível apenas para grandes investidores”, afirma Ziliolli. “Porém, com a popularização do mercado de ações que vivenciamos nos últimos anos, esse serviço se tornou totalmente acessível”. 

“O assessor de investimentos vai ser o profissional que passou em uma prova de certificação e vai te ajudar a lutar pelos seus objetivos”, assinala Schneider. “Ele respeitará seu perfil de investidor, além de esclarecer todas as possíveis dúvidas sobre as classes de investimentos disponibilizadas pela sua instituição”.

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Autor: Redação InvestNews

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