Em choque com o governo, Motta elogia federação que se distancia de Lula

Em choque com o governo após pautar a votação da proposta que suspende o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), elogiou a federação formada entre Solidariedade e PRD, partidos que se distanciaram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Motta, já é momento de olhar para as eleições do ano que vem.

— Essa federação vem para engrandecer o debate nacional, para que possamos enfrentar com sensatez os problemas do país. Essa federação já nasce muito forte. Precisamos discutir o que queremos para o país, já vislumbrando as eleições do ano que vem — afirmou em pronunciamento.

Governistas afirmaram que foram pegos de surpresa com a decisão de Motta de levar o projeto que suspende o aumento do IOF ao plenário. Caso a proposta seja aprovada pela Câmara, poderá ser votada pelo Senado ainda nesta quarta, o que pode se transformar em mais uma derrota para o governo.

Com dez deputados, dirigentes da federação pregam um discurso de distanciamento em relação ao petista, cuja coligação contou com o Solidariedade em 2022, e avaliam apoiar a pré-candidatura presidencial do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).

— O momento é de debater os temas que o país precisa e fazer as entregas que a população espera — completou Motta.

Embora tenha cargos no governo federal, o Solidariedade vem se afastando de Lula desde o início do ano. O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), presidente da sigla, criticou a atuação do governo no caso das fraudes no INSS e assinou o requerimento para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema. Segundo Paulinho, seu partido “hoje já atua contra o governo” na Câmara.

— Estamos banalizando nossa política com essas brigas — disse o líder do PRD na Câmara, Fred Costa (MG).

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