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Entre livros e o Mickey: mães dão aula para os filhos… na Disney

Para a maioria das crianças, a escola significa salas de aula lotadas, lanches ruins e sinais entre as aulas. Para outras, significa resolver exercícios no Castelo da Cinderela, escrever cartas de agradecimento para a Rapunzel e pegar churros fresquinhos no lanche.

Esses são os alunos de educação domiciliar (homeschooling), dada por pais na Disney, trocando os ônibus escolares por monotrilhos e tratando os parques como uma sala de aula.

“Não estamos apenas passeando e chamando isso de escola”, disse Haley Sisk, ex-professora que educa seus três filhos com idades até 5 anos na Disney e planeja continuar enquanto a família morar perto dos parques. “Eles aprendem a controlar as emoções, a se expressar e a interagir com os outros. Isso também é aprendizado de verdade.”

Orlando é um destino popular para o que alguns chamam de Disneyschooling. Centenas de famílias vão aos parques da Disney World várias vezes por semana, ou até mesmo todos os dias, como parte de seu currículo. O grupo “Florida Disney Homeschool Meetup” no Facebook tem 2,3 mil membros.

Os dias de Sisk começam com leitura e atividades em casa. Depois, ela vai aos parques três ou quatro vezes por semana. Se seus filhos estão aprendendo sobre animais, eles vão ver tigres no Maharajah Jungle Trek. Se querem saber mais sobre Paris, visitam o Pavilhão da França no Epcot.

Mapas de parques são livros didáticos para aprender orientação. Tempos de espera para as atrações são aulas de matemática abstrata, em vez de gatilhos para crises familiares. “Eles se tornaram muito bons em entender o quanto 45 minutos realmente parecem longos”, disse Sisk.

Livros

Algumas mães vão além. Holly Leary, ex-professora de inglês do ensino fundamental com uma filha de 10 anos, administra uma loja no Etsy que vende livros de exercícios inspirados na Disney que os pais podem usar nos parques. Os títulos incluem Peter Pan: Role of an Architect, Creating a Blueprint (algo como “Peter Pan: O Papel de um Arquiteto, Criando um Projeto”).

Para Leary e sua filha, Piratas do Caribe é uma aula introdutória à economia. “Você acha que a pirataria prejudicou ou ajudou a economia?” é um tema do livro de exercícios de Leary. A Spaceship Earth (aquela bola do Epcot) é uma oportunidade para estudar domos geodésicos.

Morar a 10 minutos do Magic Kingdom também significa que, em vez dos sinais da escola, os fogos de artifício as lembram do horário. “No começo, os fogos de artifício noturnos eram mágicos”, disse Leary. “Agora, eles são basicamente o nosso toque de recolher. Eu ouço os estrondos e grito: ‘OK, 21h! Hora de dormir depois dos fogos de artifício!’”

A Disney não quis comentar sobre o uso de sua marca em materiais didáticos.

Custos para ter aula da Disney

Para as famílias que usam a Disney como playground educacional, os custos se acumulam rapidamente. Muitas são membros anuais dos parques, o que reduz o custo por visita, e reservam entre US$ 3 mil e US$ 5 mil por ano para ingressos, alimentação e produtos dos parques.

Jordan Ashley garante que seus filhos utilizam tudo nos parques. “Certa vez, fizemos um gráfico de quantas pessoas estavam usando orelhas do Mickey em comparação com camisetas de Star Wars enquanto esperávamos pelo desfile”, disse ela. Agora isso é uma tradição.

Suas filhas apresentaram invenções para o elenco, realizaram aulas de espanhol com Mirabel e escreveram cartas para suas princesas favoritas.

Para muitos visitantes, a Disney é um lugar movimentado e caótico, que exige planejamento meticuloso e burlar as filas de espera das atrações. Para alguns, até mesmo lidar com as multidões é uma oportunidade de aprendizado.

“O bonde, o monotrilho, a balsa — tudo isso melhorou a adaptabilidade dele”, disse Rachael Aderhold, que começou a incorporar a Disney World ao ensino domiciliar depois que as salas de aula tradicionais se tornaram muito opressivas e rígidas para seu filho de 8 anos, que é autista. Trocar broches também funciona como aulas de oratória, e planejar o orçamento para lanches é um exercício de educação financeira.

Aderhold disse que gasta cerca de US$ 3.700 por ano com educação domiciliar, o que inclui pelo menos um dia por semana nos parques durante o ano letivo e pelo menos dois dias por semana no verão. Ela disse que esse valor é menos do que gastava anteriormente com gasolina, uniformes e merenda escolar na escola pública.

Jacqui Portwood conheceu seu marido, John, no Disney College Program, um programa de estágio onde alunos de graduação e recém-formados trabalham nos parques.

“Conheci muitas famílias locais que sempre levavam os filhos aos parques”, disse ela. “Eu queria que meus filhos também celebrassem marcos na Disney, que tivessem essa magia no dia a dia.”

As aulas favoritas de seus três filhos são explorar a biologia dos tubarões nos aquários e aprender histórias sobre culturas com os membros do elenco internacional do Epcot.

Portwood, que estima que a família gaste cerca de US$ 5 mil por ano na Disney, disse que o trabalho do marido durante a semana é o “dinheiro de adulto” para pagar as contas. O dinheiro que ela ganha nas redes sociais, onde registra sua educação domiciliar, é o “dinheiro da Disney” deles.

Os vídeos de Portwood nas redes sociais documentam suas visitas quase diárias, as guloseimas que compram e o quanto isso lhes custa.

“Não fazemos mais as compras na Target, as compras por impulso de US$ 100”, riu Portwood. “Agora, a Disney é o nosso entretenimento. É onde escolhemos gastar nosso tempo e dinheiro, e fazemos nosso orçamento em torno disso.”

Escola ainda é escola, mesmo na Disney

E para as crianças, às vezes, escola ainda é escola, mesmo no Lugar Mais Mágico da Terra. Quando um membro do elenco perguntou ao filho de Portwood se ele estava tendo um bom dia, ele lançou um olhar estranho e disse: “‘Não, estou aqui só para estudar hoje’”, disse ela.

“Se a fantasia e a imaginação cativam a mente das crianças e você as incorpora a objetivos de aprendizagem da vida real, então é um contexto maravilhoso para promover todos os tipos de aprendizagem”, disse Bruce Fuller, professor de educação e políticas públicas na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Essas mães sabem que sua abordagem não serve para todos.

“A educação não precisa seguir uma fórmula única”, disse Sisk, a ex-professora. Para aqueles que argumentam que aprender na Disney não é um método legítimo, ela disse: “Se não funcionar para você, tudo bem”.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original

Autor: The Wall Street Journal

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