EXCLUSIVO: Lady Gaga no Rio será maior que o Coachella, diz CEO da Bonus Track


Lady Gaga se tornou um dos assuntos mais comentados do fim de semana após sua performance no festival Coachella, na Califórnia. A “Mother Monster”, como é conhecida entre os fãs, levou uma ópera para o meio do deserto em uma apresentação grandiosa, recebendo uma enxurrada de críticas positivas da imprensa internacional. Foi o primeiro show da turnê de “Mayhem”, o sétimo álbum da cantora, e uma prévia de como será sua apresentação na Praia de Copacabana, marcada para o próximo dia 3 de maio. Se os 100 mil pagantes do Coachella já ficaram boquiabertos, o público estimado em 1 milhão de pessoas, que assistirá ao espetáculo gratuitamente no Brasil, deve ficar ainda mais impressionado.
“É o maior show da turnê. Certamente é uma produção maior”, afirmou Luiz Oscar Niemeyer, CEO da Bonus Track, convidado desta semana do InfoMoney Entrevista. A produtora de entretenimento, que trouxe Madonna para Copacabana no ano passado, fechou parceria com a prefeitura do Rio para realizar um mega show por ano até 2029 na praia carioca.
Leia mais: Show de Lady Gaga movimentará R$ 600 milhões no Rio, estima prefeitura
A estrutura já está sendo montada a todo vapor. A área do palco tem 1.260 metros quadrados e fica a uma altura de 2,20 metros da areia, facilitando a visão do público, que também será beneficiado por um mega telão de LED de última geração. Outros 10 telões serão espalhados pela praia. Além das dimensões, o show de Lady Gaga em Copacabana será maior que o Coachella em duração: terá duas horas e meia, quarenta minutos a mais que a apresentação no festival.

Niemeyer se tornou especialista em shows em Copacabana por força do acaso. O empresário também foi responsável por trazer os Rolling Stones para a apresentação que a banda fez em 2006 na praia, para um público de 1,5 milhão de pessoas, e saiu dessa experiência decidido a não repeti-la.
“Foi tanto trabalho, porque existem tantas variáveis em um evento desse tamanho, que eu falei para mim mesmo que não ia mais fazer. Praia nunca mais”, relembra o empresário.
Seis anos depois, ele cedeu à pressão da empresária Flora Gil e produziu o show de Stevie Wonder com Gilberto Gil, que levou 850 mil pessoas à Copacabana na noite de Natal de 2012. “E pela segunda vez eu jurei que nunca mais ia fazer”, admite Niemeyer.

A resolução foi colocada em xeque quando a prefeitura do Rio o procurou, há cerca de dois anos, com a ideia de voltar a realizar shows em Copacabana. “Naquele momento eu disse que o único artista que eu faria seria a Madonna. E assim foi. Agora assumi o compromisso de fazer [shows] todo ano. Vamos ver”, diz o empresário.
Com a plataforma “Todo Mundo no Rio”, a Bonus Track já tem dois patrocinadores garantidos para os shows dos próximos quatro anos: a Corona, marca de cerveja premium da Ambev (ABEV3), e o banco Santander Brasil (SANB11). Isso ajuda no trabalho da produtora e de Niemeyer, que, além de convencer o artista, também precisa angariar patrocínios para viabilizar grandes shows internacionais no Brasil.
Leia mais:
- VIP na Gaga? Santander promete ações para “clientes e não clientes”
- Ela não deixou? Carmed da Lady Gaga é cancelado por ‘razões autorais e burocráticas’
“O evento gratuito precisa disso [patrocínios previamente combinados], pelos custos muito altos e o nível de produção que é feito. […] Acho que conseguimos mostrar para as firmas a repercussão e a importância que um show desse tem, não só para a cidade do Rio de Janeiro, mas para as marcas estarem envolvidas em projetos de alto nível, de alta qualidade, e que falam com tanta gente”, afirmou.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista com Luiz Oscar Niemeyer e assista à íntegra do InfoMoney Entrevista aqui:
InfoMoney: De quem foi a ideia de acabar com a tristeza do fãs que estavam devastados desde 2017 com o cancelamento do show da Lady Gaga no Rock in Rio? Vocês já haviam tentando trazê-la antes?
Luiz Oscar Niemeyer: Na verdade, sim. Já vínhamos conversando há algum tempo e foi algo natural. Estamos sempre em contato com empresários e agentes dos artistas para sintonizar aquilo que faça sentido para nós e para a carreira do artista. Quando surgiu a possibilidade de dar continuidade a esse projeto da praia [de Copacabana], ‘plugamos’ na Lady Gaga e estamos felizes em preencher o vazio de quem ficou frustrado com ela em 2017.
InfoMoney: Como é a rotina desse tipo de negociação? Precisa começar muito tempo antes? Ficar insistindo?
Luiz Oscar Niemeyer: Nós, na Bonus Track, estamos há muitos anos nesse mercado e, ao longo desse tempo, desenvolvemos uma série de conexões, relacionamentos e trocas com outros empresários de fora do Brasil. […] É um processo que começa, sim, com bastante antecedência, porque é um exercício constante do nosso negócio. Estamos aqui fazendo a Lady Gaga e já estou pensando [em quem vou trazer] lá na frente, entendeu? […] Existe um planejamento que não é só nosso, mas da carreira do artista também, que geralmente está com um lançamento ou uma turnê que suporta a promoção desse novo disco, com viagens pelo mundo inteiro. Então é um processo que geralmente começa com pelo menos um ano de antecedência.
InfoMoney: Copacabana virou um atrativo para os artistas?
Luiz Oscar Niemeyer: Acho que sim. É um show único no mundo, em um lugar espetacular, que também é ajudado pela ‘cenografia’ natural da cidade. A Praia de Copacabana é um ícone mundial, um local muito propício para esse tipo de evento, com uma faixa de areia muito larga e o Copacabana Palace em frente, que nos permite montar toda uma infraestrutura ali no hotel, de produção, essa coisa toda. Tem também a repercussão mundial que isso gera. É uma série de fatores positivos para todos os envolvidos, incluindo os patrocinadores que se associam a esse evento.
InfoMoney: Lady Gaga vem ao Rio com um patrocinador master [a cerveja Corona] e pelo menos outras seis marcas envolvidas. Nos grandes festivais, as ativações viraram atração à parte. Por que as firmas estão buscando cada vez mais se associar a mega shows e festivais?
Luiz Oscar Niemeyer: Houve um desenvolvimento enorme dessa indústria no país e um entendimento das marcas sobre o quanto a música fala com as pessoas. Se você fizer um levantamento hoje, verá que praticamente todas as marcas e grandes firmas, de uma maneira ou de outra, têm ligação com a música, seja patrocinando mega eventos, casas de espetáculos ou teatros. É um mercado que cresceu muito e desenvolveu muitos profissionais.
Hoje, o Brasil tem um parque industrial pronto para atender a todos esses mega shows, com profissionais capacitadíssimos que foram aprendendo ao longo do tempo. […] Geralmente são eventos televisionados que falam não só com quem está ali [assistindo ao show presencialmente], mas com uma população enorme, no caso do Brasil. Hoje, as redes sociais amplificaram isso ainda mais, porque as marcas vão lá e usam seus influencers. A música hoje é uma plataforma de comunicação importantíssima.
InfoMoney: Alguns festivais, porém, ficaram pelo caminho. O Primavera Sounds do ano passado foi cancelado. O próprio MITA, que é da Bonus Track, entrou em hiato. O que define o sucesso de um festival em tempos de tantos eventos acontecendo ao mesmo tempo?
Luiz Oscar Niemeyer: Começaram a surgir muitos festivais e esse boom não foi só no Brasil, foi no mundo inteiro. E vários recuaram, porque há muita concorrência e repetição de artistas, eu diria. O line-up [grade de artistas do festival] começa a se tornar algo muito importante, além da experiência, obviamente, que é fundamental. […] No caso do MITA, posso dizer que ainda pretendemos voltar com o festival, mas, estrategicamente, achamos que não era o momento de seguir. Em São Paulo, já há dois grandes festivais por ano: o Lollapalooza em março e agora o The Town. Então é muita oferta, e isso acaba elevando o preço dos cachês também.
InfoMoney: Qual perfil de artista se encaixa na plataforma “Todo Mundo no Rio”?
Luiz Oscar Niemeyer: É um projeto que busca grandes atrações, que tenham repercussão mundial e que possam gerar para a cidade do Rio de Janeiro um impacto, não só espontâneo, mas de mídia mundial, para dar uma visibilidade positiva para a cidade. Afinal de contas, vivemos sempre uma questão de muita notícia ruim. Então, nosso papel aqui é oferecer entretenimento gratuito ao público e gerar notícias boas para nossa cidade.
InfoMoney: E quais artistas você gostaria de ver nesse projeto?
Luiz Oscar Niemeyer: Ah, o futuro a Deus pertence [ri]. Os grandes! Vamos ver.
The post EXCLUSIVO: Lady Gaga no Rio será maior que o Coachella, diz CEO da Bonus Track appeared first on InfoMoney.
O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!
Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Mitchel Diniz