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Fed sob ataque político e Brasil gastador: os alertas da XP Asset para setembro

Fed sob ataque político e Brasil gastador: os alertas da XP Asset para setembro

Conteúdo XP Asset

O cenário global entrou em zona de alerta para a XP Asset. De um lado, o Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, caminha para mais um corte de juros sob a sombra da pressão política do presidente Donald Trump; de outro, o Brasil segue ampliando gastos em meio a juros elevados.

Para o economista-chefe da XP Asset, Fernando Genta, essa combinação expõe riscos crescentes tanto na solidez institucional dos EUA quanto na sustentabilidade fiscal brasileira.

Segundo ele, a revisão dos dados do mercado de trabalho americano já mostra desaceleração nas contratações, reflexo da queda no fluxo imigratório. Ainda assim, as condições financeiras permanecem estimulantes, o que deve garantir um terceiro trimestre “decente” para a economia dos Estados Unidos.

“Estamos diante de um Fed que caminha para mais um corte de juros, em um contexto de forte pressão política do presidente Trump sobre o banco central americano.”

— Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset

“O que se vê é uma deterioração institucional preocupante, ainda que a reação do mercado tenha sido tímida até agora”, completa, sobre os EUA.

No Brasil, a preocupação está na expansão fiscal em um ambiente de juros altos, o que, na visão da gestora, amplia incertezas e pressiona expectativas do mercado.

As declarações foram feitas por Genta ao lado dos gestores Bruno Marques (multimercado macro), Milton Sullyvan (renda variável) e Fábio Oliveira (renda fixa e crédito privado), além da participação de Izadhora Gonçalez, durante a live mensal da XP Asset em setembro.

Pressão de Trump e cortes antecipados de juros nos EUA

A pressão de Trump sobre membros do Federal Reserve foi classificada por Genta como “inédita nos últimos tempos”. Ele citou, como exemplo, a demissão da governadora Lisa Cook por suposta fraude em operações imobiliárias, episódio que teria aberto espaço para novas indicações alinhadas ao governo.

“É duro um brasileiro falar da deterioração institucional dos Estados Unidos, pode soar ridículo, mas é o que está acontecendo.”

— Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset

Para ele, o Fed deve antecipar cortes de juros para setembro, antes mesmo do que seria considerado necessário, com o objetivo de aliviar tensões políticas.

Bruno Marques, gestor da estratégia multimercado macro, complementou a análise afirmando que a postura recente do Fed foi surpreendente.

“A gente entende que houve desaceleração no primeiro semestre, mas vemos agora um potencial de reaceleração. Por isso, não fazia muito sentido uma guinada tão dovish nesse momento”, observou.

Segundo Marques, os impactos das tarifas impostas por Trump foram menores do que o esperado e as condições financeiras já se normalizaram.

Ele destacou, no entanto, que a curva longa de juros tem refletido a incerteza fiscal global, em especial nos EUA, onde os déficits elevados pós-pandemia seguem pressionando os mercados.

Brasil: expansão fiscal e risco político no radar

No cenário doméstico, Genta chamou a atenção para a melhora recente nos índices de inflação, puxada por alimentos e bens industriais, mas ponderou que o setor de serviços continua resiliente.

O PIB do segundo trimestre, acrescentou, veio levemente acima do esperado, reforçando a expectativa da XP de reaceleração no segundo semestre.

“O governo concentrou gastos no segundo semestre, incluindo pagamento de precatórios, reajustes de servidores e liberação de emendas. Isso deve resultar em uma expansão real de 13% em relação ao ano passado”

— Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset

Além do impulso fiscal, Genta citou a política monetária como um fator relevante para o comportamento da atividade. Embora os juros de 15% mantenham forte aperto sobre o crédito, ele considera que os efeitos são temporários.

“A política monetária bate no crescimento no curto prazo, mas não derruba a economia indefinidamente”, explicou.

Apesar da perspectiva de maior atividade, os riscos políticos permanecem no radar. Genta mencionou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, as manifestações de 7 de setembro e as possíveis retaliações comerciais dos EUA como pontos de atenção.

“Do ponto de vista comercial, o impacto direto ainda é limitado, mas o risco continua presente.”

— Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset

Juros no Brasil: cortes só em 2026?

Sobre a política monetária, Genta foi categórico ao afirmar que não enxerga cortes na Selic neste ano.

“Continuo achando difícil o Banco Central entregar mais cortes do que está no Focus. A comunicação da autoridade monetária indica pausa prolongada, não um espaço para cortes imediatos.”

— Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset

Para o economista, a possibilidade de flexibilização deve ser considerada apenas a partir do primeiro trimestre de 2026, dependendo do comportamento da atividade econômica.

“Respeito quem tem uma visão contrária, mas não vejo como o BC vai reeditar o erro de 2023, quando cortou juros de forma precipitada.”

— Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset

Marques reforçou essa visão ao destacar que a discussão de política monetária no Brasil continua restrita ao médio prazo.

“Não vemos espaço para corte de juros no curto prazo. O cenário fiscal ainda pressiona e os riscos são relevantes”, acrescentou.

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Autor: osniralves

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