Frota velha dá impulso e Marcopolo mira mundo com ônibus elétricos e biocombustíveis


Com margens em alta, carteira de pedidos firme, expansão internacional em curso e uma frota nacional envelhecida que deve dar gás às renovações, a Marcopolo (POMO4) conseguiu transmitir confiança ao mercado no Investidor Day deste ano realizado em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, na terça-feira (2).
A leitura feita pelos analistas é de que, apesar das limitações impostas pelos juros elevados e pela infraestrutura para veículos elétricos, as ações da companhia continuam em níveis considerados atrativos, com potencial relevante de valorização até 2026. Por volta das 12h30 desta quarta-feira (3), os papéis da firma caíam 0,65%, a R$ 9,19. Nos últimos 12 meses, no entanto, a valorização de POMO4 chega a 23,96%. Neste mês, a companhia já sobe 0,46%.
O Bradesco BBI manteve a recomendação outperform (acima da média do mercado) e elevou o preço-alvo de R$ 10 para R$ 12, projetando alta de 30% para a Marcopolo. O banco estima crescimento de receita de 8,9% em 2025 e 8,3% em 2026. Para os analistas, a firma deve registrar volumes estáveis no segmento rodoviário, mas com aceleração em vendas urbanas e internacionais.
A instituição também aponta o avanço das iniciativas de eficiência, com margens de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustadas projetadas em 18,3% para este ano e 18,0% em 2026. Outro ponto observado foi a expansão internacional, especialmente na Europa, onde a saída de concorrentes do setor de carrocerias, segundo o BBI, abre espaço para novas parcerias.
A XP Investimentos também manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 11,50 por ação até o fim de 2026, o que implicaria potencial de alta de 24%. A corretora observa que há equilíbrio favorável entre oferta e demanda, com clientes ainda cautelosos devido às condições de financiamento, mas com espaço para volumes maiores à medida que os juros caem.
Os analistas revisaram para cima suas projeções de margem Ebitda, agora em 17,9% para este ano e 18,4% para 2026, incorporando o desempenho acima do esperado no segundo trimestre deste ano (2T25). A XP diz que vê espaço para crescimento do lucro por ação, com estimativas de R$ 1,32 a R$ 1,47 bilhão em lucro líquido entre este ano e 2026.

Quem está ganhando a corrida do Mounjaro? XP aponta 2 farmacêuticas da B3 na frente
Análise destacou ainda que, embora algumas farmácias tenham reportado reabastecimento recente, a falta do medicamento continua sendo um desafio

O que muda para a Rede D’Or com o Glória D’Or na rede Atlântica?
Analistas veem oportunidades de expansão e impactos estratégicos sobre futuros investimentos e ações RDOR3
A corretora também informou que a expectativa é de que a Marcopolo consiga aumentar as vendas nos próximos trimestres, favorecida por uma combinação de produtos mais diversificada e pela maior presença em mercados externos, por meio das exportações.
Segundo a XP, a avaliação de mercado da firma, conhecida como valuation, continua atrativa. O múltiplo preço/lucro (P/L), que relaciona o preço da ação com o lucro gerado por ela, está projetado em 7,1 vezes para 2026, abaixo do intervalo considerado justo, entre 8 e 9 vezes. Já o retorno em dividendos, chamado de dividend yield, deve ficar próximo de 8% a partir de 2026, o que aumenta a atratividade para os investidores.
Tal qual o BBI, o Itaú BBA reforçou a recomendação outperform e fixou preço-alvo de R$ 13 para o fim de 2026. Na leitura dos analistas, a principal mensagem do encontro foi a ausência de sinais de deterioração em demanda, preços, margens e concorrência.
“Os comentários da gestão sobre rentabilidade reforçam confiança em nossa projeção de margem Ebitda de 18% para 2025 e 2026. A firma ressaltou que seus esforços (e capex) para ganhar eficiência vêm dando resultado e levaram a uma estrutura mais enxuta”, afirma o relatório.
O banco diz que a Marcopolo está mais enxuta e automatizada, com ganhos de eficiência refletidos em um retorno sobre capital investido (Roic) de 26% no 2T25.
Oportunidades de crescimento
O BBA também apontou oportunidades de crescimento nos Estados Unidos e na Europa, mercados em que a firma praticamente não possui receita hoje, mas onde enxerga condições favoráveis no pós-pandemia. Além disso, a adoção de novas tecnologias, como ônibus elétricos e movidos a biocombustíveis, foi vista como oportunidade adicional, especialmente com a preparação das fábricas para múltiplas fontes de propulsão.
O JPMorgan, por sua vez, reiterou recomendação overweight (acima da média do mercado) e apontou o preço de R$ 9,20 como base de comparação. O banco vê a Marcopolo negociando a múltiplos atrativos de 5,7 vezes Ev/Ebitda projetado para 2026, em linha com um desempenho operacional positivo.
Os analistas listaram como pontos centrais o novo leilão do programa Caminho da Escola, previsto para o fim deste ano, e a expectativa de vendas domésticas entre 23 e 24 mil unidades em 2025, o maior patamar em dez anos. O relatório também aponta que as entregas cresceram 3% no Brasil e 17% no exterior no acumulado do ano, com tendência de melhora no mix de produtos, favorecendo margens.
O banco avaliou ainda a estratégia de diversificação em mercados internacionais, a modernização das plantas de São Mateus e Apolo e a expansão da linha de elétricos Attivi como fatores que reforçam a posição da companhia.
The post Frota velha dá impulso e Marcopolo mira mundo com ônibus elétricos e biocombustíveis appeared first on InfoMoney.
O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!
Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: murilomelo