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Fundo imobiliário sofre calote da Ambipar (AMBP3) e tem distribuição de dividendos afetada

O fundo imobiliário BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11) comunicou ao mercado na terça-feira (7) que não recebeu o aluguel referente a setembro da Ambipar Response, uma das unidades de negócio da Ambipar (AMBP3), firma que se viu envolta em várias polêmicas nos últimos dias, desde que conseguiu uma proteção contra credores na Justiça do Rio de Janeiro. Procurada, a companhia disse que não irá comentar o caso.

A informação foi compartilhada pelo BTG Pactual, administrador do fundo, e pela Argucia Capital, gestora do BMLC11. Segundo as instituições, o calote gerou um impacto negativo de R$ 0,06 por cota, com reflexo direto na distribuição de dividendos referente à competência de setembro.

O BTG esclareceu que cobrará multa e os encargos devidos, conforme previsto no contrato de locação e, após o recebimento do devido valor, a quantia será distribuída aos cotistas do fundo.

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Já a Argucia ressaltou que está em contato com a Ambipar. Segundo a gestora, o contrato com a firma possui como garantia seguro fiança, equivalente a doze vezes o valor do aluguel mensal, incluindo as respectivas taxas de condomínio e encargos locatícios. Disse ainda que “tomará, tempestivamente, todas as medidas necessárias para o recebimento dos valores devidos”.

O que está acontecendo com a Ambipar?

No final de setembro, a companhia conseguiu uma tutela cautelar na Justiça do Rio de Janeiro. A medida protege Ambipar de exigências de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Na prática, permite que a firma tente acordo ou entre com um pedido de recuperação judicial.

Em esclarecimentos apresentados na última sexta-feira (3), a companhia reforçou que a tutela foi prudente e indispensável para evitar o “colapso de um grupo firmarial estratégico para o país, cuja atuação projeta o Brasil no cenário internacional da sustentabilidade”

O Deutsche Bank, junto ao qual a Ambipar teria compromissos monetários de US$ 550 milhões, está no centro da decisão da Justiça de suspender as cobranças contra a firma. Ao pedir a tutela cautelar, a companhia informou que o aditivo em um contrato de empréstimo com o banco no exterior começou a esvaziar o seu caixa, com uma saída contabilizada de mais de R$ 200 milhões.

A Ambipar calcula o risco de um rombo de mais de R$ 10 bilhões, levando em consideração que os seus compromissos monetários contêm cláusulas de vencimento antecipado em caso de inadimplência de qualquer uma de suas dívidas.

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Segundo apuração da Coluna do Broadcast, alguns credores da firma têm buscado identificar onde estaria o seu caixa, reportado no balanço do segundo trimestre em R$ 4,7 bilhões, dado que no pedido de proteção contra cobranças a companhia sugere insuficiência de recursos para seguir honrando compromissos monetários. Fontes afirmam que apenas US$ 80 milhões (R$ 425 milhões) teriam sido encontrados.

Com os desdobramentos recentes, agências cortaram a nota de crédito da Ambipar. A S&P Global rebaixou a classificação da companhia de BB- para D, o correspondente a um default (classificação que equivale a um calote da dívida). A Fitch também cortou a nota, mas em menor proporção, de BB- para C.

Outra questão têm chamado a atenção do mercado: Certificados de Operações Estruturadas (COEs) da firma fizeram muitos investidores perderem milhares de reais após a crise deflagrada. Isso porque, se a Ambipar entrar mesmo em uma recuperação judicial, terá muita dificuldade ou levará mais tempo para pagar os títulos de dívida que emitiu. Contamos os destalhes dessa história aqui.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Beatriz Rocha

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