Funeral de Francisco: cardeal destaca legado pela construção de “pontes e não muros”

O funeral do Papa Francisco, celebrado neste sábado (26) na Praça de São Pedro, foi marcado por uma homilia feita pelo cardeal Giovanni Battista Re, na qual destacou o legado do pontífice em favor da união dos povos, da paz e da construção de “pontes e não muros”.

A cerimônia reuniu cerca de 200 mil pessoas e mais de 50 chefes de Estado, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Javier Milei. O número de participantes superou em quatro vezes o público do funeral do Papa Bento XVI, em 2023.

Na homilia, Re exaltou a luta de Francisco contra a guerra, a exclusão e a pobreza:

“Construir pontes e não muros é uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como Sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões.”

O cardeal ainda lembrou que o Papa via a Igreja como um “hospital de campanha” que deveria acolher todos, independente da fé ou condição social:

“Foi um Papa no meio do povo, com um coração aberto a todos.”

A homilia, com forte apelo à tolerância e à fraternidade, ressaltou valores que entraram em choque com as políticas migratórias defendidas por Trump, um dos rostos mais visíveis do endurecimento contra refugiados e imigrantes em todo o mundo.

“Nessa majestosa Praça de São Pedro, onde o Papa Francisco celebrou tantas vezes a Eucaristia (…) Perante o eclodir de tantas guerras, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à negociação honesta para encontrar soluções possíveis. A guerra, dizia ele, é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”, disse o cardeal Giovanni Battista Re.

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