Gestor da Verde detalha ‘janela de oportunidades’ que enxerga nos próximos dois anos
Em meio a um cenário econômico marcado por juros elevados, Luiz Parreiras, um dos principais nomes da Verde Asset, enxerga uma ‘janela de oportunidade’ significativa para os próximos dois anos. Para ele, esse contexto é ideal para capturar um CDI alto, com um retorno excessivo para um risco relativamente baixo.
O momento atual, segundo Parreiras, favorece a estratégia de buscar ativos com maior prazo e segurança, aproveitando a alta liquidez para alocar investimentos em setores como fundos imobiliários e agronegócio, por exemplo. “Estamos em uma fase propícia para aplicar em investimentos de baixo risco, com retornos mais elevados, em um cenário que favorece a segurança do capital e ainda proporciona oportunidades de ganho”, disse.
O executivo participou do episódio 156 do podcast Outliers InfoMoney, comandado por Clara Sodré, analista de Fundos da XP, e Fabiano Cintra, Head de Análise de Fundos da XP. Ele esteve acompanhado de Gustavo Campos, responsável pela Verde Agro & Imobiliário, a nova vertical da holding Verde.
A estratégia da Verde Asset reflete um posicionamento conservador, mas bem aproveitado pelas condições atuais do mercado. No entanto, Parreiras também aponta para uma mudança potencial no cenário político do Brasil, o que pode afetar profundamente a dinâmica do mercado nos próximos anos.
Ele prevê que a segunda metade de 2026 será marcada por um período de discussões políticas intensas, o que, caso aconteça, poderá influenciar a estratégia de investimentos da Verde. “Se houver mudanças significativas no cenário político, a migração para ativos com maior risco, como ações, será uma possibilidade”, afirma.
Estratégia disciplinada
A firma, uma das principais gestoras do mercado, segue com uma estratégia disciplinada, com foco na continuidade de seu crescimento e resiliência. Parreiras compartilhou suas perspectivas sobre o futuro da Verde, mencionando o processo rigoroso de análise de investimentos, que se destaca no mercado monetário.
Segundo ele, a equipe da Verde realiza uma seleção criteriosa de ativos, com mais de 230 prospecções realizadas nos últimos meses e cerca de 100 delas sendo profundamente analisadas.
Esse processo meticuloso garante que apenas os melhores investimentos sejam escolhidos, com acompanhamento contínuo das transações e relatórios mensais para o conselho, uma prática que reflete o compromisso com a transparência e a robustez na gestão dos fundos.
Em relação ao futuro da Verde, Parreiras enfatizou que a firma está otimista com a recuperação do segmento de fundos multimercados, que enfrentou um ciclo difícil nos últimos tempos. As perspectivas para os próximos anos são positivas, acrescenta, principalmente, pelo fato de a Verde ter superado o CDI em 2022, 2023 e 2024, um feito que comprova a solidez e a competência da gestora.
Expansão das verticais da firma
Outro ponto destacado por Parreiras é a expansão das verticais da firma, com especial atenção ao setor de ações globais. A crescente demanda dos investidores brasileiros por diversificação internacional coloca a Verde em uma posição estratégica para aproveitar essa tendência.
Além disso, Parreiras mencionou a possibilidade de expansão para novos mercados, como o de infraestrutura, sempre com foco em construir uma base sólida de pessoas e processos antes de embarcar em novos projetos.
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Autor: Rodrigo Petry
