Governo vê visita de Sánchez como “tira gosto” de nova estratégia para vender Novo PAC

Além da diplomacia e cooperação bilateral, a visita do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, ao Brasil faz parte da estratégia do governo federal para atrair investimentos estrangeiros. Na quarta-feira (6), Sánchez se reuniu com o presidente Lula, ministros e parlamentares em Brasília, e nesta quinta-feira (7) esteve em São Paulo, onde participou de um evento com representantes de pastas que concentram investimentos em projetos de infraestrutura.
Após ouvir investidores e aperfeiçoar processos internos em 2023, neste ano o governo brasileiro enviará representantes para apresentar projetos, especialmente do Novo PAC, em outros países. A Espanha é a primeira parada, e na semana que vem, os quadros do governo brasileiro viajarão ao país europeu para se reunir com empresas privadas, fundos de investimento e operadores de infraestrutura.
A agenda inclui conversas com cerca de cem executivos de construtoras e concessionárias de infraestrutura espanholas, além de encontros bilaterais com empresas que já atuam no Brasil, como a Abertis e a Roadis. O objetivo é sinalizar para os investidores que tanto o governo brasileiro quanto o país em questão apoiam essa relação, além de oferecer projetos com boas taxas e segurança jurídica.
A Espanha é o segundo maior investidor no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos, com presença em diversos setores, como energia, bancos, telecomunicações e seguros. Mais de mil empresas espanholas estão presentes no mercado brasileiro, incluindo a Telefônica e o Banco Santander. O estoque total de investimentos do país europeu no Brasil é estimado em US$ 59 bilhões, com fluxo anual de cerca de US$ 3,3 bilhões nos últimos anos.
Após a viagem à Espanha, os técnicos do governo brasileiro também irão à França, em abril, e aos Estados Unidos, em maio. Na segunda metade do ano, o foco será no Oriente, com visitas previstas à China, Arábia Saudita e Singapura. Todas as viagens serão precedidas de agendas governamentais, com o objetivo de fortalecer a relação entre os países e atrair mais investimentos estrangeiros para o Brasil.