Ibovespa encerra dia em queda, na contramão de Nova York, após payroll quente

Sextou! E sextou com alegria, pelo menos nos EUA, onde os principais índices aceleram amplamente, mesmo com um resultado acima do esperado no principal relatório do mercado de trabalho do país, o payroll, que mostrou em março uma forte geração de empregos. De novo, o Ibovespa não acompanhou Wall Street e dessa vez caiu 0,50%, aos 126.795,41 pontos, uma baixa de 632,12 pontos. A semana terminou negativa em 1,02%, após duas no positivo. O dólar comercial, após começar o dia em queda, subiu tão logo o payroll foi divulgado, fechando com mais 0,29%, a R$ 5,065. E os juros futuros (DIs) mais uma vez terminaram a sessão com altas por toda a curva.“O resultado do payroll foi mais uma vez bastante forte, e aumenta a incerteza sobre os próximos passos da política monetária americana. Jerome Powell [presidente do Fed] já disse que o comitê deseja ter maior confiança de que a inflação está consistentemente convergindo para a meta de 2% e para isso ele gostaria de ver a continuidade de bons dados de inflação e um mercado de trabalho menos aquecido”, disse André Cordeiro, economista-sênior do Inter. É a mesma sensação de André Fernandes, especialista de mercado de capitais da A7 Capital, para quem o dado surpreendeu e demonstra que o mercado de trabalho nos EUA ainda está muito aquecido. “Isso pode ser refletido na inflação, tornando ela mais persistente e corroborando os últimos discursos de dirigentes do Fed essa semana, de que o juro neutro por lá deve ser maior do que o esperado”, diz.Há, porém, que ache que o dado não muda muito o cenário. Andressa Durão, economista da ASA Investments, argumentou que o aumento do emprego com crescimento moderado dos salários ainda “conversa” com a narrativa do Fed de crescimento do emprego impulsionado pela oferta. No entanto, ela ponderou que o dado de hoje, traz dúvidas sobre a sustentabilidade de um ritmo tão forte de emprego sem gerar pressões inflacionárias. “Acreditamos que os dados de hoje não devem mudar as perspectivas para o início do ciclo de corte de juros, mas confirmam que o Fed deve agir com cautela”, opinou.Os investidores lá fora, pelo visto, preferem enxergar mesmo copo meio cheio, pelo menos na sessão de hoje, mas já reforçam que a possibilidade de manutenção dos juros até junho pelo Federal Reserve é maior. Levantamento mostra que a manutenção da taxa no atual patamar avançava de 35,0%, logo antes do dado, para 41,9%, depois da publicação do relatório mensal de empregos.Depois do turbilhão, da gangorra de ontem, Petrobras (PETR4) seguiu no centro das atenções. Mais uma vez a mais negociada do dia, PETR4 chegou a subir quase 2% e terminou o dia com alta de 0,58%. Não foi aquela gangorra, mas continua instável. O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou hoje que a petroleira contará com um ambiente de “estabilidade” nas próximas horas ou nos próximos dias,