O Ibovespa hoje terminou o dia em queda, com o mercado de olho em dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (28), o principal índice da B3 encerrou o pregão em baixa de 0,94% aos 131.902,18 pontos, depois de oscilar entre máxima a 133.143,44 pontos e mínima a 131.315,06 pontos. O volume negociado foi de R$ 18,3 bilhões.
“Na minha opinião, o movimento reflete o pessimismo crescente dos mercados internacionais, diante de dados dos Estados Unidos que mostram uma queda na confiança do consumidor e um aumento nas expectativas de inflação. A apreensão se intensifica com a possibilidade de novas tarifas comerciais que podem ser anunciadas pelo governo dos Estados Unidos na próxima semana, gerando um clima de maior incerteza”, afirma Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital.
O índice de sentimento do consumidor nos EUA, elaborado pela Universidade de Michigan, caiu de 64,7 em fevereiro para 57 em março. O resultado veio abaixo da medição preliminar (57,9) e também aquém do esperado por analistas consultados pela FactSet, que projetavam recuo a 57,9. Esse é o terceiro mês consecutivo de queda do índice.
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Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do país avançou 0,3% em fevereiro, na comparação com janeiro, em linha com a projeção da FactSet.
No Brasil, o destaque foram os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O mercado formal de trabalho abriu 431.995 novas vagas em fevereiro. Em janeiro, o saldo líquido foi positivo em 144.086 vagas (número revisado). O resultado, o maior saldo positivo da série histórica atual do Caged, iniciada em janeiro de 2020, superou o teto da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava criação líquida de 330 mil vagas em fevereiro.
“A gente viu o Caged aqui mais forte, foi o melhor mês de fevereiro da série histórica. Então, isso chamou a atenção, a Bolsa recuperou um pouco, mas ainda fechou em queda”, afirma Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 1,97%, 1,69% e 2,7%, respectivamente. “A tensão sobre a implementação das tarifas continua sendo o principal fator de risco, com investidores ainda em ‘modo de espera’, aguardando os anúncios sobre tarifas recíprocas previstos para 2 de abril – data que o presidente Donald Trump denominou como Dia da Libertação”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Cogna (COGN3), Minerva (BEEF3) e Hypera (HYPE3).
Cogna (COGN3): 3,92%, R$ 2,12
As ações da Cogna (COGN3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, subindo 3,92% a R$ 2,12. Em relatório recente, o Bradesco
BBI destacou que o momento positivo da firma “deve persistir” neste ano, com expectativas de que a receita e Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cheguem aos dois dígitos.
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A COGN3 está em alta de 39,47% no mês. No ano, acumula uma valorização de 94,5%.
Minerva (BEEF3): 2,31%, R$ 6,21
Quem também se saiu bem foi a Minerva (BEEF3), que avançou 2,31% a R$ 6,21. Em relatório, o Santander reiterou sua recomendação neutra para os papéis da firma frigorífica e manteve o preço-alvo de R$ 7,00 para o fim de 2025.
A BEEF3 está em alta de 40,5% no mês. No ano, acumula uma valorização de 22%.
Hypera (HYPE3): 1,44%, R$ 19,76
Outro destaque positivo foi a Hypera (HYPE3), que registrou alta de 1,44% a R$ 19,76.
A HYPE3 está em alta de 5,05% no mês. No ano, acumula uma valorização de 10,64%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Vamos (VAMO3), GPA (PCAR3) e Usiminas (USIM5).
Vamos (VAMO3): -9,32%, R$ 4,67
As ações da Vamos (VAMO3) sofreram a maior queda do dia, terminando o pregão em desvalorização de 9,32% a R$ 4,67. Os papéis realizaram parte dos ganhos das últimas sessões, quando dispararam 15,62% na terça-feira (25) e 6,25% na quarta-feira (26).
A VAMO3 está em alta de 22,57% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -1,68%.
GPA (PCAR3): -4,9%, R$ 2,72
Na lista de principais baixas, estiveram as ações do GPA (PCAR3), que encerraram em baixa de 4,9% a R$ 2,72. firmas cíclicas, mais sensíveis aos ciclos econômicos, sofreram com a pressão dos juros futuros na sessão.
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A PCAR3 está em alta de 7,51% no mês. No ano, acumula uma valorização de 6,67%.
Usiminas (USIM5): -3,87%, R$ 5,72
Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Usiminas (USIM5), que recuou 3,87% a R$ 5,72, em dia negativo para o minério de ferro no exterior.
A USIM5 está em alta de 0,18% no mês. No ano, acumula uma valorização de 7,52%.
*Com Estadão Conteúdo
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Autor: Beatriz Rocha
