Ibovespa hoje: decisão do Fed e balanços de gigantes globais e bancos guiam o humor do mercado nesta quarta (29)
Os agentes dos mercados internacionais mantêm expectativas pelo anúncio da decisão de juros do Federal Reserve (Fed) e pela coletiva de imprensa de seu presidente, Jerome Powell, que acontecem à tarde. A temporada de balanços segue no radar do Ibovespa hoje, com resultados de grandes bancos, como Santander e Bradesco no Brasil, e de três das “Sete Magníficas” – Meta, Alphabet e Microsoft – nos EUA.
Ainda na agenda econômica hoje, o discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, na cúpula de CEOs da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), repercute nos mercados, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne-se com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para tratar da operação policial nos complexos do Alemão e da Penha – a mais letal da história do Rio de Janeiro.
A agenda de indicadores americana segue esvaziada pelo shutdown do governo – que já dura 29 dias – com previsão apenas das vendas de imóveis pendentes em setembro e dos estoques semanais de combustíveis.
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A Boeing publica balanço antes da abertura das bolsas em NY, enquanto a Meta, Alphabet e Microsoft, após o fechamento. Já o Bradesco, Motiva, Isa Energia divulgam balanços após o fechamento dos mercados. Santander Brasil, por sua vez, reportou lucro de R$ 4 bilhões nesta manhã.
No Brasil, o Relatório Mensal da Dívida Pública de setembro e o fluxo cambial semanal saem à tarde. A MP 1.304/2025, do setor elétrico, será debatida na comissão mista. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus 14 sindicatos fazem atos pelo País em meio às negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025.
Ibovespa hoje: veja os principais assuntos desta quarta-feira (29)
Federal Reserve define juros nos EUA
No meio da tarde, o Fed deverá cortar os juros básicos dos EUA pela segunda vez consecutiva, diante de persistentes sinais de fraqueza no mercado de trabalho americano. A atenção vai se voltar para comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, que pode confirmar expectativas de uma terceira redução das taxas, em dezembro.
A principal aposta – com quase 98% de probabilidade estimada – é de que o Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) reduza os juros dos EUA em mais 25 pontos-base na reunião que começa hoje e termina amanhã, conforme levantamento da plataforma americana CME Group. Se confirmada,será a segunda queda consecutiva, que deve levar a taxa básica americana para o intervalo entre 3,75% e 4,00% ao ano.
Bolsas globais mostram direções opostas de olho em Fed e Trump
Os mercados de ações em Nova York e na Europa operam sem direção definida, enquanto as bolsas asiáticas subiram, impulsionadas pela viagem de Trump à Ásia e pela expectativa de um segundo corte seguido de 25 pontos-base nos juros pelo Fed, além de possíveis sinais de Powell sobre as próximas reuniões.
Há otimismo em torno do encontro de amanhã entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, em Busan, na Coreia do Sul. Trump afirmou ter uma “relação muito boa” com Xi e disse que “muitos problemas serão resolvidos”, ao indicar que pode reduzir tarifas sobre produtos ligados ao fentanil em troca do compromisso de Pequim em conter exportações do opioide.
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Já as negociações com a Coreia do Sul seguem travadas pela exigência americana de US$ 350 bilhões em investimentos. Mais cedo, os balanços de bancos europeus, como Santander e Deutsche Bank, trouxeram viés positivo pontual às bolsas na zona do euro.
Em Nova York, a Nvidia é destaque e está muito próxima de atingir a marca inédita de US$ 5 trilhões em valor de mercado. Nos outros mercados, os rendimentos dos Treasuries estão estáveis, o dólar hoje sobe ante divisas fortes e o petróleo avança levemente.
Santander lucra R$ 4 bilhões no 3º tri
O Santander Brasil (SANB11) teve lucro líquido gerencial, que desconsidera o ágio de aquisições, de R$ 4,009 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 9,4% ante o registrado em igual período de 2024. Na comparação com o segundo trimestre, houve alta de 9,6%. Confira o balanço completo.
O retorno sobre o patrimônio líquido do Santander avançou 0,5 ponto porcentual em um ano, para 17,5%. Os ativos totais somaram R$ 1,253 trilhão, queda de 2,4% em um ano e alta de 2,4% no trimestre. O patrimônio líquido, por sua vez, aumentou 6,1% em um ano e 1,9% em três meses, para R$ 94,171 bilhões.
Commodities em alta: veja o impacto nos ADRs de Vale e Petrobras
Os contratos futuros de petróleo operam em alta, após três sessões consecutivas de queda, com o mercado apoiado por expectativas de que EUA e China fechem um acordo comercial amanhã. Investidores também aguardam os dados semanais do Departamento de Energia (DoE) sobre estoques norte-americanos. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para dezembro subia 0,18%, a US$ 60,15, enquanto o Brent para janeiro avançava 0,23%, a US$ 64,46.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, registrou alta de 1,96% no contrato futuro para entrega em janeiro de 2026, cotado a 804,5 yuans, o equivalente a US$ 113,32 a tonelada.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 1,20% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,42%.
O que esperar do Ibovespa hoje
A indefinição no exterior pode conter uma reação positiva mais forte no mercado de ações brasileiro nesta quarta-feira, apesar do avanço de quase 2% do minério de ferro em Dalian pelo terceiro dia seguido, impulsionado pelo otimismo com um possível acordo comercial entre EUA e China. O petróleo também tenta se firmar em alta.
No cenário corporativo, o balanço do Santander Brasil, que superou as previsões, tende a animar os investidores, assim como a aprovação no Senado americano de uma medida que revoga as tarifas impostas por Trump ao Brasil.
A proposta, liderada pelo democrata Tim Kaine e apoiada por cinco senadores republicanos, ainda precisa passar pela Câmara, onde deve enfrentar entraves até março de 2026. Paralelamente, o encarregado de Negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, afirmou que os canais com a Casa Branca seguem abertos e propôs novos encontros em 2026, reforçando o bom momento nas relações bilaterais.
No câmbio, a expectativa de um dólar mais fraco e da manutenção da Selic em nível elevado, mesmo com eventual corte em janeiro, deve sustentar o real e compensar parcialmente a saída de capitais típica do fim do ano.
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Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast
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Autor: Camilly Rosaboni
