ICON avança 31,8% e analista da XP aponta atenção para MGLU3, ASAI3, BHIA3 e SMFT3


O índice de consumo (ICON), que reflete o desempenho do setor na B3 e reúne algumas das principais companhias voltadas ao consumo e varejo no Brasil, protagonizou uma trajetória de forte recuperação em 2025.
O índice acumulou valorização de 31,8%, ao sair da mínima do ano em 2.327 pontos, registrada em fevereiro, até alcançar a máxima recente de 3.067 pontos. Esse movimento positivo, impulsionado pelo desempenho expressivo de grandes varejistas e firmas ligadas ao consumo doméstico, trouxe otimismo para o mercado, mas também sinais de cautela no curto prazo.
Gilberto Coelho, analista da XP, reforçou a leitura técnica do momento. “Os candles recentes sugerem maior chance de realizações, que podem chegar em suportes nos 2.850 ou 2.700, sem perda da tendência principal da alta, que ainda projeta de 3.120 a 3.250 por Fibonacci”, concluiu.
Para o especialista, embora o viés altista de médio prazo permaneça preservado, o cenário atual exige atenção dos investidores e traders diante da possibilidade de correções técnicas ao longo dos próximos pregões.
Além disso, Coelho destacou que o volume médio diário do setor oscilou entre R$ 4 bilhões e R$ 8 bilhões, o que evidencia a relevância e a liquidez do ICON na B3.
Esse volume robusto demonstra o interesse consistente dos investidores e reflete o peso das companhias que compõem o índice, incluindo nomes como Magazine Luiza (MGLU3), Assaí (ASAI3), Casas Bahia (BHIA3) e Smart Fit (SMFT3), entre outros, que possuem forte presença no dia a dia do consumidor brasileiro e grande influência na formação do índice.

Assaí tem perda da linha de tendência sugere realizações
Os papéis do Assaí (ASAI3) acumulam uma expressiva alta de 92% no ano, depois de deixarem a mínima registrada em R$6,27 e atingirem a máxima de R$12,04 ao longo de 2025. Esse desempenho reflete o bom momento vivido pela companhia em meio à recuperação do setor de consumo e ao ambiente favorável para o varejo alimentar.
Contudo, o movimento recente indica sinais de enfraquecimento na trajetória ascendente. “Vai perdendo uma linha de tendência de alta, sugerindo realizações na direção dos R$10,40 a R$9,30”, afirma Coelho.
Esse comportamento gráfico reforça a necessidade de atenção dos traders e investidores, já que a perda de suportes relevantes pode abrir espaço para novas correções no curto prazo.
Segundo o analista, para que o ativo retome o sinal positivo e volte a atrair fluxo comprador consistente, seria necessário “um fechamento acima dos R$11,05 mirando de R$13,80 a R$15,55”. Isso indicaria o fortalecimento da tendência altista e poderia gerar novos alvos de valorização, conforme apontam as projeções traçadas com base na análise técnica e nos níveis de Fibonacci.

Casas Bahia tem volatilidade extrema e sinal de baixa
Casas Bahia (BHIA3), segundo Coelho, protagonizou um dos maiores ralis do ano no mercado acionário brasileiro, ao saltar impressionantes 330%, partindo de R$2,60 para atingir R$11,20 em menos de dois meses. O movimento chamou a atenção do mercado pelo volume expressivo de negócios e pela rapidez com que os preços se valorizaram.
No entanto, boa parte desses ganhos acabou sendo devolvida em seguida, em um cenário marcado por realização de lucros e menor apetite por risco no papel, com a ação encerrando a última sessão em R$3,47, muito distante do pico alcançado durante o rali.
“O volume negociado no rali de alta chegou a 174 milhões de reais em um pregão, mas atualmente vem negociando cerca de 12 milhões de reais por dia,” comentou Coelho, destacando a drástica redução na liquidez diária da ação após o pico do movimento. Essa retração no volume, segundo ele, reforça o sinal de cautela do mercado em relação ao ativo neste momento.
“Por médias, o sinal de baixa foi retomado entre 8 de abril, quando perdeu a média de 21 dias, e final de maio, quando perdeu a média de 200 dias”, pontuou o analista.
A análise técnica indica, portanto, um quadro de pressão vendedora que se consolidou ao longo das últimas semanas. Segundo Coelho, as projeções de Fibonacci, apontam agora para suportes em R$3,40 — nível praticamente testado na última sessão — e em R$2,88, patamar que poderia ser buscado em caso de continuidade do movimento de baixa.
O cenário passaria a sugerir uma reversão mais consistente apenas com “fechamento acima dos R$4,00 e R$4,57, valor das médias de 21 e 200 dias hoje,” conforme destacou o analista.
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Magazine Luiza: atenção a médias e possível reversão
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) destacaram-se ao longo de 2025 pelo alto grau de volatilidade, característica que tem marcado o comportamento do papel em meio às oscilações do setor de varejo. Segundo o analista, os papéis acumularam valorização superior a 107% no ano, ao saírem da mínima de R$5,54 e atingirem a máxima de R$11,50, refletindo períodos de forte fluxo comprador e otimismo dos investidores.
Atualmente, MGLU3 é negociada em torno de R$9,00, o que ainda representa uma alta expressiva de cerca de 60% em relação ao piso do ano, mas já mostra sinais de perda de força no movimento altista.
“Perdeu a média de 21 dias, sugerindo realizações de curto prazo e se fechar abaixo dos R$8,80 perderá também a média de 200 dias, o que traria sinal de reversão da tendência de longo prazo para baixa”, pontuou Coelho.
A análise técnica revela, portanto, um momento de atenção redobrada, já que a perda dessas referências gráficas pode indicar o início de um ciclo de maior pressão vendedora e mudança no viés de longo prazo.
Por outro lado, o cenário poderia voltar a ser positivo se houver reação do preço nos próximos pregões. “O sinal de alta poderia ser renovado com um fechamento acima dos R$9,60 mirando de R$10,40 a R$11,50 de novo” destacou Coelho. Esse patamar seria visto como confirmação da retomada do movimento altista, abrindo espaço para buscar novamente as máximas do ano.
Em relação à liquidez, Coelho chamou atenção para o comportamento dos volumes ao longo do período. “O volume negociado tem picos diários acima de R$ 400 milhões, mas vem trabalhando com médias pouco acima de R$ 150 milhões diários”, pontua Coelho.

Smart Fit tem suporte perdido e pode abrir espaço para mais quedas
A Smart Fit (SMFT3), segundo o analista, apresentou um desempenho marcado por forte oscilação ao longo de 2025, com variação de quase 55% entre os extremos do ano. Os papéis saíram da mínima de R$16,35 para atingir a máxima de R$25,33, refletindo o bom momento da companhia no início do ano e o impacto positivo de sua inclusão na última composição do Ibovespa.
O ingresso no principal índice da bolsa brasileira contribuiu para um aumento expressivo na liquidez do papel, ampliando a visibilidade da firma junto a investidores institucionais e pessoas físicas.
No entanto, o cenário mais recente aponta para um movimento de enfraquecimento da tendência altista. Atualmente, segundo Coelho, os papéis estão abaixo do suporte de curto prazo em R$23,75 e perderam a média de 21 dias, sinalizando maior pressão vendedora.
“Isso pode levar a novas realizações na direção dos R$22,00 ou R$20,60 na média de 200 dias,” explicou Gilberto Coelho, alertando para a possibilidade de continuidade das correções, caso não haja reação compradora nos próximos pregões.
Por outro lado, o analista ressaltou o que seria necessário para a retomada do viés positivo. “Um fechamento acima dos R$25,33 projetando de R$28,00 a R$38,85 por Fibonacci.” Esse cenário representaria a retomada do movimento altista e abriria caminho para novos avanços, com alvos expressivos segundo as projeções gráficas.
No que se refere ao volume negociado, Coelho relembrou que a entrada do papel no Ibovespa levou o volume médio diário da ação a saltar de R$ 50 milhões para cerca de R$ 300 milhões entre abril e maio.
Contudo, esse patamar se normalizou recentemente, com os volumes oscilando atualmente entre R$ 50 milhões e R$ 90 milhões, evidenciando uma redução na intensidade dos negócios e a acomodação do fluxo após o ajuste inicial ao índice.

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Autor: Bruno Nadai