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Investidor em renda fixa privada também deve conferir balanços trimestrais? Entenda

Rephrase my Tela mostra variação de ativos financeiros. Foto: Getty Images

Poupadores que investem recursos em títulos de dívida privada, como debêntures, também devem acompanhar balanços trimestrais das empresas? Para especialistas em renda fixa, a resposta é sim, embora com um enfoque diferente dos investidores em ações.
Enquanto no público de bolsa as atenções costumam se concentrar em margens de lucro, dividendos e crescimento de receita, os investidores em papéis de renda fixa devem se ater em linhas que revelem o nível de endividamento e liquidez dos emissores, aconselham.
São esses pontos que mostram a capacidade de uma empresa pagar seus credores.
Nesse sentido, a analista de renda fixa do Itaú BBA Paula Toute sugere que o investidor de renda fixa confira dois indicadores. Um é a relação dívida líquida/Ebitda.
O Ebitda, sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, que basicamente mede a capacidade de geração de caixa das empresas.
E uma dívida de líquida de até 2,5 vezes o Ebitda de um ano é considerada no mercado como um teto para uma companhia como uma medida saudável.
Ou seja, isso significa que a emissora levaria dois anos e meio de geração de caixa para pagar suas obrigações.
Índices muito acima dessa fronteira costumam acender o sinal de alerta de investidores mais cautelosos.
Isso porque, num momento de instabilidade com queda de receitas, a emissora pode ficar com mais dificuldade para honrar compromissos financeiros.
O outro dado é a relação entre o caixa da empresa versus suas dívidas de curto prazo.
De forma sucinta: os recursos em caixa devem ser suficientes para pagar 100% das dívidas a vencer em até um ano.
“Esses dados ajudam a dar uma ideia da capacidade do emissor de honrar seus vencimentos”, disse Paula.
Para quem tem interesse em conferir as condições da devedora mais detalhadamente, outra informação útil é a relação entre geração de caixa antes de impostos (Ebit) e o pagamento de juros.
A recomendação é de Ângelo Belitardo, gestor da boutique de investimentos Hike Capital.
A propósito, ele também aconselha que o investidor preste atenção no juro embutido nos instrumentos de dívida.
Como forma de atrair mais investidores, empresas podem oferecer maiores rentabilidades para seus instrumentos de dívida.
Porém, quando a taxa fica muito fora da média do mercado, a empresa precisa ter uma geração de caixa maior para compensar, ou ficará com menor capacidade de pagar seus credores.
“Se o emissor paga taxa equivalente a mais de CDI+3%, o custo de captação é muito alto”, citou Belitardo como referência.
Por fim, uma informação também presente nos relatórios das empresas é o rating concedido por agências de classificação de risco para as emissões de dívida.
E a equipe do Itaú BBA, por exemplo, só recomenda a investidores que tenham nota de crédito AAA (máxima) ou AA- for better SEO.  

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