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IPCA de maio: quanto dinheiro você perdeu em um ano por conta da inflação

Nesta terça-feira (10), O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação, que ficou em 0,26% no fechamento do mês de maio. O IPCA acumulado de 12 meses atinge o 5,32% e, quando comparado com a mesma data no ano passado – 2024 -, o poder de compra da população geral caiu 5,80%.

O cálculo é feito com um valor inicial de R$ 1 mil. A calculadora do IPCA permite simular a correção dessa quantia em uma determinada data utilizando o índice de preço, veja:

  • Mês inicial: maio de 2024;
  • Mês final:  maio de 2025;
  • Valor na data inicial: R$ 1 mil;
  • Valor na data final: R$ 1.058,04;
  • Percentual total no intervalo: 5,80%.

De modo geral, um valor corrigido maior indica um aumento no custo de vida. Ao analisar o valor de R$ 1 mil, percebe-se um acréscimo de R$ 58,04, mas isso não significa que você tem mais dinheiro. Na verdade, R$ 1.058,4 hoje (10) compram o que R$ 1 mil compravam em 2024. Ou seja, o mesmo valor original perdeu poder de compra ao longo do tempo, e o consumidor precisa de mais dinheiro para comprar os mesmos bens e serviços.

E meus investimentos?

Caso os investimentos não tenham rendido acima da inflação, ou seja, o rendimento mensal não superou o valor corrigido pelo IPCA, o dinheiro perdeu valor ao longo do tempo. O mesmo vale para os endividados: se a dívida corrigida pelo índice de inflação teve um valor final maior, significa que a dívida ficou ainda mais cara.

Seu dinheiro vale quase 40% menos do que há 5 anos

Ainda com base nos dados fornecidos pelo IBGE, nos últimos 5 anos a perda real é de 36,83% no poder de compra, ou seja, R$ 1 mil em maio de 2020 têm o mesmo poder de compra que R$ 1.368,26 em maio de 2025.

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Inflação a 0,26%: o que significa?

O IPCA de maio surpreendeu o mercado ao registrar 0,26%, uma taxa inferior a abril deste ano e maio do ano passado, de 0,43% e 0,46%, respectivamente. As projeções do Banco Bmg apostavam no percentual 0,32%, com um destoante nos bens industriais. Além disso, segundo Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, “os preços do etanol e de aparelhos eletrônicos ajudaram nessa dinâmica. Outro ponto positivo do resultado de hoje foi o comportamento dos núcleos, que registraram alta de 0,31% e esperávamos 0,36%.”

Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, também foi pega de surpresa com a queda, citando os alimentos como impulsionadores na economia. “A surpresa favorável foi devido à queda da inflação de alimentos (deflação de tubérculos, frutas e ovos)”, afirma.

As expectativas para os próximos meses são de controle no setor alimentício, seguindo o fluxo de baixa em junho e julho. “Entretanto, os números estão sujeitos a alguma volatilidade por conta dos preços de energia. Existe a possibilidade de a Aneel acionar bandeira vermelha 2 no mês que vem, o que poderia adicionar 0,18 p.p. no IPCA de julho. Para o ano, projetamos alta de 5,2% e para o ano que vem, alta de 4,1%”, ressalta Serrano.

Uma das boas notícias do cenário atual é que, apesar do mercado de trabalho seguir aquecido — com mais pessoas empregadas e salários em alta — isso ainda não está se traduzindo em uma forte pressão sobre a inflação de serviços.

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A chamada ‘boca de jacaré’, que representa a diferença entre a inflação dos serviços mais dependentes de mão de obra e a taxa de desemprego, continua aberta, o que indica que a queda no desemprego ainda não está impactando de forma significativa os preços desses serviços, explica Pinheiro. Além disso, a média dos núcleos de inflação — que excluem itens mais voláteis e ajudam a entender a tendência dos preços — apresentou uma desaceleração relevante, passando de 4,5% para 3,5% ao ano.

Por outro lado, há sinais de alerta. A inflação dos bens comercializáveis, ou tradables — que são produtos que o Brasil importa ou exporta — continua em leve alta. Um dos destaques negativos é a inflação de alimentos comercializáveis, que permanece elevada, próxima de 12% no acumulado em 12 meses.

Também preocupa o comportamento dos serviços subjacentes, uma medida mais refinada da inflação no setor de serviços. Embora tenha havido uma leve desaceleração no curto prazo, passando de 0,45% para 0,42% ao mês, no acumulado anual essa inflação subiu de 6,56% para 6,75%. Ou seja, mesmo com algum alívio em certos indicadores, outros continuam pressionados, especialmente os que afetam diretamente o consumo das famílias.

“Com atividade ainda resiliente e abertura da inflação corrente mostrando os itens sensíveis à política monetária ainda pressionados, mantemos nossa expectativa de alta adicional de 25 bps [Basis points: medem taxas de juros, em que 1 bps equivale a 1%] em junho, com o encerramento do ciclo de alta de juros em 15%”, defende a economista-chefe da Galapagos.

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Por fim, Paulo cunha, CEO da iHub Investimentos, acredita que: “Esse cenário abre margem para que o Banco Central avalie o encerramento do atual ciclo de alta de juros ou, eventualmente, considere um corte nas próximas reuniões. A resposta já pode ser percebida na curva de juros futuros, que registrou um leve recuo.”

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Isabela Ortiz

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