IRB (IRBR3) despenca mais de 12% após alta no lucro do 4º tri. O que explica a queda?
O IRB (IRBR3) apresentou um lucro líquido de R$ 112,4 milhões no quarto trimestre de 2024, resultado 196,9% maior que o reportado no mesmo intervalo de 2023. O crescimento anual do número, no entanto, não é suficiente para animar os investidores no pregão. Às 14h54 desta quarta-feira (26), as ações do ressegurador tombam 12,71% cotadas a R$ 47,95 na B3.
Certos pontos do balanço do IRB acendem alertas nos analistas. A Genial Investimentos destaca que as despesas administrativas registraram um forte aumento de 91,6% na base trimestral e de 58,1% na base anual. Elas foram impactadas principalmente por um efeito não recorrente de R$ 62,6 milhões, relacionado a um processo fiscal sobre a tributação de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da sucursal na Argentina.
Outro fator de preocupação foram os resultados monetários, que recuaram 44,5% na comparação trimestral e 12,5% na comparação anual, ficando em R$ 109 milhões. A Genial explica que o desempenho reflete uma perda de R$ 24 milhões na marcação a mercado, decorrente da venda de parte da dívida soberana, além do impacto de juros e correção sobre um auto de infração local.
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Na avaliação do Goldman Sachs, um ponto de atenção que deve mexer com as ações do IRB é o lucro antes dos impostos, que atingiu R$ 112 milhões – resultado que representou uma queda trimestral de 34% e veio 19% abaixo das projeções do Goldman. Já o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) permaneceu relativamente contido em 10,2%, ante 10,7% no terceiro trimestre de 2024 e 3,6% no quarto trimestre de 2023.
Para o banco, o resultado abaixo do esperado no lucro antes dos impostos puxa uma reação negativa do mercado, especialmente após o forte desempenho das ações da firma no acumulado do ano, quando já sobem 12,96%, enquanto o Ibovespa acumula ganhos de 4,02%.
Ações do IRB já subiram demais?
Após os resultados trimestrais, o BTG Pactual manteve a sua recomendação de compra para o IRB, com preço-alvo de R$ 56,50. O banco afirmou, no entanto, ser natural esperar alguma volatilidade dos papéis no curto prazo. “As ações subiram significativamente desde nosso relatório no fim de dezembro (+45%), e consideramos que o movimento pode ter sido um pouco excessivo”, pontuam os analistas do BTG.
O banco mantém, porém, o viés positivo para IRBR3, apoiado pelo aumento da taxa Selic e pela expectativa de recuperação no desempenho da receita, que pode ser impulsionada pelo crescimento da demanda por seguros e resseguros devido aos efeitos climáticos. “Essa visão positiva também é reforçada por nossa maior confiança na equipe de gestão, liderada pelo CEO, Marcos Falcão, e pelo VP de Resseguros, Daniel Castillo.”
Segundo a Genial, embora ainda abaixo dos níveis ideais, a tendência de recuperação do IRB segue, indicando maior previsibilidade nos resultados. “Talvez o principal desafio para o IRB nessa nova fase pós-reestruturação será retomar o crescimento da carteira de prêmios sem comprometer a rentabilidade”, indicam os analistas da corretora, que têm recomendação de “manter” para a ação, com um preço-alvo de R$ 53,50.
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Já o Goldman lista os principais riscos de baixa para os papéis: crescimento dos prêmios abaixo do esperado, sinistralidade maior do que a projetada, resultados monetários mais fracos, aumento inesperado na taxa de comissões e consumo do crédito fiscal impactado por lucro antes dos impostos abaixo das expectativas da firma. Por outro lado, um pagamento de dividendos antes do previsto poderia impulsionar as ações. O banco tem recomendação neutra para o IRB, com preço-alvo de R$ 49.
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Autor: Beatriz Rocha