João Fonseca desperdiça caminho “acessível”, mas deixa Wimbledon com melhor ranking
João Fonseca encerrou nesta sexta-feira sua primeira participação na chave principal de Wimbledon. O jovem carioca fez uma grande campanha ao alcançar a terceira rodada, quebrando um jejum de 15 anos no tênis brasileiro. No entanto, parou diante da experiência e do saque do chileno Nicolás Jarry, em um belo duelo de quatro sets.
A boa campanha, contudo, poderia ter sido ainda melhor, caso tivesse vencido e garantido vaga nas oitavas de final. Isso porque a atual edição de Wimbledon tem sido marcada pela eliminação precoce de diversos favoritos, a maioria nas duas primeiras rodadas, o que abre caminho para surpresas na segunda semana do Grand Slam britânico.
Na chave do brasileiro, o sorteio foi favorável a Fonseca, que escapou de enfrentar um cabeça de chave na primeira rodada. Seu adversário foi o local Jacob Fearnley, 49º do mundo, que nunca brilhou na grama inglesa. Na sequência, evitou outro pré-classificado, o holandês Tallon Griekspoor, eliminado pelo americano Jenson Brooksby.
Na terceira rodada, o favorito para avançar e possivelmente enfrentar Fonseca era o dinamarquês Holger Rune, que foi eliminado logo na estreia. Rune é o número oito do mundo. Fonseca acabou cruzando com Jarry, que já foi número 16 do mundo, mas vem sem ritmo no circuito. Atualmente, ocupa a 143ª posição, vindo do qualifying.
Se derrotasse Jarry, o brasileiro enfrentaria o britânico Cameron Norrie, outro tenista em baixa. Apesar de já ter sido o 8º do mundo, Norrie não havia vencido nenhuma partida na grama antes de estrear em Wimbledon, acumulando duas derrotas em dois jogos.
O torcedor brasileiro poderia sonhar com uma vitória que colocaria Fonseca diante do tenista do momento, o espanhol Carlos Alcaraz, nas quartas de final. O número dois do mundo é o atual bicampeão de Wimbledon e, há cerca de um mês, protagonizou uma das maiores viradas da história na final de Roland Garros, contra o italiano Jannik Sinner.
Um duelo entre Fonseca e Alcaraz é um dos mais aguardados do circuito. Especialistas consideram o brasileiro um forte candidato a formar futuramente um novo “Big 3” ao lado do espanhol e de Sinner.
Apesar da eliminação, a boa trajetória no Grand Slam britânico deve colocar o brasileiro no Top 50 na próxima atualização do ranking, ao fim da competição. Atual 54º do mundo, ele aparece temporariamente na 47ª posição, que pode mudar até o último dia de Wimbledon.
A subida no ranking é uma das metas de Fonseca e sua equipe para que, nos próximos meses, ele possa estar entre os cabeças de chave nos torneios de Grand Slam. As competições contam com 32 pré-classificados, então o brasileiro precisaria estar entre os 35 e 40 melhores do mundo para ter chances de entrar nessa restrita lista, que costuma garantir um caminho mais tranquilo no início das principais competições do circuito.
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Autor: Gabriel
