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JPMorgan vê risco limitado e eleva recomendação da Usiminas para neutra; ação sobe 2%

JPMorgan vê risco limitado e eleva recomendação da Usiminas para neutra; ação sobe 2%

O JPMorgan elevou a recomendação de Usiminas (USIM5) de underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente a venda) para equal-weight (exposição igual à média do mercado, equivalente a neutro), considerando a desvalorização de 60% das ações desde 2024, a provável limitação de queda a partir dos níveis atuais e o potencial de valorização decorrente da redução de custos e de medidas de defesa comercial. As ações da Usiminas subiram 1,77%, a R$ 4,60, após chegarem a subir mais de 4% no intraday.

Segundo relatório, o rebaixamento anterior em 2024 foi motivado por custos maiores que o esperado e aumento das importações de aço da China. Embora ainda se espere que as importações chinesas permaneçam acima da média histórica, o JPMorgan acredita que esses fatores já estão refletidos no preço das ações.

Após a reforma do Alto-Forno 3 (BF3), a ação da Usiminas chegou a R$ 11, mas caiu para cerca de R$ 4, um recuo de cerca de 60% contra alta de 10% Ibovespa, nível que indica potencial de queda limitado. A siderúrgica deve se beneficiar da queda dos custos nos próximos trimestres, com potencial de valorização adicional caso medidas antidumping sejam aprovadas no Brasil ou se políticas chinesas de “anti-involução” tiverem maior efeito. Usiminas negocia a 3,7 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2026.

Paralelamente, o banco manteve recomendação neutra para CSN (CSNA3), embora tenha reduzido o preço-alvo de R$ 9,50 para R$ 8,00 para refletir sua estratégia de dívida em evolução.

De acordo com o banco, a CSN foi mais agressiva que os pares pós-COVID, realizando aquisições — principalmente em cimento e energia — elevando a alavancagem para 4,6 vezes. A firma negocia a 5,8 vezes EV/EBITDA para 2026e, com potencial de valorização de 3% frente ao preço atual de mercado.

A Gerdau (GGBR4), por sua vez, segue como a escolha preferida do banco no setor siderúrgico brasileiro, com recomendação de compra e preço-alvo elevado de R$ 27,50 para R$ 28,00, devido à forte exposição ao mercado norte-americano e à capacidade de se beneficiar do recente suporte tarifário.

Desde o início da administração Trump, novas tarifas — incluindo a recente taxa de 50% sobre o aço importado — favoreceram preços mais altos e maior demanda na região. A presença da Gerdau na América do Norte permite que se beneficie dessas tendências, diferenciando-a de seus pares locais.

Atualmente, o JPMorgan vê a firma negociando a 4,0 vezes EV/EBITDA para 2026. Para Met. Gerdau, o banco manteve recomendação de compra e elevou preço-alvo de R$ 14,50 para R$ 15,50.

Ambiente desafiador

O JPMorgan lembra que setor siderúrgico brasileiro enfrenta um ambiente excepcionalmente desafiador, impulsionado por importações em níveis recordes, barreiras comerciais globais e desvantagens competitivas para produtores locais. Com o aço estrangeiro, principalmente da China, conquistando uma parcela crescente do consumo doméstico e com o suporte governamental ainda incerto, o setor enfrenta ventos contrários significativos. Apesar dessas pressões, a demanda robusta de setores-chave domésticos e fundamentos selecionados das firmas proporcionam algum alívio.

O JPMorgan destacou que “não há sinais de mudança iminente” no setor siderúrgico brasileiro, que enfrenta um aumento expressivo das importações. Atualmente, elas representam entre 22% e 25% do consumo interno, bem acima da média histórica de cerca de 10%. Com preços mais baixos, o aço importado vem ganhando participação frente aos produtores locais, enquanto usinas domésticas operam com cerca de 35% de capacidade ociosa — bem abaixo do nível considerado mínimo, entre 80% e 85%. Como consequência, a rentabilidade do setor despencou, pressionando também as ações das companhias.

Segundo o banco, as exportações deixaram de ser uma válvula de escape, diante das crescentes barreiras impostas por mercados internacionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, as tarifas sobre o aço brasileiro saltaram de 25% em março para 50% em junho, redirecionando fluxos e intensificando a pressão das importações no mercado doméstico. Esse cenário, somado às tensões comerciais globais, reduziu a competitividade internacional dos produtores nacionais.

Apesar dos desafios, o JPMorgan ressaltou que há fatores positivos. A demanda doméstica segue firme, sustentada por setores como defesa, agricultura, energia e manufatura, o que ajuda a atenuar o impacto das importações. Além disso, os preços das matérias-primas recuaram, embora o efeito seja limitado, já que muitas siderúrgicas brasileiras possuem operações integradas de minério de ferro.

O banco acrescentou que os principais obstáculos do setor extrapolam a gestão das companhias e dependem de políticas públicas. O governo poderia agir com medidas de proteção comercial, mas a relevância da China como parceiro econômico dificulta a adoção de barreiras. Para os analistas, o futuro da indústria dependerá de decisões estratégicas em defesa comercial e política industrial. Uma possível virada seria a redução das exportações chinesas por meio de ajustes em sua política doméstica, mas o JPMorgan avalia esse cenário como improvável no curto prazo, devido ao impacto que teria sobre o crescimento interno do país asiático.

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Autor: Felipe Moreira

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