Laudo de Marçal contra Boulos é falso, aponta perícia da Polícia Civil


O laudo apresentado por Pablo Marçal (PRTB) de suposto teste toxicológico de Guilherme Boulos (PSOL) é falso, concluíram peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de São Paulo, que realizam força-tarefa desde a madrugada deste sábado (5). A informação foi divulgada primeiro pelo jornal Estado de S.Paulo, e confirmada pelo InfoMoney.
Análise grafotécnica apontou que a assinatura do médico que consta no documento foi forjada. Sobre elementos genéricos do laudo falso, os especialistas apontaram diferença “no grau de habilidade gráfica, na inclinação da escrita, no andamento gráfico, nos valores angulares e curvilíneos”.
“É FALSA a imagem da assinatura em nome do médico José Roberto de Souza, lançada no receituário objeto de exame […], posto que tal assinatura não apresenta as mesmas características gráficas” de documentos originais assinados pelo profissional e analisada pelos peritos, diz relatório da perícia da Polícia.
A investigação apontou “discrepâncias escriturais observadas entre a firma contestada e os modelos produzidos por José Roberto de Souza, discordâncias essas que abrangem tanto a qualidade do traçado, quanto os elementos técnicos de ordem geral e de natureza morfogenética”, detalham três peritos que assinam o documento.

Os indícios de falsificação do documento surgiram logo após Marçal divulgá-lo em suas redes sociais. Diante das suspeitas, o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou que vídeos publicados por Marçal relacionados ao caso fossem excluídos das redes sociais Instagram, TikTok e Youtube. A decisão fala em “plausibilidade nas alegações” envolvendo falsidade no documento.

Peritos federais também estão analisando as inconsistências do laudo, segundo informações do jornal O Globo, após a Justiça Eleitoral determinar à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar o possível cometimento de quatro crimes por Marçal.
São eles:
- Divulgar fatos inverídicos em relação a partidos ou a candidatos capazes de exercer influência perante o eleitorado (pena de 2 meses a 1 ano);
- Difamar alguém na propaganda eleitoral de caráter ofensivo (pena de 3 meses a 1 ano);
- Falsificar documento particular para fins eleitorais (pena de até 5 anos de cadeia);
- Fazer uso de qualquer documento falsificado para fins eleitorais (pena de até 5 anos de cadeia).
Entenda o caso
Marçal publicou em seu Instagram, na noite da sexta-feira (4), a imagem de um suposto encaminhamento médico do candidato do PSOL a um serviço de psiquiatria devido a “um quadro de surto psicótico grave, delírios persecutórios e ideias homicidas, além de confusão mental e episódios de agitação”. Um exame toxicológico positivo para cocaína teria sido apresentado por um acompanhante.
Logo depois, apurações do jornal Folha de S.Paulo apontaram que o médico cuja assinatura consta no documento já morreu. Sua filha também publicou vídeos em suas redes sociais afirmando que o pai nunca trabalhou na clínica onde os supostos exames teriam sido realizados. O dono do estabelecimento, o biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior, já foi condenado pela falsificação de documentos para obter o registro profissional de médico.
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Autor: Paulo Barros