O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atribuiu a queda da aprovação de seu governo a uma “fotografia do momento” captada pelas pesquisas de opinião e afirmou que a baixa avaliação se deve ao ritmo lento das entregas da gestão até agora.
“Até o 2º semestre deste ano, eu dizia para as pessoas: não há por que ainda terem a afirmação de que o governo está indo muito bem, porque a gente não está entregando as coisas que nós temos que entregar. Este é o ano da colheita. Nós vamos entregar”, disse Lula.
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A declaração foi dada durante a gravação do podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, divulgado nesta quinta-feira (19), no Palácio da Alvorada. É a segunda vez que Lula participa do programa — a primeira foi em 2021, antes da campanha presidencial.
A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 6 de junho, apontou que 35% dos brasileiros consideram o governo Lula ruim ou péssimo, o maior índice desde o início do terceiro mandato. A aprovação (ótimo/bom) é de 33%, enquanto 30% avaliam como regular.
Corrupção no INSS: Lula diz que esquema veio do governo anterior
Lula também comentou as recentes denúncias de corrupção envolvendo fraudes no INSS. Segundo o presidente, os casos começaram a ser identificados ainda na gestão anterior e as investigações são conduzidas por órgãos de controle do próprio governo federal.
“Nós descobrimos através da CGU e da Polícia Federal que várias entidades foram criadas no governo Bolsonaro. Na perspectiva de mudança de governo, eles facilitaram para que os caras pudessem cobrar dos aposentados, colocar seus nomes como se fossem os sócios”, explicou o presidente.
O esquema envolvia o envio de dados falsos ao INSS e ao Serpro para autorizar descontos indevidos, supostamente de cerca de R$ 40 mensais, em benefícios de aposentados.
“Isso virou uma febre”, afirmou Lula. Ele garantiu que as apurações estão em andamento e “certamente” os responsáveis serão presos.
“Eles vão dizer que fomos nós; nós vamos dizer a verdade”
Lula também reagiu à percepção pública de que seu governo seria responsável pelas denúncias.
“Quando sai uma denúncia de corrupção no meu governo, é normal que, no momento, as pessoas pensem que foi no governo Lula, porque fomos nós que descobrimos. Então, cabe a nós dizer em alto e bom som por que aconteceu aquela corrupção, quem foi que fez aquilo, quem é a quadrilha que estava por trás daquilo.”
Segundo ele, a disputa de narrativas é inevitável: “Eles sempre vão dizer que fomos nós, e nós sempre vamos dizer a verdade.”
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Autor: Marina Verenicz
