A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), aponta que 51% dos deputados federais defendem que Jair Bolsonaro (PL) desista de concorrer à Presidência em 2026. Mesmo inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente continua se apresentando como pré-candidato — postura que, segundo o levantamento, enfrenta resistência até mesmo entre antigos aliados.
O levantamento mostra ainda que 23% dos parlamentares acreditam que Bolsonaro deve manter o “projeto”, enquanto 26% preferiram não opinar. A pesquisa foi realizada com 203 deputados — cerca de 40% da composição da Câmara dos Deputados — entre 7 de maio e 30 de junho. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais.
Desembarque do Centrão?
Segundo os dados da pesquisa, o maior índice de rejeição à continuidade da candidatura de Bolsonaro vem do Centrão. Nada menos que 78% dos deputados que se identificam com o grupo dizem que o ex-presidente deveria abandonar o projeto de 2026. Já entre os parlamentares que se dizem de direita, 50% também defendem que ele desista da disputa.
O ex-presidente está inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e ainda é réu em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. As penas somadas, caso condenado, podem chegar a até 43 anos de prisão.
Plano B da direita
Com a crescente desconfiança sobre a viabilidade da candidatura de Bolsonaro, o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem ganhado força entre parlamentares do centro e da direita como alternativa para 2026.
O próprio Palácio do Planalto já identifica Tarcísio como adversário preferencial, e movimentos da base governista sinalizam que o governador paulista será tratado como principal opositor de Lula nas eleições presidenciais, caso a inelegibilidade de Bolsonaro se mantenha.
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Autor: Marina Verenicz
