Mercado financeiro hoje: queda das commodities e tarifas de Trump pressionam Bolsas; como fica o Ibovespa?
A agenda econômica desta quarta-feira (9) acompanha a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), assim como a abertura da IX Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste momento de guerra comercial. Além disso, o mercado monetário hoje observa a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que realiza o Fórum sobre Mercados Emergentes, em Istambul, na Turquia.
Ainda na agenda econômica hoje, teremos as vendas no varejo restrito e ampliado de fevereiro e estoque de crédito de fevereiro no Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cumpre agenda em Brasília e tem reuniões com o presidente do Comsefaz, Flávio Oliveira, e outra com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo e com os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Fazenda, Fernando Haddad; e do Trabalho, Luiz Marinho para tratar de “assuntos governamentais”.
Além disso, nos EUA, também saem os estoques no atacado. A China revela o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) e PPI (Índice de Preços ao Produtor) de março. A OCDE realiza Fórum sobre Mercados Emergentes, em Istambul.
Mercado monetário hoje: os principais destaques desta quarta-feira
Bolsas internacionais operam de olho nas tarifas recíprocas de Trump
A quarta-feira é de aversão nas bolsas europeias, que caem mais de 3%, enquanto no mercado futuro em NY as perdas são mais modestas. As chamadas tarifas “recíprocas” dos EUA a importações globais entraram em vigor hoje, incluindo uma massiva tarifação de 104% a produtos da China.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ontem esperar chegar eventualmente a um acordo com os chineses. Trump também prometeu anunciar “muito em breve” a tarifação de produtos farmacêuticos fabricados no exterior, com a intenção de atrair os laboratórios para o território americano.
Ações do setor farmacêutico tombavam 5% na Europa há pouco. Pfizer e Merck também recuam no pré-mercado em NY. Na Ásia, as bolsas chinesas subiram. Os principais líderes da China estão buscando estreitar laços com os países asiáticos vizinhos. No radar está o fato de que as recentes tarifas impostas pelos EUA a outros países abriram um ponto de atrito entre o bilionário Elon Musk e o governo Trump. O presidente americano disse ontem que o país está arrecadando US$ 2 bilhões por dia com tarifas comerciais.
Commodities
Os contratos futuros do petróleo voltam a cair mais de 3% nesta quarta-feira, renovando os menores níveis em quatro anos, desde fevereiro de 2021. A commodity reage à entrada em vigor das tarifas “recíprocas” dos EUA, que ampliam temores de que a guerra comercial deflagrada pelo governo Trump leve a economia mundial a uma recessão e prejudique a demanda pela commodity.
Entre as commodities hoje, o contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 2,68%, cotado a 689 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 93,88. O segundo contrato mais negociado, para maio de 2025, terminou o pregão em queda de 3,05%, a 732 yuans, o equivalente a US$ 99,74 por tonelada. O preço de Dalian em dólares é calculado pelo Broadcast de acordo com a taxa de câmbio mais recente do yuan ante o dólar disponível no site do Banco Central.
Como fica o Ibovespa hoje?
O sinal negativo em NY e a queda das commodities tendem a pesar no Ibovespa, e nas ações de siderúrgicas, mineradoras e petroleira, como a Petrobras (leia mais abaixo em O que Sabemos). A promessa de Trump de tarifação de produtos farmacêuticos pode pressionar ações do setor, como Hypera Pharma, Blau Farmacêutica e Profarma.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o Brasil pode ser menos prejudicado do que outros países pelo “tarifaço” de Trump e também observou que a guerra comercial pega o Brasil sem dívida externa, com reservas cambiais expressivas e saldo comercial robusto. Além disso, acrescentou, os juros estão elevados, o que significa espaço para ação da política monetária se for necessário estimular a economia. O ministro afirmou ainda que não se preocupa com o fato do deputado Arthur Lira (PP-AL) ser responsável pela relatoria do Projeto de Lei que vai garantir isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. O mercado monetário hoje olha os dados de vendas no varejo.
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*Com informações do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo