Mercados têm pior semana desde abril com correção em ações de IA e payroll mais forte nos EUA

A sexta-feira (21) começa com os principais mercados acionários registrando as maiores perdas semanais desde abril. Os investidores seguem reduzindo a exposição a ativos de risco após uma forte correção nas ações ligadas à inteligência artificial – movimento liderado pela Nvidia (NVDA34), que continua acumulando quedas mesmo após divulgar projeções otimistas no balanço. O resultado, porém, não dissipou as preocupações do mercado sobre o valuation da firma.

A pressão negativa ganhou força após a divulgação do payroll de outubro, que mostrou a criação de 119 mil vagas, acima da estimativa de 51 mil. O dado reforçou as incertezas sobre a possibilidade de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).

Nos demais mercados, o dólar opera estável frente à maior parte das moedas globais, enquanto os rendimentos dos Treasuries recuam em meio ao aumento da aversão ao risco. O Bitcoin, por sua vez, caiu abaixo de US$ 83 mil.

Entre as commodities, os futuros de petróleo recuam mais de 2%, após a Ucrânia sinalizar disposição para trabalhar em um plano de paz e com a entrada em vigor das sanções dos Estados Unidos contra a Lukoil e outras produtoras russas. Já os preços futuros do minério de ferro registraram queda de 0,32% na madrugada em Dalian, para US$ 110,43 por tonelada.

Há, por outro lado, alguma notícia positiva: os Estados Unidos anunciaram que irão isentar alguns produtos agrícolas brasileiros da tarifa de 40%, com efeito retroativo a 13 de novembro, conforme ordem executiva divulgada pela Casa Branca. A decisão tende a trazer algum alívio para investidores locais. Ainda assim, o ambiente externo mais desafiador, somado ao desempenho das principais commodities, sugere um dia de maior cautela no mercado doméstico.

No campo político, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, informou que o plenário apreciará na próxima terça-feira (25) o projeto de lei que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias. A proposta, semelhante à já aprovada na Câmara, tem impacto estimado em R$ 5,5 bilhões até 2030.