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Mudança no IOF vai impactar receitas do Magazine Luiza (MGLU3)? Veja o que diz CEO

O CEO do Magazine Luiza (MGLU3), Frederico Trajano, disse em entrevista exclusiva ao E-Investidor que a proposta do governo que trata do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) poderia ter impacto inflacionário sobre a companhia em função das operações com risco sacado – em que a firma compradora facilita a antecipação do pagamento de faturas aos seus fornecedores. O governo elevou a alíquota para até 3,95% ao ano em operações como risco sacado.

No entanto, Trajano lembra que o governo deve rever a proposta após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmar que tratará amanhã na reunião com a equipe econômica do governo alternativas à proposta do IOF. A fala do executivo foi feita neste sábado (7) nos bastidores do evento Esfera Brasil.

“Poderia acontecer de fato um impacto inflacionário, se a medida fosse implementada. Todavia, acreditamos que o governo entende tudo isso e provavelmente não vai implementar a proposta. Tenho essa visão com base em tudo que ouvimos no Esfera, como as falas do presidente da Câmara dos Deputados”, disse Trajano ao E-Investidor.

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O posicionamento do executivo é feito com base em precificações do mercado. Analistas do JPMorgan, por exemplo, estimam que a companhia de Frederico Trajano seria impactada por um repasse inflacionário de seus fornecedores do risco sacado.

Para os analistas do JPMorgan, a firma teria de escolher entre reduzir as margens ou repassar esse aumento de preços para clientes. Caso optasse pela segunda opção, o Magalu poderia ter uma redução das receitas puxada pela alta de preços. Por isso, a situação é vista como complicada para os analistas do banco. Questionado se a medida de fato preocupa ou não a companhia, Trajano comentou que a proposta não será implementada, por isso terá “impacto zero” sobre a varejista.

Magazine Luiza pode pagar dividendos em 2026?

Uma das novidades discutidas na entrevista foi o fato de a firma retomar o pagamento de dividendos para o investidor em 2025. Em maio, a companhia distribuiu R$ 225 milhões em proventos. A política de dividendos do Magazine Luiza, aponta que o investidor tem o direito de receber 15% de seu lucro líquido após a construção de uma reserva legal para contingências, equivalente a uma reserva de emergência.

Questionado pelo E-Investidor se a Magazine Luiza pretende pagar dividendos no próximo ano (2026), o executivo afirmou que tudo depende da capacidade de geração de lucro do Magalu e o momento atual é justamente de continuar dando resultado para o investidor.  Durante a conversa, o CEO do Magazine Luiza pontuou que a firma mantém os mesmos planos de gestão para o restante do ano.

Segundo ele, a varejista da família Trajano deve continuar com foco em remover a ciclicidade do negócio puxada pelos períodos de alta ou baixa dos juros, com base na diversificação de receitas e aumento das margens. Ele lembra que a firma está há três anos recuperando margens. No ano passado, o aumento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e lucro da operação da companhia foi de mais de 50%.

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A margem Ebitda, que mede a rentabilidade operacional da firma, cresceu significativamente e chegou a 8 pontos percentuais. Com isso, ele pontua que sua gestão mostrou que mantém capacidade de entregar um balanço que é menos cíclico e que protege varejista em relação ao aumento das taxas de juros.

Juros altos pesam, mas CEO do Magalu estima melhora no longo prazo

O executivo foi indagado se o resultado do primeiro trimestre de 2025 não mostra que a companhia está desacelerando, com a queda de 54,3% no lucro líquido no período. A varejista saiu de R$ 27,9 milhões em ganhos no primeiro trimestre de 2024 para um lucro de R$ 12,8 milhões entre janeiro e março de 2025.

O executivo afirma que a desaceleração foi feita de maneira consciente para manter o foco em aumento de margem operacional. Para ele, é muito difícil crescer com aumento significativo de margem operacional. Outro ponto é que os juros estão em um patamar altíssimo e o segmento de bens duráveis, o principal da firma, é o que mais sofre com essa taxa, na visão dele.

“Então, existe um componente macro significativo para justificar a desaceleração. Agora, estamos no topo do ciclo de juros e eles tendem a cair – pode não ser este ano, mas, quando isso acontecer, sem dúvida, seremos um dos principais veículos de crescimento”, diz o CEO do Magazine Luiza (MGLU3).

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Autor: Bruno Andrade

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