Na Itália, grife; no Brasil, recuperação judicial da fabricante: como está a Fiorucci


Apesar de dividirem o mesmo nome, a Fiorucci que chegou no mercado brasileiro na década de 1980 e está presente até hoje em lojas de departamento, mercados, farmácias e perfumarias é diferente da Fiorucci da Itália. E enquanto uma delas atravessa um processo de recuperação judicial, a outra segue criando tendências de moda na Europa.
A terceirista de cosméticos Greenwood detém a marca Fiorucci no segmento de cosméticos e higiene pessoal no Brasil desde 1975 e é a responsável pela fabricação de perfumes, colônias, sabonetes líquidos, hidratantes, desodorantes e outros itens de cuidados pessoais da marca.
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Mas apesar da longevidade da relação, as coisas não vão bem. A Greenwood teve o seu pedido de recuperação judicial deferido pela Justiça em março de 2025. A informação foi divulgada pela advogada responsável pelo caso, Veronica Meireles, em uma publicação no LinkedIn.
O passivo sujeito à RJ da Greenwood é de aproximadamente R$ 7,5 milhões, o que motivou cortes de salários, revisão de fornecedores e outras ações para enxugar os custos e despesas, segundo fontes que falaram ao InfoMoney sob condição de anonimato, por temerem retaliações.
Além disso, os empresários Victorio e Dario Ceragioli, que foram os responsáveis por trazer e estabelecer a marca no Brasil no segmento de moda, foram afastados do dia a dia da companhia, permanecendo apenas no conselho administrativo.
Assim como a sua “irmã postiça” da Itália, a Fiorucci chegou ao país como uma marca de moda, trazendo para o país nas décadas de 1980 e 1990 o estilo jovem, colorido e irreverente que caracterizava a grife italiana.
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No entanto, com o passar do tempo, a Fiorucci deixou de atuar como marca de roupas no Brasil, razão pela qual, hoje, o nome Fiorucci está associado quase que unicamente à marca de cosméticos e cuidados pessoais que é gerida pela Greenwood.
Já a Fiorucci italiana, fundada por Elio Fiorucci em 1967, em Milão, e que ficou conhecida como a “marca dos anjinhos” por causa do logo, foi adquirida pela investidora suíça Dona Bertarelli em 2022 e está sob a liderança do CEO Alessandro Pisani e da Diretora Criativa Francesca Murri.
Foi ainda nas décadas de 1970 e 1980 que a Fiorucci europeia ganhou fama internacional, abrindo lojas em Londres e Nova York. A loja de Nova York virou um endereço cult, frequentado por artistas como Andy Warhol e até Madonna. A marca foi pioneira em lançar tendências, como o jeans stretch com lycra e linhas de moda fitness inspiradas em fenômenos culturais como o filme Flashdance.
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A Fiorucci também inovou no conceito de loja, oferecendo espaços com música, performances, restaurante e brechó. Ao longo dos anos, colaborou com grandes nomes como Jean Paul Gaultier e Naomi Campbell. Em 1990, foi comprada pela firma japonesa Edwin International, e Elio Fiorucci deixou a marca em 2001, as duas últimas movimentações antes da aquisição por Dona Bertarelli.
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Autor: Carolina Freitas