Na quarta-feira (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) seguiu com o julgamento sobre a admissibilidade da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 2022.
Durante a leitura de seu voto, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, voltou a destacar a gravidade dos eventos ocorridos no 8 de Janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
“Não foi um passeio no parque. Ninguém, absolutamente ninguém que lá estava, estava passeando. E ninguém estava passeando porque tudo estava bloqueado, e houve necessidade de romper as barreiras policiais”, afirmou Moraes, reafirmando a violência dos atos. O ministro ainda relatou que alguns policiais foram agredidos pelos manifestantes, destacando o caso de uma policial militar que teve o capacete arrebentado com uma barra de ferro.
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Julgamento será retomado nesta quarta-feira, 26, às 9h30
Moraes enfatizou a importância de manter viva a memória dos atos de 8 de Janeiro, alertando para o que ele chamou de “viés de positividade” – uma tendência humana de lembrar mais das boas notícias e esquecer as ruins, um mecanismo de autoproteção.
“Esse viés de positividade faz com que nós, aos poucos, relativizemos isso e esqueçamos que não houve um domingo no parque”, ressaltou, reforçando o impacto e a seriedade dos acontecimentos.
O ministro também criticou a narrativa distorcida que vem sendo disseminada, mencionando as milícias digitais e notícias fraudulentas que tentam minimizar o que aconteceu.
“As pessoas de boa-fé que têm esse viés de positividade acabam sendo enganadas pelas pessoas de má-fé, que, com notícias fraudulentas e com milícias digitais, passam a querer criar uma própria narrativa, como disse ontem, de velhinhas com a Bíblia na mão, de pessoas que estavam passeando, de pessoas que estavam passeando e foram lá passar um batonzinho na estátua”, finalizou Moraes.
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Autor: Marina Verenicz
