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O all-in da família Trump em cripto: da mineração de moedas a um projeto de stablecoin

Trump e sua família têm se interessado por praticamente todos os cantos da indústria cripto.
NFTs, um projeto de finanças descentralizadas (DeFi); uma proposta de stablecoin; um esforço de mineração de bitcoin; e aquele par de memecoins: uma para o presidente e outra para a primeira-dama, Melania.

Somados, os projetos acumulam quase US$ 1 bilhão em ganhos, segundo cálculos da Bloomberg com base em dados públicos.

Donald Trump já é a pessoa mais rica a se tornar presidente dos EUA, e seus ativos não-cripto incluem investimentos significativos em imóveis. Após sua primeira eleição, em 2016, os advogados de Trump criaram um trust para gerir seus negócios. Esse fundo passou a ser administrado por seus dois filhos mais velhos e por Allen Weisselberg, o veterano diretor monetário da firma imobiliária Trump Organization.

Eric Trump tem enfatizado que “não há conflitos” relacionados aos investimentos da família em cripto.
“Eu não trabalho na Casa Branca”, disse Eric Trump em entrevista à Bloomberg TV em abril. “Acreditamos em cripto há muito tempo.”

A conversão pública do presidente ao cripto ainda é relativamente recente. Trump chegou a chamar o bitcoin de “golpe” em 2021, dizendo à Fox Business que não gostava do token “porque é outra moeda competindo com o dólar” e que ele deveria ser regulado “muito, muito severamente”.

Desde então, seu relacionamento com o setor de ativos digitais evoluiu de forma significativa. Como candidato, ele cortejou e recebeu contribuições vultosas de executivos e entusiastas de cripto para sua campanha de reeleição.

Em seu segundo mandato, Trump assinou ordens executivas apoiando sua promessa de tornar os EUA a capital mundial do cripto, nomeou David Sacks e Bo Hines para representar os interesses do setor e continuou promovendo sua memecoin em postagens no Truth Social.

“Trump e sua família parecem ansiosos para estabelecer uma presença ampla no setor antes de novas ações regulatórias que provavelmente elevarão as avaliações dos criptoativos”, disse Eswar Prasad, professor de política comercial na Universidade Cornell.

Eis como o portfólio cripto dos Trump evoluiu:


NFTs: dezembro de 2022

Trump se tornou adepto de cripto depois de se encantar com seus próprios colecionáveis digitais, conhecidos como NFTs.

Bill Zanker, amigo de Trump e fundador da firma de educação para adultos The Learning Annex, foi quem inicialmente apresentou a ideia. Desde então, os Trump Trading Cards NFTs — que mostram o presidente em diversas poses e roupas (às vezes vestido de super-herói) — foram lançados em quatro coleções.

No ano passado, o presidente organizou jantares para fãs que adquiriram seus NFTs, que, conforme revelado em declarações financeiras, renderam milhões de dólares.


Finanças Descentralizadas (DeFi): setembro de 2024

A família Trump anunciou seu projeto cripto World Liberty Financial antes da eleição nos EUA. Desde então, o projeto vem comprando milhões de dólares em outras criptomoedas, incluindo Ether e Tron, embora ainda não tenha oferecido os serviços de DeFi prometidos, como empréstimos sem intermediários.

Uma firma afiliada a Trump recebe 75% da receita líquida como taxa, incluindo os recursos das vendas de tokens, segundo documentos de oferta. A família Trump detém 60% do capital social da World Liberty por meio da firma DT Marks DeFi LLC.

O projeto levantou US$ 550 milhões em vendas de tokens, após concluir uma segunda rodada no mês passado.

Zach Witkoff, um dos cofundadores da World Liberty, é filho de Steve Witkoff, que ajudou a conectar a família Trump a outros participantes do projeto. Desde a venda de tokens em outubro, observadores levantaram dúvidas sobre potenciais conflitos de interesse para a família, dado o poder de influência da administração sobre regulações.

Os filhos de Trump — Donald Jr., Eric e Barron — constam como “conselheiros Web3” da World Liberty Financial. A família promove ativamente o projeto em redes sociais e aparições públicas.


Memecoins: janeiro de 2025

No dia anterior à posse de Trump, ele e Melania lançaram suas próprias memecoins, um segmento altamente especulativo do cripto, no qual o ativo tem pouco valor intrínseco. Após um pico inicial, que provavelmente gerou mais de US$ 11,4 milhões em taxas para entidades ligadas ao presidente só em janeiro, os preços despencaram.

A incursão teve reação mista na indústria, pois muitos acreditam que prejudicou a tentativa de dar maior legitimidade ao setor. Duas entidades ligadas a Trump — CIC Digital e Fight Fight Fight LLC — detêm 80% do suprimento, participação que será desbloqueada ao longo de três anos.


ETF de bitcoin: fevereiro de 2025

O Trump Media & Technology Group Corp. anunciou no início de fevereiro que havia pedido registro de marcas para produtos de investimento com temas alinhados às prioridades de Trump, incluindo um “Truth.Fi Bitcoin Plus ETF”.

A firma disse que trabalharia com a Crypto.com para lançar o ETF. No mês anterior à vitória de Trump, a SEC havia informado que pretendia processar a Crypto.com por operar uma bolsa de valores não registrada. A investigação foi encerrada em março, segundo a própria firma.


Stablecoin: 25 de março de 2025

A World Liberty Financial anunciou planos de lançar sua própria stablecoin atrelada ao dólar, chamada USD1, que será inicialmente cunhada nas blockchains Ethereum e Binance Smart Chain. O token será lastreado na proporção de um para um por títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo, depósitos em dólar e outros equivalentes de caixa, segundo a World Liberty.

A iniciativa veio pouco antes de uma legislação histórica sobre stablecoins avançar no Comitê de Serviços monetários da Câmara dos Deputados, com firmas cripto defendendo as stablecoins como forma de tornar transações financeiras globais mais baratas e rápidas.


Mineração de bitcoin: 31 de março de 2025

A família Trump anunciou planos de lançar um empreendimento focado em mineração de bitcoin em parceria com a Hut 8 Corp. Mineradores de BTC foram apoiadores iniciais da campanha de reeleição de Trump. Em junho de 2024, ainda candidato, Trump recebeu vários executivos do setor em Mar‑a‑Lago, afirmando que seria um defensor deles na Casa Branca.

O setor de mineração de bitcoin nos EUA se transformou em uma indústria multibilionária.


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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Bloomberg

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