O que esperar do Ibovespa hoje após novas medidas do governo e recuo do IOF
O mercado futuro de juros começa a semana repercutindo o anúncio conjunto entre o Ministério da Fazenda e o Congresso, em novo episódio do imbróglio envolvendo a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O Ibovespa futuro opera em leve queda de 0,3% nesta segunda-feira (9), aos 136.475 pontos.
Em uma primeira leitura, a percepção é positiva, mas segue sob críticas de analistas pela insuficiência de medidas estruturais.
O acordo fechado em reunião de cerca de seis horas entre o governo e o Congresso foi dividido em quatro pontos: uma medida provisória para compensar a arrecadação com o recuo na elevação do IOF; novo decreto para recalibrar a cobrança de IOF em um terço do projeto original; proposta para rever gastos infraconstitucionais; e uma proposta para reduzir gastos primários.
Entre as medidas estão taxação de bets, com a cobrança de títulos incentivados, como LCI e LCA, e fim da alíquota de 9% na cobrança da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras – que terão de pagar alíquotas de 15% e 20%. O decreto, que substitui o anterior, deve ser assinado com a volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da viagem à Europa.
“Mais uma vez as propostas se concentram do lado das receitas, ainda que exista a promessa de uma nova reunião para tratar de gastos primários. Assim, embora exista o lado positivo do problema não estar sendo ignorado, a solução escolhida segue não sendo a ideal. Isso deve limitar a reação positiva dos mercados às propostas”, disse o economista-sênior e sócio da Tendências Consultoria.
Para a equipe da XP Investimentos, o Ibovespa pode retomar a tendência de alta no curto prazo caso o indicador supere a faixa dos 138 mil pontos no pregão de hoje. Em análise gráfica, os analistas dizem que se esse cenário se concretizar, o índice pode engatar uma tendência de alta e deve buscar a faixa dos 140.300 pontos, um crescimento de 3,08% na comparação com o fechamento de sexta-feira (6), quando o indicador encerrou o pregão aos 136.102 pontos.
“A medida foi vista como um sinal de que o governo está disposto a mexer em benefícios fiscais sem um debate amplo. A notícia da taxação de LCI e LCA é neutra para o mercado acionário, embora não seja um gatilho direto de queda, reforça o clima de cautela no horizonte. Vale lembrar que a bolsa brasileira, também é reativa ao que esta acontecendo no dia, no mercado internacional”, diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.
Para Felipe Corleta, sócio da GTF Capital, a medida é melhor para o mercado do que a taxação do IOF. Ainda assim, a expectativa dos agentes monetários era por corte de despesas, o que não aconteceu. “Acho que a reação de mercado será neutra. Ainda assim, vejo o Ibovespa hoje como oportunidade, mas isso se dá independentemente dessa notícia”, diz Corleta.
Mercado externo
No exterior, a manhã de segunda-feira (9) é marcada por cautela enquanto Estados Unidos e China seguem em negociações. Também seguem no foco as manifestações em Los Angeles contra a política de imigração dos EUA, pelos riscos de um confronto com os 2 mil integrantes da Guarda Nacional enviados pelo presidente Donald Trump.
Segundo o Wall Street Journal, o governo Trump pressionará Pequim a acelerar as exportações de terras raras e ímãs, conforme acordado em maio, em Genebra. A delegação chinesa, por sua vez, solicitará o fim de restrições impostas por Washington à venda de motores a jato, softwares e outros produtos tecnológicos.
Desde Genebra, a confiança entre os dois lados se deteriorou, com acusações mútuas de descumprimento do pacto que previa a suspensão de tarifas elevadas. A Casa Branca diz que Pequim está dificultando a liberação de exportações de minerais estratégicos. Já a China acusa os EUA de terem violado o acordo ao emitir advertência sobre o uso de chips de inteligência artificial da Huawei, o que teria reacendido a pressão americana sobre o setor tecnológico chinês.
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Autor: Bruno Andrade